O Ibovespa inicia a semana em queda com as falas de Paulo Guedes antes do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.
Por volta das 10h22 desta segunda-feira (20), o Ibovespa variava negativamente a 0,13%, a 118.329,59 pontos. O mercado está atento às previsões do Banco Central (BC) para o IPCA deste ano.
Além disso, segue no radar dos investidores a declaração do ministro da Indústria e da Tecnologia da Informação da China acerca do crescimento da produção industrial.
Davos
O ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, e sua equipe irão participar do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. O objetivo mostrar que o Brasil mudou de perspectiva no ano passado.
Para chamar a atenção de potenciais parceiros estrangeiros, a equipe econômica pretende explorar também a possibilidade da entrada como membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já demonstrou seu apoio à entrada do Brasil na organização.
Pouco antes da viagem à Davos, no último domingo (19), Guedes, em entrevista ao programa “Poder em Foco”, disse que o dólar alto e os juros baixos são “o novo normal” do Brasil. Segundo ele, o País saiu do abismo fiscal com a aprovação da reforma da Previdência, e deu espaço para inflação e taxa básica Selic menores.
“Essa combinação maldita de juros altos e câmbio baixo foi revertida. O Brasil, em vez de ser 1 país que tem 1 fiscal frouxo e apertado só no freio monetário, agora controla os gastos do governo, porque gasta muito e gasta mal. Nós queremos que o dinheiro fique no bolso do povo”, afirmou Guedes.
IPCA, segundo o Boletim Focus
Os especialistas das 100 principais instituições financeiras do mercado brasileiro, que contribuem com a elaboração do Boletim Focus, reduziram pela terceira semana seguida a previsão do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
De acordo com a nova previsão, no final do ano, o IPCA será de 3,56%. Mesmo com o aumento da previsão inflacionária para o País nas últimas semanas, segundo o Boletim Focus, a inflação continua abaixo da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano, de 4%. A meta tem uma tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo ir de 2,5% até 5,5%.
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Além disso, o Banco Central (BC) voltou a elevar a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2,31%. Há duas semanas, a previsão era de 2,28%. Para 2021, a previsão continua em 2,5%
Quanto à taxa básica de juros do País (Selic) permanecerá em 4,5%, atual patamar. A previsão se mantém constante há oito semanas consecutivas.
Produção industrial chinesa
O ministro responsável pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China disse, nesta segunda-feira (20), que apesar das grandes pressões sobre o setor, amparada por cortes de impostos e massivo apoio da política monetária, a produção industrial da China pode continuar crescendo.
O setor superou as expectativas em dezembro do ano passado, crescendo 6,9% em relação ao mesmo período de 2018. Este foi o ritmo mais forte em nove meses, fazendo com que o acumulado anual atingisse uma expansão de 5,7%.
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O crescimento da economia da segunda maior economia do planeta recuou para uma mínima de 29 anos de 6,1% no ano passado, em meio à guerra comercial com os Estados Unidos.
Com isso, mais estímulos estão previstos para 2020 à medida que o país procura impulsionar a demanda doméstica que mostra-se devagar.
Última cotação do Ibovespa
Na última sessão, sexta-feira (17), o Ibovespa encerrou em alta de 1,52%, a 118.478,297 pontos.