Ibovespa sobe 1,7%, mas é segurado pelo exterior no vermelho; estatais se destacam

O Ibovespa engata alta no início da tarde desta terça-feira (23), mas é comedido pela onda pessimista que vem do exterior. O mercado norte-americano cai pelo sexto pregão consecutivo, maior sequeência negativa desde fevereiro do ano passado, ainda nos primórdios da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

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Por volta das 13h45, o Ibovespa subia 1,75%, para 114.642 pontos, com destaque para as empresas estatais. Após o susto com a interferência do presidente Jair Bolsonaro na Petrobras (PETR4), as ações da petroleira disparam 9% e sustentam o índice no azul. O Banco do Brasil (BBAS3) também avança 6,61%, após o tombo de mais de 11% ontem.

Outro destaque interno são os resultados de Itaúsa (ITSA4) e CSN (CSNA3). Enquanto a holding acionista do Itaú teve um lucro líquido de R$ 3,66 bilhões no quarto trimestre do ano passado, a siderúrgica teve um ganho de R$ 1,13 bilhão, triplicando o lucro na comparação anualizada.

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Lá fora, o que segura os mercados é a expectativa pela alta da inflação e a guinada do rendimento dos títulos públicos, o que passa a retrair a atratividade dos ativos de risco, como as ações — sobretudo de empresas de tecnologia.

As big techs, principais impulsionadoras do mercado em meio à pandemia desde o ano passado, agora parecem ser os catalisadores do temor dos investidores. A justificativa para esse movimento ocorre em todo o mundo.

Com as taxas de juros em patamares mínimos na história, os fluxos de caixa futuros das empresas ditas promissoras e inovadoras valem mais, justificando os altos múltiplos pagos por companhias do setor. Com a elevação da taxa de juros, as empresas veem sua lucratividade no futuro valer menos, pois a taxa de desconto será maior.

Nasdaq, Bolsa de tecnologia, cai mais de 5% na última semana. Ibovespa, por questões internas, acompanha baixa.

Esse “pé atrás” dos investidores também é elevado pela expectativa de aumento da inflação nos Estados Unidos, o que poderia fazer o Federal Reserve (Fed) voltar a subir a taxa de juros da economia antes do esperado — hoje, a taxa referencial está entre 0% e 0,25%.

O que sobe e o que cai no Ibovespa

  • Eletrobras (ELET3) dispara 12,35%, recuperando as perdas do último pregão em meio às novas expectativas pela privatização.
  • Petrobras (PETR4) passa a subir mais de 10%, devolvendo parte das perdas dos últimos pregões, quando perdeu mais de R$ 100 bilhões em valor de mercado.
  • Cosan (CSAN3) sobe 6,57%, refletindo a contínua alta das commodities.
  • Itaúsa (ITSA4) avança 5,83% após anunciar pagamento de JCP e recompra de ações na ordem de R$ 2,5 bilhões.
  • PetroRio (PRIO3) cai 5,01%, mesmo com o barril de petróleo Brent avançando para US$ 64.
  • B2W (BTOW3) e Lojas Americanas (LAME4) caem 3,83% e 4,63%, respectivamente, corrigindo os preços após o anúncio da fusão.
  • CSN (CSNA3) recua 1,85%, mesmo com a apresentação do lucro acima do consenso esperado pelo mercado.

Embora tenha apresentado um forte lucro líquido, puxado pelos estímulos chineses desde o início do ano passado e as melhores perspectivas para a demanda por cimento, a Ativa Investimentos observou alguns pontos negativos no balanço da CSN.

A queda na produção de açõ e o clima desfavorável para a produção de minério, sobretudo por conta da sazonalidade, foram dois deles. A casa atribui o resultado como positivo, embora o mercado entenda de forma contrária nesta manhã.

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“Após a normalização dos estoques no primeiro semestre deste ano a demanda por aço pode se mostrar menos intensa e, além disso, a retirada gradual de estímulos na China pode levar o preço do minério a um patamar menor do que o presenciado nos últimos meses”, pontua a Ativa.

Última cotação

Da mesma forma que o Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última segunda-feira (22) com uma forte queda de 4,87%, a 112.667,70 pontos.

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Jader Lazarini

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