Após uma semana de perdas sucessivas, o Ibovespa abre o pregão desta segunda-feira (23) em alta de 0,6%, impulsionado pelos mercados internacionais e pela recuperação de algumas commodities como o petróleo.
O Ibovespa hoje digere dados recentes dos mercados internacionais, que incluem PMIs da Europa e alta do mercado americano no premarket. Apesar disso, os principais indicadores do mercado doméstico devem ser divulgados ainda ao longo da semana, como o IPCA-15. Você confere a agenda aqui.
“Recuperando-se das perdas acumuladas durante a semana passada, as principais bolsas europeias e os futuros de Nova York operam em alta pela manhã. No Velho Continente, dados preliminares sobre o PMI de agosto foram divulgados na madrugada de hoje. No continente a dinâmica foi relativamente ruim, com o índice de manufatura reduzindo o otimismo para além do esperado, puxado por Alemanha”, analisa a Ativa Investimentos.
A recuperação do preço do petróleo também anima as ações do segmento, com o Brent subindo 3,74%. Com a valorização, a PetroRio (PRIO3) encabeça as altas do Ibovespa e a Petrobras (PETR4) ruma no mesmo sentido, com 3,2% e 1,02% de alta, respectivamente.
Além disso, novos movimentos sobre a inflação americana devem movimentar o mercado na semana.
“Nós temos o grande evento da semana na sexta, o Jackson Hole. O mercado aguarda algum sinal do Banco Central americano para saber como será a política monetária. Esse é o grande dado da semana”, frisa Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos.
Notícias que vão movimentar o Ibovespa hoje
- Vale cai com minério de ferro
- Doria entoa possível privatização da Sabesp
- Braskem nega OPA
Vale segue pressionada
Após sangrar junto com demais companhias na última semana, com quedas significativas no preço do minério de ferro, a Vale (VALE3) segue em queda leve, aos 0,3% no intradia.
O contrato mais negociado do minério de ferro em Dalian, que data para janeiro de 2022, fechou em queda de 1,1%, a 757 iuanes/tonelada, ampliando a mínima que era a maior em seis meses para o recorde em sete meses e meio.
Já na bolsa de Cingapura, o contrato mais ativo do minério de ferro, para setembro, recuava 1,5%, a 136,60 dólares a tonelada.
“A perspectiva de menor produção dos altos-fornos no segundo semestre de 2021 frente ao primeiro agora é uma realidade, embora os embarques de minério de ferro da Austrália continuem decepcionando”, disse Atilla Widnell, diretor-gerente da Navigate Commodities.
Vale frisar que as cinco maiores quedas da semana anterior no Ibovespa foram justamente de companhias ligadas ao minério de ferro. A derrocada no preço das commodities reflete, em partes, a reação dos mercados à ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) divulgada na quarta (18).
A ata expôs o entendimento dos dirigentes do Federal Reserve (Fed) de que pode ser apropriado iniciar a redução do programa de compra de ativos ainda neste ano e até aumentar os juros.
Sabesp ganha corpo para privatização
Após a companhia entrar em ciclo de alta com afirmações do novo secretário da companhia, Rodrigo Maia, o governador de São Paulo, João Doria, afirmou que a Sabesp (SBSP3) será preparada para a desestatização nos próximos anos, em um plano de longo prazo.
A declaração foi dada no último sábado (22), no Rio de Janeiro.
Segundo o mandatário, nada será feito de forma precipitada no processo de privatização. Na conversa com os jornalistas, Doria comentou sobre as falas de Maia, que fizeram os papéis da companhia saltarem 8% e serem destaque no último pregão, apesar da turbulência com a cotação do Ibovespa.
“Nosso governo é desestatizante. A Sabesp já é de capital aberto, cotada em Bolsa, com performance muito boa e bem administrada. Ao longo dos próximos anos, ela vai ser preparada evidentemente para um programa de privatização, mas não faremos isso de forma precipitada”, disse João Doria.
Com a declaração do tucano, a companhia vira a alta recente e ruma na direção contrária, caindo 4,43% no Ibovespa hoje.
Braskem nega oferta pública
Após rumores nas últimas semanas, a Braskem (BRKM5) disse, na noite da última sexta-feira (20), que não tem conhecimento sobre a realização de uma oferta pública de ações da companhia como uma possível estratégia de saída de atuais acionistas.
A petroquímica diz que “não é parte de eventuais discussões de seus acionistas sobre a venda das suas participações acionárias”, de acordo com o comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), como esclarecimento de notícia veiculada na mídia.
“A Novonor está considerando uma potencial transação envolvendo a participação da Novonor S.A. na Braskem e, nesse contexto, está avaliando potenciais estruturas para tal transação”, consta no comunicado.
“No entanto, não há elementos suficientes para assegurar a concretização de qualquer transação e tampouco foi definida qualquer estrutura para tanto. Desta forma, no momento, não há qualquer informação adicional a ser prestada sobre o tema”, diz a Novonor.
Por outro lado, a Petrobras (PETR4) informou que “não há qualquer definição ou decisão sobre a forma de alienação da sua parte na Braskem, sendo importante ressaltar que, conforme informado em 09/08/2021, contratou o JP Morgan para assessoramento financeiro da eventual e futura transação referente à sua participação na companhia.”
Com as notícias recentes, a Braskem sobe 0,45% na bolsa de valores hoje.
Destaques do Ibovespa
As principais altas no Ibovespa, por volta das 10h15 são:
- PetroRio (PRIO3): +3,22%
- Banco Inter (BIDI11): +2,03%
- Usiminas (USIM5): +1,93%
- Yduqs (YDUQ3): +1,12%
- Suzano (SUZB3): +1,39%
No mesmo horário, as principais quedas no Ibovespa eram:
- Sabesp (SBSP3): -5,06%
- Locamerica (LCAM3): -2,89%
- Eneva (ENEV3): -2,32%
- Localiza (RENT3): -2,28%
- BRF (BRFS3): -2,19%
Principais índices
Bolsas mundiais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do índice Ibovespa:
- Nova York (S&P 500) futuro: +0,39%
- Nova York Dow Jones (DJIA) futuro: +0,51%
- Londres (FTSE 100): +0,28%
- Frankfurt (DAX 30): +0,10%
- Paris (CAC 40): +0,78%
- Milão (FTSE/MIB): +0,35%
- Hong Kong (Hang Seng): +1,05% (fechada)
- Xangai (SSE Composite): +1,45% (fechada)
- Tóquio (Nikkei 225): +1,78% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa fechou o pregão de sexta (20) subindo 0,76%, aos 118.052 pontos.
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