O Ibovespa encerrou o último pregão de maio em queda de 0,50%, em 122.098,09 pontos. No acumulado do mês, o principal índice acionário da bolsa brasileira teve uma variação negativa de 3,04%. No ano, o recuo é de 9,01%.
No fechamento desta sexta-feira, o Ibovespa permaneceu no menor nível desde 13 de novembro passado, então aos 120.410,17 pontos.
Durante a sessão, o indicador Bovespa oscilou entre a mínima de 121.928,86 e a máxima de 122.837,28 pontos. O volume financeiro do dia foi de R$ 32,9 bilhões.
Além de ter sido o pior desempenho desde janeiro, a performance do Ibovespa resultou na maior baixa para o mês desde a queda livre de 10,87% em 2018, período marcado pela grande greve de caminhoneiros, com efeito disruptivo que resultou, então, na maior perda mensal da Bolsa brasileira desde setembro de 2014. Após o mergulho de 2018, o revés de 2024 foi o primeiro para maio.
“Sessão marcada pela cautela após o feriado no Brasil, com agenda doméstica fraca, mas com muitos dados no exterior, especialmente sobre a inflação. Nos Estados Unidos, o PCE, embora dentro do esperado, acabou resultando em volatilidade em Nova York, que abriu bem, depois passou à estabilidade e ao negativo, antes de se recuperar no fechamento”, diz Gabriel Pereira, sócio e especialista da Blue3 Investimentos.
As ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) lideraram os destaques negativos do dia, com queda de 7,72%, a R$ 2,87. A baixa ocorre em meio ao retorno da cobertura do Itaú BBA sobre a companhia, com uma recomendação neutra.
Na contramão do índice acionário, as ações da Petrobras apareceram entre os principais ganhos do dia: Petrobras ON (PETR3) fechou em alta de 3,12%, a R$ 40,70, e Petrobras PN (PETR4) subiu 2,75% a R$ 38,79. A variação positiva dos papéis da companhia vai na contramão da queda da cotação do petróleo no exterior. O Brent para agosto caiu 0,94%, a US$ 81,11 por barril, na ICE. Já o WTI para julho registrou baixa de 1,18%, a US$ 76,99 por barril, na Nymex.
Outro destaque positivo do dia foi a Petrorecôncavo (RECV3). Os papéis da companhia lideraram os ganhos do Ibov, com uma variação positiva de 4,17%, após o anúncio de uma distribuição de Juros sobre Capital Próprio (JCP) de R$ 410 milhões.
Já as ações da Vale (VALE3) ficaram próximas da estabilidade, com leve queda de 0,06%, a R$ 63,20, em meio ao recuo semanal do minério de ferro na China.
Os grandes bancos tiveram desempenho misto, mas predominantemente negativo no fechamento, entre leve ganho de 0,14% – Santander (SANB11) e perda de 1,02% do Itaú (ITUB4).
O que movimentou o Ibovespa hoje?
Com uma agenda pouco movimentada no mercado brasileiro, os investidores acompanharam os dados de inflação nos Estados Unidos, a medida que aguardam indícios de novos cortes de juros no país norte-americano.
“Hoje tivemos dados do PCE vindo em linha com o esperado e isso trouxe uma animação para o mercado. O PCE, na minha opinião, está bem em linha na direção da meta de inflação dos Estados Unidos. E, com isso, as apostas de uma queda de juros ainda nesse ano aumentam”, explica Rodrigo Cohen, analista de investimentos.
O Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE) dos EUA, considerado o principal indicador da inflação no país, registrou uma alta de 0,2% ante março e ficou levemente abaixo das expectativas do mercado.
Além disso, a expectativa de um novo corte de juros na Europa também segue no radar dos investidores. Nesta sexta, Fabio Panetta, presidente do Banco da Itália e membro do Banco Central Europeu (BCE), declarou que a autoridade monetária europeia deve afrouxar sua política monetária nos próximos meses, caso se confirmem as previsões econômicas atuais.
Ainda de olho no exterior, o mercado acompanhou ainda os dados de atividade industrial na China, que recuaram de forma inesperada em maio. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) oficial do setor industrial caiu para 49,5 em maio, ante 50,4 em abril.
“Mesmo com dados do PCE positivos, nossa bolsa aqui sentiu o peso dos papéis ligados a commodities, entre elas, a Vale, que engatou queda hoje após divulgação de dados da atividade industrial que caíram além do esperado”, diz o analista.
Cotação do dólar
O dólar encerrou o pregão em alta de alta de 0,81%, a R$ 5,2508, após oscilar entre R$ 5,1952 e R$ 5,2585. Na semana, a moeda norte-americana subiu 1,60%. Já no acumulado do mês, a variação positiva foi de 1,13%. No ano, o o ganho é de 8,19%.
Apesar da variação positiva no fechamento, a moeda norte-americana oscilou no início da sessão, em meio a divulgação dos dados de inflação nos Estados Unidos.
Bolsas nos EUA encerram de forma mista
Após a divulgação de importantes indicadores econômicos ao longo da semana, os principais índices acionários norte-americanos encerraram a sessão desta sexta-feira sem direção definida, indicando que o mercado ainda apresenta preocupações sobre a política monetária do país.
A Dow Jones fechou em alta de 1,52%, a 38.689,41 pontos, e o S&P500 subiu 0,81%, a 5.277,80 pontos. Por outro lado, a Nasdaq teve uma leve variação negativa de 0,01%, a 16.735,02 pontos.
Maiores altas e baixas do Ibovespa
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Último resultado do Ibovespa
O Ibovespa encerrou o pregão da última quarta-feira (29) em queda de 0,87%, em 122.707,28 pontos.