O Ibovespa teve o segundo pior desempenho no mundo em 2021, quando comparado com 78 bolsas de valores. Pior que o principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3 (B3SA3), somente o índice IBC, da Venezuela. Os dados são da agência de classificação de risco Austin Rating, solicitados pelo G1.
As três piores posições do ranking são do IBC (-99,52%), da Vanezuela, seguido pelo Ibovespa (-14,41%), e depois o HSI (-13,79%), de Hong Kong.
O levantamento compara a variação de 79 índices acionários internacionais, em bolsas de 78 países. O período avaliado foi de dezembro de 2020 até o fechamento de novembro. Desses 79 índices analisados, somente 9 deles acumulam perdas no ano.
A média geral das bolsas de valores no período foi de 19,6% de crescimento, o que coloca o Ibovespa na contramão da tendência internacional.
Na ponta ganhadora, a primeira posição é do Zimbábue e sua bolsa ALSZI, que avançou 305,70%. Na sequência vêm os índices da Mongólia (104,09%) e do Sri Lanka (68,88%). Porém, o autor do levantamento, o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, pondera que a economia desses países é menor, com mercados de ações com pouco volume de negociação.
Já em relação ao Brasil, o especialista afirma que o Ibovespa está longe da curva mundial por problemas domésticos. “E o principal ponto é a perda de confiança no futuro da economia, com os investidores preocupados com o ambiente fiscal”, afirma Agostini ao G1.
Já os índices americanos, que são referências globais, estão mais próximos das médias mundiais. O Dow Jones acumulou alta de 12,67% até novembro e o índice de tecnologia Nasdaq avançou 20,56% no período.
Veja o TOP 20 de quedas do ranking
Ranking | Bolsa | País |
Var.% |
1º | IBC | Venezuela | -99,52% |
2º | IBOVESPA | Brasil | -14,41% |
3º | HSI | Hong Kong | -13,79% |
4º | MSE | Malta | -9,06% |
5º | KLCI | Malásia | -6,96% |
6º | NZX ALL | Nova Zelândia | -4,94% |
7º | FTSE | Colômbia | -3,77% |
8º | S&P/BVL | Peru | -1,95% |
9º | KOSPI | Coreia do Sul | -1,20% |
10º | NIKKEI 225 | Japão | 1,38% |
11º | KMIAS | Paquistão | 1,62% |
12º | DSEI | Tanzânia | 1,63% |
13º | MONEX | Montenegro | 2,28% |
14º | TUNINDEX | Tunísia | 2,30% |
15º | FTSE PHS | Filipinas | 2,55% |
16º | CSI 300 | China | 2,61% |
17º | IBEX 35 | Espanha | 2,87% |
18º | EGX 30 | Egito | 5,07% |
19º | FTSE | Cingapura | 6,57% |
20º | S&P CLX IPSA | Chile | 7,34% |
Brasil na lanterna do PIB
Não é só o Ibovespa que amarga nas piores posições de rankings globais. O Brasil também está na lanterna de indicadores macroecômicos – o que não deixa de estar relacionado com o desempenho do índice de ações.
A queda de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no terceiro trimestre de 2021, comparado ao segundo trimestre, levou o País para a 26ª posição no ranking de 33 países da Austin Rating.
O PIB do Brasil ficou bem atrás do que o de outros países sul-americanos com forte crescimento, como a Colômbia (5,7%), o Chile (4,9%) e o Peru (3,6%). Os Estados Unidos aparecem na décima posição, com crescimento de 2,1%. Já a China está apenas na 21ª posição, com avanço de 0,8%.
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