Ibovespa recua 0,7% com risco Evergrande e IPCA-15; Méliuz (CASH3) desaba 7%

Depois de três altas consecutivas, o Ibovespa voltou ao campo negativo, com um recuo de 0,69%, para 113.282,67 pontos. O clima negativo predominou por causa do risco associado à incorporadora chinesa Evergrande e ao aumento da inflação no País. Apesar da queda no último dia da semana, o índice acionário acumulou alta de 1,65% no período.

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O Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação no Brasil, subiu 1,14% em setembro, após ter avançado 0,89% em agosto. Foi a maior alta para meses de setembro desde 1994, quando, ainda no início da implantação do Plano Real, o indicador subiu 1,63%. O resultado pressionou o Ibovespa hoje e deve pesar nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), que elevou a taxa básica de juros (Selic) para 6,25% nesta semana.

Mas, de acordo Piter Carvalho, economista e head de renda variável da Valor Investimentos, o principal driver negativo foi a crise na China, em meio ao risco de insolvência da Evergrande. Ainda há incertezas sobre o tema e, por isso, investidores tenderam à aversão.

“Acredita-se que o governo [chinês] está fazendo a empresa sangrar para dar um recado a outras empresas do setor para não operarem alavancadas e com altas dívidas”, disse Carvalho. ” O governo diz ter feito um acordo, mas ainda não temos detalhes de quando vai pagar e qual o valor será desembolsado. Então o mercado ainda fica em compasso de espera.”

Movimentação do Ibovespa hoje

A maior queda do Ibovespa hoje ficou com o Méliuz (CASH3), que desabou 7% depois das valorizações nos últimos pregões.

O setor de varejo discricionário também sofreu nesta sexta-feira. Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) caíram 1%, enquanto Americanas perdeu 3%, devido à abertura da curva de juros futura.

No campo positivo, a PetroRio (PRIO3) avançou quase 4%, impulsionada pelo aumento do preço do barril de petróleo no exterior. Petrobras (PETR4) também encerrou em leve alta.

Enquanto isso, os frigoríficos Minerva (BEEF3), JBS (JBSS3) e BRF (BRF3) ficaram entre as maiores altas, seguindo a alta do dólar hoje.

Ibovespa recua 0,7%, pressionado por risco Evergrande e IPCA-15; Méliuz (CASH3) despenca 7%
Ibovespa hoje. Foto: Reprodução Status Invest

Maiores altas do Ibovespa 

As maiores altas do Ibovespa no dia de hoje foram:

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Maiores baixas do Ibovespa 

As maiores baixas do Ibovespa no dia de hoje foram:

Notícias que movimentaram a bolsa de valores 

  • Inter e Stone querem ampliar acordo
  • Gasolina e energia empurram IPCA-15
  • PetroRio sobe com avanço do petróleo

Banco Inter (BIDI4) e Stone conversam sobre ampliar acordo e possível fusão

O Pipeline, do Valor Econômico, reportou que o Banco Inter (BIDI11) e a Stone negociam uma possível extensão do acordo societário e comercial firmado em maio deste ano e cogitam uma potencial fusão.

Desde que ancorou o follow-on do Inter e se tornou acionista minoritária, a Stone se mantém mais próxima do banco digital.

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Duas companhias do mercado financeiro, Inter e da Stone têm negócios considerados bastante complementares e a experiência e balanço do banco digital ajudariam a amortecer eventuais novos impactos na carteira de crédito da Stone, dizem as fontes.

Gasolina e energia elétrica são maiores impactos individuais no IPCA-15

A inflação dos combustíveis e da eletricidade ditou o ritmo da alta de 1,14% do IPCA-15 em setembro, conforme os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado do IPCA-15 ficou no teto das estimativas do mercado financeiro, consultadas pelo Projeções Broadcast, que variavam de 0,90% a 1,14%, com mediana de 1,03%.

Sozinhos, a gasolina (com alta de 2,85%) e a energia elétrica (alta de 3,61%) foram os itens com maior impacto de alta, isoladamente, contribuindo com 0,17 ponto porcentual (p.p.), cada, para a variação agregada do índice.

Ação da PetroRio (PRIO3) fica entre maiores altas com alta do petróleo

As ações da PetroRio chegaram à vice liderança do Ibovespa hoje, acompanhando os ganhos da cotação do petróleo hoje. Os contratos futuros fecharam em alta, contabilizando o quarto dia seguido de ganhos, diante das perspectivas de aumento na demanda num momento de produção limitada. A commodity registra a quinta semana consecutiva de avanços.

As perspectivas de amenização da pandemia e aumento da mobilidade estimulam as projeções de maior procura pelo produto, assim como a atual crise energética na Europa, que sugere uma maior busca pela petróleo como alternativa ao gás.

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O petróleo WTI para novembro fechou em alta de 0,93% (US$ 0,68), a US$ 73,98 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês avançou 1,09% (US$ 0,84), a US$ 78,09 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na semana, o WTI para subiu 3,00%, e o Brent, 3,65%.

Desempenho dos principais índices 

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: -0,69% / 113.282,67
  • IFIX hoje: +0,15% / 2.709,40
  • IBRX hoje: -0,72% / 48.343,84
  • SMLL hoje: -0,18% / 2.777,18
  • IDIV hoje: -0,46% / 6.578,90

Cotação do Ibovespa nesta quinta (23)

De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última quinta com uma alta de 1,59%, aos 114.064,36 pontos.

(Com Estadão Conteúdo)

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Arthur Guimarães

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