Ibovespa segue NY e sobe 1,22%, com ajuda da Petrobras (PETR4); Petz (PETZ3) salta 7% e Usiminas (USIM5) cai

O Ibovespa terminou a sessão desta terça-feira (12) com uma valorização de 1,22%, aos 127.667,84 pontos. O Ibovespa teve uma sessão de recuperação nesta terça-feira, depois de ter caído quase 2% no acumulado dos dois últimos pregões. A mínima diária foi de 126.120,68 pontos, enquanto a máxima foi de 128.039,47 pontos. Já o volume financeiro totalizou R$ 23,6 bilhões.

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Ganhos superiores a 3% nos papéis da Petrobras (PETR4) garantiram a alta da cotação do Ibovespa, puxados pela visão do mercado de que uma solução para o imbróglio dos dividendos extraordinários está mais próxima. O sinal positivo de Nova York, balanços de empresas locais e a melhora geral do humor de investidores também favoreceram a Bolsa.

O Ibovespa hoje ficou em linha com as principais Bolsas de Valores de Nova York, que também fecharam o dia em alta.

  • Dow Jones: +0,60%, aos 39.005,40 pontos;
  • S&P500: +1,12%, aos 5.175,24 pontos;
  • Nasdaq: +1,54%, aos 16.265,64 pontos.

Nesta terça, o governo confirmou indicaria ao Conselho de Administração da Petrobras um representante da Fazenda, atendendo a um pleito do chefe da pasta, Fernando Haddad. Na segunda-feira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou a possibilidade de a Petrobras rever a decisão sobre o pagamento de dividendos extraordinários.

As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) avançaram 3,28%, enquanto as ações ordinárias (PETR3) subiram 3,03%. Já a Vale (VALE3) teve uma baixa de 0,62%.

“A percepção, agora, é que parecemos estar caminhando para uma solução talvez não tão radical, com o governo falando que o dividendo extraordinário é uma possibilidade”, diz o gestor de renda variável da Western Asset, Naio Ino. “Isso volta a trazer alguma esperança para o mercado de que esse dividendo venha em algum momento do tempo, está tirando o pessimismo da conta.”

Segundo o operador de renda variável da Manchester Investimentos Diego Faust, a melhora do humor do mercado em relação à Petrobras também ajudou a amparar os ganhos das outras empresas. “Olhando para os juros, o contrato de depósito interfinanceiro DI para janeiro de 2025 também caiu, não operava na faixa de 9,8% desde 2021, e isso abriu espaço para altas de construtoras e do consumo”, acrescenta.

Segundo Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, o Ibovespa reagiu de maneira positiva em relação ao IPCA. Embora foi superior ao estimado, o índice mostrou que os núcleos da inflação continuam desacelerando, o que foi uma boa notícia. Outro fator que teve boa reação do mercado foi o CPI (inflação americana), que também superou as expectativas, apesar de os núcleos tenham caído.

O IPCA anunciado foi de +0,83%, enquanto o projetado pelo consenso era de 0,78%. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice aponta +4,50%, acima dos +4,44% esperados pelo consenso, seguindo em trajetória de baixa, mesmo que “tímida”.

Entre os fatores que mais influenciaram o IPCA, destaque para o setor de educação, que teve avanço de +4,98%. “Na minha visão, isso não é grande surpresa, visto que no primeiro trimestre, de maneira sazonal, o setor de educação tem alta nos preços das mensalidades”, diz Fernandes. Enquanto isso, o setor de vestuário recuou 0,44%, auxiliando a impactar o índice para baixo.

Já o dólar à vista terminou a sessão de hoje (12) em ligeira queda de 0,07%, a R$ 4,9748, depois de variar entre a mínima de R$ 4,9590 e a máxima de R$ 4,9947.

A queda do dólar hoje ocorre principalmente em razão do IPCA, que continua demonstrando certa evolução no núcleo da inflação, que permanece em tendência de baixa. “Apesar de um dado de inflação acima do esperado nos EUA, o cenário local está ajudando a segurar a moeda americana. Já o juros futuro opera próximo da estabilidade, sem grandes oscilações”, conclui Fernandes.

Destaques do Ibovespa

Entre as altas do Ibovespa hoje (12) estão as ações da Petz (PETZ3) e da Natura (NTCO3), que são papéis mais sensíveis às alterações na taxa de juros por estarem relacionados à economia doméstica.

Essas duas empresas também apresentaram leve melhora em seus balanços trimestrais, podendo ter atraído cobertura de posições short nas ações. Por fim, as ações da Prio (PRIO3) avançaram em acompanhamento à divulgação do novo programa de recompra de ações da companhia, que corresponde a cerca de 10% dos papéis em circulação.

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Na ponta negativa do Ibovespa hoje, Fernandes coloca poucos destaques, com o mercado em modo “risk-on”. Nesse sentido, as ações mais “defensivas” registraram ligeira baixa, como CPFL (CPFE3), Fleury (FLRY3) e Engie (EGIE3), por exemplo.

“As quedas podem ser justificadas mais por uma rotação de portfólio por parte dos investidores, saindo de empresas mais conservadoras, para empresas mais arrojadas”, afirmou o especialista.

Maiores altas do Ibovespa

  • Petz (PETZ3): +6,97%
  • Natura (NTCO3): +6,64%
  • Prio (PRIO3): +5,79%
  • Grupo Soma (SOMA3): +4,17%
  • Lojas Renner (LREN3): +3,76%

Maiores quedas do Ibovespa

  • CPFL (CPFE3): -1,62%
  • Pão de Açúcar (PCAR3): -1,43%
  • Fleury (FLRY3): -1,43%
  • São Martinho (SMTO3): -1,35%
  • Usiminas (USIM5): -1,35%

Último fechamento do Ibovespa

O Ibovespa terminou o pregão desta segunda-feira (11) em queda de 0,75%, aos 126.123,56 pontos.

Com Estadão Conteúdo

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João Vitor Jacintho

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