Ibovespa segue no vermelho e caminha para encerrar semana zerado; BRF (BRFS3) dispara 7%
O Ibovespa deu continuidade ao dia negativo na tarde desta sexta-feira (21), enquanto as Bolsas mundiais também têm negociações mistas. O índice acionário caminha para encerrar a semana praticamente no zero a zero, com a volatilidade sendo o resultado de preocupações no exterior e de bastidores políticos e econômicos em Brasília.
Por volta das 13h51, o Ibovespa caía 0,71%, para 121.826 pontos. O destaque positivo do pregão fica por conta da BRF. Após subir mais de 5% na véspera, as ações da companhia disparam novamente. De forma pública, o noticiário da BRF diz respeito a um investimento de R$ 319 milhões em Minas Gerais.
A empresa quer modernizar e ampliar a capacidade produtiva de sua planta em Uberlândia. Sem motivos aparentes, um investidor comprou mais de 11 milhões de ações da BRF nesta semana por meio da corretora do JP Morgan, conforme relatou o Brazil Journal. O montante equivale a mais de R$ 272 milhões. O movimento que puxou o fluxo nesta semana ocorre em meio ao aumento das ações alugadas a empresa, cerca de 14% do free float.
Ajudando o índice a minimizar as perdas no dia, a Petrobras (PETR4) sobe quase 1%. A petroleira disse que pode receber até R$ 4,4 bilhões em restituição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), após a decisão do STF na última semana.
Para a corretora Guide, a notícia é marginalmente positiva pois deve inflar em ganhos não recorrentes o segundo trimestre da emrpresa. Contudo, o radar do mercado segue ligado após o presidente Jair Bolsonaro voltar a criticar o preço dos combustíveis e falar em “função social” da empresa.
Por outro lado, o Ibovespa é pressionado negativamente mais uma vez pelas empresas ligadas a commodities. A Vale (VALE3) cai quase 2% com mais uma queda do preço do minério de ferro na Bolsa de Dalian, na China. A matéria-prima acumula perdas de 5% na semana. O movimento também puxa CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4).
Essa é a pior semana para a commodity desde março, após ter atingido a máxima histórica no início da última semana, em função da demanda chinesa e conflitos geopolíticos. O governo chinês tem prometido atuar para controlar as altas “irracionais” da cotação do minério de ferro em meio ao temor por inflação.
O dia é fortemente negativo para o setor de construção civil, que cai em blobo. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), nos últimos 12 meses o setor teve a maior inflação dos últimos 28 anos.
Vale ressaltar, também, que este pregão marca o primeiro dia de vencimento de opções sobre ações na B3 com a nova metodologia. Com o objetivo de alinhar a Bolsa brasileira ao vencimento no mercado internacional, a data limite de negociação tornou-se a terceira sexta-feira do mês de vencimento.
Dias de vencimento de opções podem trazer uma volatilidade adicional às empresas mais líquidas da B3 em razão das trocas de posições entre vendidos e comprados nos papéis.
O que sobe e o que cai no Ibovespa
- BRF (BRFS3): +7%
- Azul (AZUL4): +2,54%
- PetroRio (PRIO3): +2,03%
- Embraer (EMBR3): +2,17%
- Unidas (LCAM3): +1,60%
Do lado negativo, os destaques são:
- EzTec (EZTC3): -3,07%
- JHSF (JHSF3): -3,15%
- MRV (MRVE3): -3,94%
- YDUQS (YDUQ3): -5,30%
- Cyrela (CYRE3): -4,35%
Última cotação
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última quinta com uma leve alta de 0,05%, 122.700,79 pontos.
