O Ibovespa volta a cair no pregão desta quinta-feira (16), seguindo o mau humor de Nova York. A pressão das commodities negociadas na China também impactam o índice acionário por aqui, ao passo que ruídos políticos seguem no radar.
Por volta das 13h50, o Ibovespa recuava 1,10%, aos 113.800 pontos. O dólar, por outro lado, era negociado a R$ 5,269, com alta de 0,23%. No acumulado do ano, a divisa estadunidense sobe quase 2% frente à moeda brasileira.
Após a participação do presidente da Petrobras (PETR4), Joaquim Silva e Luna, em plenário na Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Arthur Lira, disse que o general terá de dar mais explicações.
Lira quer saber qual é a participação da estatal na alta dos combustíveis nos últimos meses. Ele disse que não defende um tabelamento de preços, mas quer que a Petrobras divida a riqueza com o povo brasileiro.
Na Câmara, Silva e Luna lembrou que a Petrobras paga R$ 20 bilhões anuais em dividendos para a União e cerca de R$ 540 bilhões em royalties. Após as declarações de Lira, as ações da empresa chegaram a cair 3%, mas se recuperaram.
O que mais movimenta o Ibovespa hoje
- Setor de saúde segue agitado com aquisições;
- Minério de ferro derruba mineradoras e siderúrgicas;
- Vendas no varejo surpreendem nos Estados Unidos.
Rede D’Or, Hapvida e SulAmérica agitam setor
Hoje, o noticiário corporativo foi agitado por grandes players do setor de saúde.
A Rede D’Or (RDOR3) comprou 90,3% do Hospital Novo Atibaia, além da sociedade que detém os imóveis onde se localiza o hospital. A aquisição deve envolver o montante de R$ 296,3 milhões.
“Apesar da aquisição ser considerada relativamente pequena, quando comparada ao tamanho da Rede D’Or, a empresa segue com a sua promessa anunciada no IPO de ser um forte consolidador”, diz a Guide Investimentos.
A aquisição, ainda em fase inicial, ainda deve ter condições averiguardas e ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Posteriormente, a autarquia também trabalhará sobre a aquisição da HB Saúde, mas ainda não se sabe quem ficará com a empresa.
SulAmérica (SULA11) e Hapvida (HAPV3), que já disputavam o negócio, elevaram as propostas nesta quinta. A nova oferta da primeira é de R$ 563 milhões (ante R$ 485 milhões) por 100% da HB Saúde; enquanto a segunda propõe o pagamento de R$ 650 milhões (ante R$ 450 milhões) pela totalidade da companhia.
Fundada na década de 1990, a HB Saúde tem 67% de sua carteira constituída por usuários de planos coletivos. Atualmente, a HB Saúde possui 129 mil beneficiários de planos de saúde e 25 mil beneficiários de planos odontológicos.
“Vemos a notícia como negativa, uma vez que, diferentemente da Rede D’Or que tem sido disciplinada nas suas aquisições, essa disputa pode inflacionar os ativos de saúde podendo ter desdobramentos no setor”, comenta a Ativa Investimentos.
Isso se reflete na Bolsa. As ações da SulAmérica, assim como as ações da Hapvida, tem leve queda no pregão.
Minério de ferro faz preço na Bolsa
Pelo quarto dia consecutivo, as ações da Vale (VALE3) amargam perdas no Ibovespa. Hoje, a empresa cai cerca de 2,5%, com mais uma derrocada do minério de ferro.
A cotação dos contratos futuros da commodity já encosta em US$ 100 a tonelada. Vale lembrar que em maio deste ano, a cotação atingiu US$ 220.
Dados industriais da China, divulgados nesta semana, mostram uma produção de aço em menor escala no país. Mas não para por aí.
Informações da China Iron & Steel Association apontaram para uma produção mais baixa no início de setembro. Em agosto, os volumes caíram para o menor nível em 17 meses.
Com o rápido mergulho do minério de ferro, a volatilidade de 30 dias da commodity atingiu o nível mais alto desde 2016 neste mês.
Acompanhando a Vale, as siderúrgicas também recuam no pregão. As ações da CSN (que também é mineradora) lideram as baixas do Ibovespa, com queda de mais de 5%. A Usiminas vem logo atrás.
Vendas no varejo estadunidense sobem em agosto
Inesperadamente, as vendas no varejo norte-americanas subiram 0,7% em agosto, mostrando uma resiliência da demanda norte-americana, mesmo com a ameaça da variante Delta da Covid-19.
O resultado foi positivo a despeito da queda nas vendas de carros, ainda relacionada a escassez de produtos e gargalos em logística.
Em julho, as vendas no varejo haviam caído 1,8%, levantando preocupações sobre a recuperação econômica, uma vez que os gastos das famílias é um importante componente do Produto Interno Bruto (PIB) do País.
Segundo economistas ouvidos pelo The Wall Street Journal, as vendas no varejo podem acentuar seus ganhos daqui para frente, com a população mais vacinada e à medida que o desequilíbrio entre oferta e demanda diminua nas cadeias de produção.
Com a percepção de retomada econômica, os agentes avaliam se o mercado está mais próximo do enxugamento da política monetária acomodatícia do Federal Reserve (Fed). O S&P 500 cai 0,45%, enquanto a Nasdaq recua 0,36%.
Maiores altas do Ibovespa
Confira as altas do índice Ibovespa, por volta das 14h10:
- Hering (HGTX3): +4,77%
- Cielo (CIEL3): +2,93%
- Assaí (ASAI3): +2,15%
- Minerva (BEEF3): +1,88%
- Dexco (DXCO3): +1,84%
Maiores baixas do Ibovespa
No mesmo horário, as maiores baixas do Ibovespa eram:
- Suzano (SUZB3): -3,94%
- Locaweb (LWSA3): -4,10%
- Americanas S.A (AMER3): -4,22%
- Usiminas (USIM5): -4,25%
- CSN (CSNA3): -5,13%
Bolsas mundiais
Além do índice Bovespa, confira a cotação dos principais índices mundiais nesta tarde:
- S&P 500: -0,44%
- DAX 30 (Alemanha): +0,23%
- FTSE 100 (Inglaterra): +0,16%
- Euro Stoxx 50: +0,58%
- SSE Composite (Xangai): -1,34%(fechada)
- Nikkei 225 (Japão): -0,62% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
Da mesma forma que o Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última quarta com uma baixa de 0,96%, aos 115.062,54 pontos.