Ibovespa inicia setembro em alta com exterior e PIB no radar; Eletrobras (ELET3) sobe 3%
Entre perdas e ganhos, o Ibovespa iniciou setembro com o mesmo viés dos investidores nas últimas semanas. O cenário é de cautela frente a dados econômicos, internos e externos, ao passo que ruídos políticos vindos de Brasília trazem incerteza, a despeito da alta de hoje.
Por volta das 13h35, o Ibovespa subia 0,42%, aos 119.285 pontos. O dólar, da mesma forma, opera com leve avanço, e é negociado a R$ 5,194 na venda. A divisa norte-americana, no acumulado do ano, recua 0,45% frente ao real. Em março, a alta era de 11% no período.
Nos Estados Unidos, as Bolsas também operam no azul. O setor privado norte-americano criou menos vagas do que o esperado em agosto, fazendo com que as empresas de tecnologia subam com as perspectivas mais distantes de alta das taxas de juros.
O que mais movimenta o Ibovespa hoje
- Aneel eleva preço da conta de luz;
- PIB do segundo trimestre frustra expectativas;
- Minério de ferro volta a derrubar siderúrgicas.
Aneel anuncia nova bandeira tarifária
Foi anunciada, na noite da última terça-feira (31), a nova bandeira tarifária para a conta de luz, definida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A tarifa passa a vigorar a partir de hoje, marcando o quarto reajuste do ano.
A nova bandeira tarifária na conta de luz foi chamada de “bandeira de escassez hídrica”. A taxa extra será de R$ 14,20 para cada 100 kilowatt-hora (KWh) consumidos, permanecendo vigente até abril de 2022.
O novo patamar representa um aumento de R$ 4,71, cerca de 50%, em relação à bandeira vermelha patamar 2, até então o maior patamar, no valor R$ 9,49 por 100 kWh. As contas de luz ficam em média 7% mais caras.
O governo anunciou novas medidas de incentivo a redução do consumo de energia de clientes residenciais e de pequenos comércios. Pelo programa, ganhará um desconto nas contas de luz quem diminuir o consumo em pelo menos 10%. O bônus na tarifa deve valer até uma redução de 20%.
“Essa medida não terá impacto inflacionário em 2021, pois o bônus será pago depois da apuração dos meses de referência (que finda em dezembro de 2021)”, comentou Guilherme Sousa, economista da Ativa Investimentos.
“Contudo, o processo pode gerar volatilidade inflacionária no primeiro bimestre de 2022, sem alterar a projeção do ano, uma vez que potencialmente em janeiro energia poderia cair, mas em fevereiro a conta tornaria a subir.”
PIB cai e freia recuperação retomada econômica
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre teve uma variação negativa de 0,1%, em relação aos três meses imediatamente anteriores. A informação foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta quarta.
Em comparação ao mesmo trimestre do ano passado, quando a economia brasileira já sofria os impactos da pandemia, o PIB avançou 12,4%. A alta acumulada no primeiro semestre de 2021 é de 6,4%.
Estimativas de economistas compiladas pela Refinitiv esperavam um avanço de 0,2% no PIB do Brasil no segundo trimestre.
Segundo o IBGE, o resultado mostra estabilidade e é a primeira variação negativa após três trimestres consecutivos de crescimento econômico.
“Do ponto de vista positivo, temos a avaliação de serviços. Os resultados estavam atrasados, e era natural que o setor tivesse um crescimento”, comentou Mauro Morelli, estrategista-chefe da Davos Investimentos.
“Entretanto, precisamos lembrar que o segmento de serviços é o que tem pressionado a inflação. Se continuar em tendência de alta, os preços podem continuar crescendo.
Minério volta a despencar e leva brasileiras junto
Os contratos futuros do minério de ferro, negociados na Bolsa de Dalian, na China, despencaram mais de 8% na madrugada desta quarta, em um momento em que os entraves à produção de aço em todo o país frustram as perspectivas de retomada da demanda.
O contrato de setembro do minério de ferro fechou o dia cotado a 880 iuanes por tonelada. A baixa é de mais de 30% desde a máxima, atingida em julho.
De acordo com a Fastmarkets, agência de notícias e informações sobre o mercado de commodities, o governo chinês poderá estabelecer restrições ainda mais rogorosas à produção de aço no país até o fim de novembro, por algumas razões.
Uma delas diz respeito à intenção do país em atingir as metas climáticas da agenda da Organização das Nações Unidas (ONU) antes de 2030. A China é o maior poluidor do mundo e se comprometeu a reduzir suas emissões.
Além disso, dados industriais chineses, apresentados nesta quarta, mostram uma desaceleração da economia do país, o que remete à menor demanda pela matéria-prima.
Com isso, a Vale (VALE3) tem leve queda, enquanto a Usiminas (USIM5) cai mais de 3%.
Maiores altas do Ibovespa
Confira as altas do índice Ibovespa, por volta das 13h38:
- Americanas S.A (AMER3): +4,59%
- Qualicorp (QUAL3): +4,21%
- Lojas Americanas (LAME4): +4,20%
- Eletrobras PN (ELET6): +4,16%
- Marfrig (MRFG3): +3,42%
Maiores baixas do Ibovespa
No mesmo horário, as maiores baixas do Ibovespa eram:
- PetroRio (PRIO3): -1,83%
- Banco Inter (BIDI11): -1,87%
- SulAmérica (SULA11): -2,01%
- Usiminas (USIM5): -3,10%
- Cielo (CIEL3): -3,83%
Bolsas mundiais
Além do índice Bovespa, confira a cotação dos principais índices mundiais nesta tarde:
- S&P 500: +0,25%
- DAX 30 (Alemanha): -0,07%
- FTSE 100 (Inglaterra): +0,42%
- Euro Stoxx 50: +0,74%
- SSE Composite (Xangai): +0,65%(fechada)
- Nikkei 225 (Japão): +1,29% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última terça com uma baixa de 0,80%, aos 118.781 pontos.