Ibovespa: Banco Inter (BIDI4; BIDI11) e Méliuz (CASH3) têm maiores quedas da semana
Essa foi uma das piores semana para o Ibovespa no ano. o Banco Inter (BIDI4; BIDI11) liderou duas posições entre as maiores quedas da semana, acompanhado mais uma vez pelo Méliuz (CASH3). A Eztec (EZTC3) também apareceu após divulgação de prévia operacional fraca. A Azul (AZUL4) acompanha notícias negativas do setor aéreo.
O mercado desta semana (18 a 22) foi extremamente agitado pelo cenário político e fiscal brasileiro. O maior índice acionário da Bolsa brasileira apresenta dias de preocupação com a situação fiscal do País. O mercado calcula como ficarão as contas públicas a partir do ano que vem. Com isso, o Ibovespa foi de 114.647 para 106.296 pontos.
O mercado respondeu com preocupação a negociação em torno do furo do teto de gastos como forma de viabilizar o financiamento do Auxílio Brasil, substituto ao Bolsa Família, que distribuirá R$ 400 para as famílias mais pobres. Durante a semana, as declarações de Guedes sobre o programa, que dizia não ter fonte de financiamento clara, trouxe temor ao Ibovespa. Além disso, Bolsonaro anunciou outro auxílio de R$ 400 para caminhoneiros.
Na sexta (23), rumores que o ministro da Economia, Paulo Guedes, havia pedido demissão gerou turbulência no mercado. Na noite anterior, funcionários do Ministério pediram demissão por não concordarem com a decisão do teto de gastos. Guedes veio a público para esclarecer as coisas depois, dizendo que não pediu para sair, e ontem mesmo já apontou substitutos para aqueles que se demitiram.
Confira o tamanho do tombo dos ativos que lideraram as maiores quedas do Ibovespa na última semana:
- Banco Inter (BIDI4): variação de -21,39%
- Méliuz (CASH3): variação de -21,01%
- Banco Inter (BIDI11): variação de -20,17%
- Eztec (EZTC3): variação de -18,53
- Azul (AZUL4): variação de 10,05%
Banco Inter (BIDI4) lidera quedas do Ibovespa
Após acumular uma queda de 21,39% na semana, a ação do Banco Inter liderou entre as maiores baixas do Ibovespa. A cotação dos papéis foi de R$ 50,28 para R$ 40,14.
O principal driver da queda dos papéis do Inter foi um rumor de que a sua carteira de crédito estaria mal provisionada. Na época, em meados de setembro, analistas do Itaú BBA chegaram a publicar um relatório sobre o tema, afirmando que esse boato “tinha muito mais de ficção do que de realidade”.
“As ações do Inter caíram cerca de 18% em apenas três dias na semana passada, reagindo a notícias de que o banco estaria considerando elevar suas provisões para perdas com inadimplência em seu próximo balanço. Na nossa avaliação, a informação era desprovida de fundamento e hoje a instituição colocou fim aos rumores ao divulgar uma relação entre provisão e carteira de crédito constante”, escreveram os analistas.
Por outro lado, a queda do Banco Inter pode ser entendida como uma correção do preço dos ativos, depois de terem alcançado a máxima histórica em julho desse ano. Desde então, as ações apresentam períodos de desvalorização. De julho até agora, teve 50% de desvalorização.
Apesar das fortes quedas observadas nos meses anteriores, em especial em setembro, o banco Inter (BIDI4) avalia que o mês de outubro mostra ritmo de recuperação — as ações, no entanto, caem 13,33% no mês. Em relatório da carteira de dividendos, divulgado na quarta-feira (20), o banco indica que as ações respondem a bons dados econômicos, em especial sobre o mercado de trabalho, crédito e avanço da vacinação.
Méliuz continua aparecendo entre maiores quedas do Ibovespa
Mais uma vez figurando entre as maiores quedas da semana, após ter liderado na semana anterior as baixas do Ibovespa, o Méliuz viu suas ações caírem 21,01%. A cotação dos seus papéis foi de R$ 4,95 para R$ 3,91.
Não houve nenhuma notícia em particular que tenha afetado o Méliuz negativamente nesta semana. A desvalorização do Méliuz nesta semana seguiu o padrão de volatilidade que as ações da empresa registram há algum tempo. As ações da companhia estão caindo desde a divulgação das prévias operacionais do terceiro trimestre, no dia 06.
Além disso, a empresa é vulnerável ao processo de abertura na curva de juros, cenário que vem se projetando no Brasil. Empresas de tecnologia, como o Méliuz, costumam ser prejudicadas neste cenário. Como oferece serviços de cashback, a empresa também depende de uma alta do consumo, coisa que não deve acontecer por conta da inflação crescente no país.
Banco Inter (BIDI11) aparece mais uma vez
Acompanhando o ritmo das outras ações, as units do Banco Inter (BIDI11) se destacaram negativamente nesta semana, registrando variação de -20,17%. A unit foi de R$ 50,28 para R$ 40,14.
Nesta semana, o SoftBank aproveitou a queda nas ações do Inter, após quedas sucessivas na Bolsa de Valores, para aumentar sua participação no banco, comprando um montante de 4,4 milhões de units do banco, equivalente a R$ 220 milhões. Mesmo assim, isso não foi o suficiente para animar o mercado.
Prévia operacional da Eztec não empolga
A Eztec acumulou resultado negativo após a prévia operacional pouco empolgante divulgada recentemente. Assim, a empresa teve variação de -18,53%. O preço das ações foram de R$ 24,28 para R$ 19,78.
Entre os meses de janeiro e setembro deste ano, os lançamentos da companhia somaram R$ 1,41 bilhão. Durante todo o ano passado, os lançamentos da Eztec somaram R$ 1,11 bilhão. Em 2019, a companhia registrou R$ 1,97 bilhão, enquanto os lançamentos acumulados de 2018 somaram R$ 778 milhões.
Já as vendas líquidas recuaram 24% na comparação ano a ano e alcançaram um volume de R$ 255 milhões no terceiro trimestre desse ano. “Isso levou a uma velocidade de vendas amena de 9% (-2.1 pp T/T)”, disse a XP, em relatório divulgado na segunda (18). Apesar da queda, os especialistas reiteram “a nossa visão positiva para EZTC3, que vemos negociando a 1.2x P/VP em 2021, o que é atrativo”.
Azul tem queda junto com o setor aéreo
A Azul, assim como outras companhias aéreas, viu suas ações caírem esta semana, tendo variação de 10,05%. A cotação dos papéis foi de R$ 35,62 para R$29,19.
Na terça-feira (19), o setor aéreo representou maior queda no Ibovespa. Isso ocorreu após notícias de que o setor não iria se recuperar mesmo após a pandemia, com rumores de que as viagens de negócios não aconteceriam mesmo com o fim do isolamento social.