Em dia de decisão de política monetária, o Ibovespa tem forte queda. Na tarde desta quarta-feira (4), os investidores avaliam dados corporativos do segundo trimestre e a influência dos bastidores de Brasília sobre as contas públicas.
Por volta das 13h42, o Ibovespa recuava 1,79%, para 121.369 pontos. Em sentido inverso, o dólar volta a subir e já é negociado na venda acima dos R$ 5,24. O fortalecimento da divisa norte-americana acompanha a alta das Treasuries de 10 anos nos Estados Unidos.
No âmbito corporativo, o mercado aguarda o resultado da Petrobras, que será divulgado após o fechamento do mercado. A expectativa do mercado é que a valorização do petróleo entre abril e junho impulsione os números da empresa. Contudo, os papéis tem forte baixa no pregão.
Já no exterior, foram divulgados dados econômicos da zona do euro, com números levemente abaixo das expectativas mas ainda positivos frente à base comparativa. As Bolsas da Europa sobem em bloco.
Os temas que movimentam o Ibovespa hoje
- Bradesco lidera setor bancário em baixa após resultado;
- Raízen precifica ações e valerá mais que a Cosan;
- Dia de alta da Selic.
Bradesco lucra R$ 6,3 bilhões no segundo trimestre
Após o fechamento do mercado da última terça-feira (3), o Bradesco divulgou seu balanço reportando um lucro líquido recorrente de R$ 6,3 bilhões, alta de 63,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
A carteira de crédito expandida do banco, um dos pontos de atenção dos investidores, ficou em R$ 726,5 bilhões, equivalente a um aumento de 9,9% em 12 meses e 3% em relação ao primeiro trimestre.
O lado negativo ficou por conta das operações de seguros, previdência e capitalização, que encolheram 49,8% em relação ao primeiro trimestre e 58,3% ante o mesmo período de 2020, atingindo.
O desempenho do segmento no período foi influenciado negativamente pela elevação do Índice de Sinistralidade, afetado pela segunda onda da Covid-19. Esse temor também chega à SulAmerica, que cai mais de 3% no pregão.
“Apesar da alta dos lucros, o segmento de seguros foi fortemente afetado no período, o que fez com que o guidance sofresse um forte reajuste”, comentou a Guide Investimentos. Na visão da corretora, o impacto sobre as ações é marginalmente negativo, o que se traduz na queda dos papéis no pregão.
Raízen precifica IPO e valerá mais que Cosan
A Raízen (RAIZ4) precificou seu IPO a R$ 7,40 por ação, no piso da faixa indicativa, na noite da última terça. Assim, a abertura de capital da empresa será a maior do ano no Brasil, movimentando quase R$ 7 bilhões.
A empresa visa investir os recursos líquidos da operação na construção de novas plantas (80%), investimentos em eficiência e produtividade (5%) e infraestrutura de armazenagem e logística (15%). A empresa terá somente pouco mais de 8% de suas ações em free float.
A companhia chegará ao mercado avaliada em aproximadamente R$ 76 bilhões, um valor 58% maior do que hoje a Cosan, uma de suas controladoras, é negociada.
A holding, inclusive, opera entre as maiores baixas do dia, pressionando ainda mais o índice Ibovespa. A volatilidade do preço das commodities, aliada às incertezas quanto ao governo chinês, também pesam sobre as ações.
Alta da Selic já é esperada
Hoje, por volta das 18h, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciará o novo patamar da taxa básica de juros da economia (Selic). Atualmente em 4,25%, o mercado estima que o aumento será de, ao menos, 1 ponto percentual.
Esse seria o maior aumento da Selic em 18 anos, elevando-a para o mesmo patamar do fim de 2019. Especialistas estimam que os diretores do BC devem mostrar uma posição mais dura frente à inflação, buscando austeridade.
“Em sua comunicação, avaliamos que a principal alteração deverá estar associada à intenção sobre o ciclo, no qual o BC deve indicar como apropriada a condução do juro para além do neutro em função das expectativas de inflação”, comenta Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.
A corretora, ainda, disse que é possível que o Copom faça alguma sinalização frente aos temores fiscais, embora esse não seja o cenário base.
Maiores altas do Ibovespa
Confira as altas do índice Ibovespa, por volta das 13h37:
- Usiminas (USIM5): +4,25%
- CSN (CSNA3): +1,14%
- Suzano (SUZB3): +0,76%
- Klabin (KLBN11): +0,90%
- BB Seguridade (BBSE3): +0,33%
Maiores baixas do Ibovespa
No mesmo horário, as maiores baixas do Ibovespa eram:
- Unidas (LCAM3): -3,35%
- Bradesco (BBDC4): -3,71%
- SulAmerica (SULA11): -3,46%
- Cosan (CSAN3): -4,10%
- Petrobras ON (PETR3): -4,22%
Bolsas mundiais
Além do índice Bovespa, confira a cotação dos principais índices mundiais nesta tarde:
- S&P 500: -0,38%
- DAX 30 (Alemanha): +0,88%
- FTSE 100 (Inglaterra): +0,26%
- Euro Stoxx 50: +0,65%
- SSE Composite (Xangai): +0,85% (fechada)
- Nikkei 225 (Japão): -0,21% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última terça com uma alta de 0,87%, aos 123.576,56 pontos.