O Ibovespa abriu em alta nesta terça-feira (23), procurando se recuperar do maior tombo dos últimos 10 meses. No último pregão, a Bolsa brasileira sofreu com o pessimismo sobre as companhias estatais e de setores regulados, além da pressão vinda do exterior.
Por volta das 10h30, o Ibovespa subia 1,30%, para 114.148 pontos. A Petrobras (PETR4), que equivale a quase 10% do índice considerando as ações ordinárias e preferenciais, abriu em forte alta de 9%, a R$ 23,38. A reunião do Conselho para avaliar a indicação de Bolsonaro para a presidência da empresa acontecerá hoje.
As American Depositary Receipts (ADRs) também sobem em Nova York, reajustando os preços após um tombo de 21% no último pregão. Os investidores reagem à inteferência do mandatário na governança da empresa.
A saída de Castello Branco, que fazia um bom trabalho na redução do endividamento e desinvestimentos na estatal, na visão do mercado, representa uma “perda de credibilidade“, segundo o UBS e BTG Pactual (BPAC11).
Os papéis de empresas estatais, mesmo que não tenham sido citadas por Bolsonaro, além de companhias atuantes em setores regulados, também sofreram ontem. O Banco do Brasil (BBAS3) despencou mais de 11%, a Copel recuou 4,93% e a Cemig tombou 3,45%.
Segundo especialistas, empresas com essas características podem voltar aos patamares de preço da recessão, período marcado por fortes inteferências da ex-presidente Dilma Rousseff.
No front exterior, as bolsas mundiais voltam a operar em queda, pressionadas pelo aumento do rendimento dos títulos públicos norte-americanos e expectativa por uma guinada da inflação. O rendimento das notas do Tesouro de 10 anos avançou para 1,376%, ante 1,370% de ontem.
Uma disparada da inflação, dada a expectativa por uma forte recuperação econômica junto ao possível novo pacote de estímulos fiscais, poderia fazer o Federal Reserve (Fed) voltar a elevar a taxa de juros antes do esperado — atualmente, a taxa referencial está na banda entre 0% e 0,25%.
Na agenda de indicadores econômicos, foi divulgado nesta manhã o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) na zona do euro, que apontou queda de 0,9% em janeiro na comparação anual, em linha com a expectativa de analistas.
Destaques do Ibovespa
Confira as maiores altas e as maiores baixas entre as empresas que fazem parte do Ibovespa, por volta das 10h35:
- Petrobras PN (PETR4): +8,67%
- Petrobras ON (PETR3): +7,47%
- BRF (BRFS3): +6,84%
- Banco do Brasil (BBAS3): +5,87%
- Via Varejo (VVAR3): +3,40%
- Intermédica (GNDI3): -1,46%
- B2W (BTOW3): -1,80%
- Embraer (EMBR3): -2,08%
- PetroRio (PRIO3): -2,55%
- Lojas Americanas (LAME4): -3,35%
Mercados internacionais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa agora:
- Nova York (S&P 500) futuro: -0,47%
- Londres (FTSE 100): -0,11%
- Frankfurt (DAX 30): -1,01%
- Paris (CAC 40): -0,02%
- Milão (FTSE/MIB): -0,38%
- Hong Kong (Hang Seng): +1,03%
- Xangai (SSE Composite): -0,17%
- Tóquio (Nikkei 225): +0,46%
Última cotação do Ibovespa
Da mesma forma que o Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última segunda-feira (22) com uma forte queda de 4,87%, a 112.667,70 pontos.