Na volta do feriado de 7 de setembro, o Ibovespa sofre com seus problemas internos e descola do exterior. Por mais que os mercados internacionais operem entre ganhos e perdas, sem grandes destaques, o maior índice acionário da Bolsa brasileira destoa e caminha para um dos piores dias do ano.
Por volta das 14h20, o Ibovespa recuava 2,83%, aos 114.568pontos. O índice chegou a cair mais de 3% na abertura do pregão. O dólar, reagindo a esse viés cauteloso, dispara 2,38% e volta para a casa de R$ 5,30.
No lado corporativo, a Petrobras (PETR4) abriu teaser para venda de dois campos na Bacia de Santos. Além disso, a Via investiu em três startups, por meio do Via Next, dando musculatura para o banQi.
O que mais movimenta o Ibovespa hoje
- Ameaça de greve dos caminhoneiros;
- Manifestações acirram risco político em Brasília;
- Fusão entre Localiza e Unidas dá mais um passo.
Caminhoneiros paralisam trabalhos em 16 cidades
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, 16 cidades em três estados tiveram paralisações de caminhoneiros na manhã desta quarta-feira (8). Os estados foram Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo.
Mesmo sem apoio formal das entidades ligadas à categoria, caminhoneiros independentes aderiram à paralisação, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo. A movimentação ocorre um dia depois de manifestações pró governo do presidente Jair Bolsonaro.
Líderes da categoria dizem que as pautas defendidas nas manifestações de ontem divergem com as de interesse dos caminhoneiros.
Enquanto na última terça as atenções foram voltadas ao Supremo Tribunal Federal (STF), os caminhoneiros querem reduzir o preço dos combustíveis.
O evento remete à greve dos caminhoneiros de maio de 2018, quando as paralisações chegaram a todo o Brasil. No dia 28 de maio daquele ano, o Ibovespa caiu quase 5%, com as ações da Petrobras tombando mais de 14%.
Manifestações Brasil afora afloram risco político
O feriado de ontem, que marcou o aniversário de 199 anos da independência do Brasil, também será lembrado por uma onda de manifestações em todo o País. Contrários e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro tomaram as ruas.
Após comparecer às manifestações em Brasília, o presidente foi a São Paulo e, na Avenida Paulista, afirmou que não acatará mais nenhuma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ampliando a tensão política.
O Ibovespa abriu em queda de mais de 1%, o dólar avançava e os juros futuros também expandiam os ganhos, com o DI de janeiro de 2027 sendo negociado acima de 10%.
A maior preocupação gira em torno do compromisso com precatórios, aumentou em aproximadamente R$ 40 bilhões para o ano que vem. Esse pode pode ser um entrave ao novo Bolsa Família, prometido por Bolsonaro.
O teto de gastos também corre risco e, caso seja rompido, o risco fiscal pode ser materializado, na visão de especialistas.
Fusão de Localiza e Unidas mais próxima
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitiu um parecer, na noite da última segunda, em que recomenda a aprovação da fusão entre Localiza e Unidas mediante remédios que mitiguem os riscos competitivos para o setor.
Na visão da autarquia, os maiores riscos para a concorrência estão concentrados no Rent a Car (RAC), ou seja, na parte de aluguel de veículos. Segundos com os cálculos feitos pela autarquia, o tamanho da concentração no RAC seria de 70% após a fusão das companhias. Pode ser criada — e vendida — uma terceira empresa para essa segmento.
A recomendação da superintendência é de que se celebre um Acordo em Controle de Concentrações (ACC), com remédios estruturais e comportamentais, que devem ser analisados pelo Tribunal do Cade e pelas empresas envolvidas.
“Embora tais remédios não tenham sido detalhados, consideramos marginalmente positiva a recomendação de aprovação, uma vez que existia risco de reprovação”, comentou a Ativa Investimentos.
“Porém os remédios ainda são peças-chaves que podem, ou não, fazer as locadoras desistirem da fusão, como a venda da marca Unidas por exemplo. A notícia é positiva e devemos ter um desfecho final do Cade nos próximos meses.”
Maiores altas do Ibovespa
Confira as altas do índice Ibovespa, por volta das 14h50:
- Unidas (LCAM3): +8,11%
- Localiza (RENT3): +8,14%
- Suzano (SUZB3): +1,81%
- Marfrig (MRFG3): +1,23%
- Minerva (BEEF3): +0,84%
Maiores baixas do Ibovespa
No mesmo horário, as maiores baixas do Ibovespa eram:
- Méliuz (CASH3): -6,60%
- Americanas S.A (AMER3): -7%
- Via (VIIA3): -7,04%
- Eletrobras ON (ELET3): -7,71%
- Eletrobras PN (ELET6): -7,25%
Bolsas mundiais
Além do índice Bovespa, confira a cotação dos principais índices mundiais nesta tarde:
- S&P 500: -0,26%
- DAX 30 (Alemanha): -1,47%
- FTSE 100 (Inglaterra): -1,47%
- Euro Stoxx 50: -1,13%
- SSE Composite (Xangai): -0,04%(fechada)
- Nikkei 225 (Japão): +0,89% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última segunda com uma alta de 0,80%, aos 117.868,63 pontos.