Ibovespa opera estável, com NY ampliando perdas e dólar engatando alta; Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) recuam e Cogna (COGN3) dispara
O Ibovespa abriu a sessão desta terça-feira (05) em leve alta, e vem operando próximo à estabilidade ao longo da sessão. Por volta das 16h, o índice caía 0,03%, aos 128.299 pontos.
As promessas pouco convincentes de crescimento ao redor de 5% da China em 2024 geram cautela nos mercados de ações, e o Ibovespa oscila perto da estabilidade. O índice tem pouca força, em meio ao recuo dos juros futuros no Brasil e dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, dado o viés negativo dos índices de ações de Nova York.
Pesa o recuo das ações da Vale e dos papéis da Petrobras. O BTG Pactual rebaixou a recomendação da mineradora para neutra, com preço-alvo de US$ 16 por American Depositary Receipt (ADR).
Na China, Pequim estabeleceu na abertura do Congresso Nacional do Povo uma meta de crescimento econômico de cerca de 5% para 2024.
A percepção dos investidores, conforme avalia em nota o Bradesco, é de que será difícil cumprir a meta de crescimento estipulada, dado o cenário econômico chinês atual e a frustração, por ora, com as medidas de estímulos.
O petróleo recua cerca de 1%, enquanto a Petrobras segue a tendência: Petrobras ON (PETR3) cai 0,73% a R$ 40,75 e Petrobras PN (PETR4) recua 0,35% a R$ 39,94.
Já o minério de ferro fechou em direção mista nesta madrugada, na China, com os investidores ainda avaliando as metas econômicas do gigante asiático. A Vale (VALE3), por sua vez, cai 1,06% a R$ 66,02, repercutindo o rebaixamento das ações por parte do BTG Pactual (BPAC11).
A maior alta do Ibovespa é da Cogna (COGN3), +6,20% a R$ 2,74, após a XP elevar a recomendação para as ações. CVC (CVCB3) vem na sequência com +5,99% a R$ 3,54, com BRF (BRFS3), +5,03% a R$ 16,07 completando o top-3.
Na ponta negativa, a Vibra (VBBR3) lidera as perdas com -4,74% a R$ 25,30, após divulgação de balanço. Braskem (BRKM5), -2,80% a R$ 21,52 e Raízen (RAIZ4), -2,76% a R$ 3,52, completam as maiores quedas.
Mercado em NY
As bolsas de Nova York ampliaram as quedas nesta tarde de terça-feira, com investidores realizando lucros recentes e aguardando divulgação de dados de atividade dos Estados Unidos e discursos do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, no Congresso amanhã e na quinta-feira.
Confira o desempenho do mercado em NY por volta das 16h:
- Dow Jones: -0,98% a 38.607 pontos
- S&P500: -1,03% a 5.077 pontos
- Nasdaq: -1,77% a 15.920 pontos
Maiores altas e baixas do Ibovespa
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Cotação do dólar
A cotação do dólar hoje avança 0,21% a R$ 4,9560.
O ajuste do dólar acompanha a tendência positiva da moeda americana no exterior após a China manter a estimativa de crescimento de 5% para 2024, a mesma do ano passado, entre outras medidas que também não empolgaram os investidores.
Bolsas asiáticas: meta de crescimento da China decepciona
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa nesta terça-feira (05), após anúncios da China para impulsionar sua economia aparentemente falharem em impressionar os investidores.
Esse cenário pode influenciar nas negociações do Ibovespa hoje. Na véspera, o índice fechou em queda de 0,65%, aos 128.340,54 pontos.
Na abertura de sua reunião legislativa, a China estabeleceu meta de crescer “em torno de” 5% este ano, a mesma do ano passado. Para o banco holandês ING, será mais difícil cumprir o objetivo em 2024, visto que muitos dos impulsos à economia decorrentes de medidas tomadas durante a pandemia de covid-19 irão gradualmente diminuir. Pequim também ampliou seu orçamento de defesa em 7,2% e anunciou planos de emitir o equivalente a US$ 139 bilhões em títulos ultralongos especiais.
Na China continental, as medidas foram recebidas com comedimento. O índice Xangai Composto teve modesta alta de 0,28%, a 3.047,79 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 0,59%, a 1.718,31 pontos.
Já pesquisa da S&P Global/Caixin mostrou que o PMI de serviços chinês diminuiu para 52,5 em fevereiro, contrariando previsão de que seguiria no patamar de 52,7 do mês anterior. O resultado sugere expansão do setor em ritmo um pouco mais contido.
Liderando perdas na Ásia, o Hang Seng sofreu expressiva queda de 2,61% em Hong Kong, a 16.162,64 pontos, pressionado por um tombo de mais de 4% em seu subíndice de tecnologia.
Em outras partes da região, o japonês Nikkei registrou baixa marginal de 0,03% em Tóquio, a 40,097,63 pontos, depois de atingir novo pico histórico na sessão anterior, e o Kospi caiu 0,93% em Seul, a 2.649,40 pontos, após dados apenas confirmarem que o Produto Interno Bruto (PIB) da Coreia do Sul teve expansão anual de 2,2% no quarto trimestre do ano passado.
Por outro lado, o Taiex garantiu avanço de 0,42% em Taiwan, a 19.386,92 pontos.
Na Oceania, a bolsa australiana acompanhou o mau humor predominante da Ásia e ficou no vermelho pelo segundo dia consecutivo. O S&P/ASX 200 caiu 0,15% em Sydney, a 7.724,20 pontos.
Bolsas da Europa caem com decepção na China
As bolsas europeias operam em leve baixa na manhã desta terça-feira, após anúncios da China falharem em impressionar os investidores e também na esteira de revisão de dados de atividade (PMIs) de serviços da região.
Confira o desempenho dos índices por volta de 07h50:
Londres (FTSE100): -0,07% a 7.634 pontos
Frankfurt (DAX): -0,14% a 17.687 pontos
Paris (CAC 40): -0,08% a 7.950 pontos
Madrid (Ibex 35): -0,25% a 10.045 pontos
Europa (Stoxx 50): -0,26% a 4.900
Iniciando sua mais importante reunião anual de líderes, a China estabeleceu meta de crescer “em torno de” 5% em 2024, repetindo o objetivo do ano passado. Pequim também ampliou seu orçamento de defesa em 7,2% e anunciou planos de emitir o equivalente a US$ 139 bilhões em títulos ultralongos especiais. As medidas, porém, foram recebidas com comedimento na Ásia e a maioria das bolsas locais fechou no vermelho hoje.
Na Europa, os PMIs de serviços de fevereiro sofreram leve revisão. O da zona do euro foi ajustado para cima, a 50,2, assim como o da Alemanha, a 48,3, mas o do Reino Unido foi recalculado para baixo, a 53,8.
Logo mais, a atenção vai se voltar para dados da inflação ao produtor (PPI) da zona do euro referentes a janeiro. Já no fim da manhã, estão previstos PMIs de serviços dos EUA.
*Com informações da Dow Jones Newswires, Associated Press e Estadão Conteúdo
Último fechamento do Ibovespa
O Ibovespa encerrou a sessão de ontem (04) em queda de 0,65%, aos 128.340,54 pontos.