Ibovespa em queda seguindo a piora do cenário exterior
Nesta quinta-feira (9) o Ibovespa opera em queda pois o mercado externo continua no radar dos investidores.
Por volta das 10h05, o Ibovespa registrava uma baixa de 0,06% alcançando 95.534,66 pontos. O mercado está reagindo ao anúncio de Donald Trump dizendo que a China “quebrou o acordo”.
Além disso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, ressaltou a importância da reforma da Previdência para recuperação econômica. Ademais, o Banco Central decidiu manter em 6,5% a taxa básica de juros.
Guerra comercial entre EUA e China
As tensões entre Estados Unidos e China aumentaram nesta semana. O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou durante seu comício na Florida que a China “quebrou o acordo” comercial que estava sendo elaborado.
Trump culpou a China pelo colapso das negociações, seguindo a sua publicação no Twitter, durante o último domingo (5), onde afirmou que as tarifas sobre importações chinesas seriam elevadas em US$ 200 bilhões de bens chineses.
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Em contrapartida, a China na última quarta disse que vai retaliar os EUA caso os aumentos tarifários sejam confirmados. A elevação dos tributos deverá acontecer na sexta-feira (10), segundo Trump.
O vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, foi aos Estados Unidos com sua delegação para encontrar uma saída para as negociações.
Reforma da previdência
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na quarta-feira (8) que o atual regime da reforma da Previdência está condenado à falência. Por mais de 8 horas, o economista debateu os pontos da proposta na Comissão Especial.
“O sistema já está condenado à quebra. A razão principal para fazermos a reforma é que a velha Previdência é um regime condenado à falência”, disse Guedes aos deputados. O ministro ainda acrescentou que a atual Previdência é “uma fábrica de privilégios e uma máquina perversa de transferência de renda”.
Usando os números, Guedes esclareceu que a proporção entre contribuintes e aposentados segue aumentando o desequilíbrio. Dessa forma, o economista afirmou que há 40 anos havia 14 contribuintes para cada aposentado. No momento, esse número é de sete para um. “Quando os filhos e netos dos presentes pensarem em se aposentar, serão dois, três jovens para cada idoso”, disse.
Taxa selic é mantida a 6,5%
O Comitê de Políticas Monetárias (Copom) decidiu manter a a taxa Selic a 6,5%. Esta é a nona decisão consecutiva para manter os juros básicos no mesmo patamar.
A taxa Selic foi mantida apesar da piora na projeção do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com o Boletim Focus desta semana, o mercado financeiro aguarda um crescimento do PIB de 1,49% ao fim deste ano.
Na semana passada, a projeção era 1,71%. Enquanto no primeiro Boletim Focus do ano, a estimativa para o PIB era de 2,53%.
Paralelamente, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) anunciou também nesta data a redução do avanço da projeção das riquezas produzidas pelo Brasil neste ano, de 2% para 1,5%.
Alguns especialistas do mercado, como a equipe de economia do Itaú Unibanco (ITUB4), estimam baixa na Selic no futuro. De acordo com o banco, o fechamento dos juros básicos em 2019 deve ser de 5,75%, conforme relatório publicado 12 de abril.
O Itaú acredita que as reduções da taxa ocorrerão em “doses” de 0,25%, a partir de setembro.
Última cotação
Na última quarta-feira (8), o Ibovespa encerrou em alta de 1,28% na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), com 95.596,61