Mercado

Ibovespa abre em queda; comércio internacional e compras do BC no radar

Jader Lazarini

24/06/2020 10:37

Atualizado em: 17/02/2021 22:45

Compartilhe:

Bolsas na Europa fecham em queda em dia de invasão russa na Ucrânia.

O Ibovespa abriu em queda nesta quarta-feira (24), mesmo após o Banco Central revelar que comprará ativos privados, de empresas e bancos, no mercado secundário.

Por volta das 10h25, o Ibovespa variava negativamente 0,43%, a 95.562,56 pontos. O mercado está atento aos impactos da pandemia no comércio internacional, o que trouxe uma retração nos negócios dos países devido ao fechamento das fronteiras.

Além disso, o Cade vetou a operações entre a Cielo e o Facebook que visava realizar pagamentos diretamente pelo WhatsApp.

No Suno One você aprende a fazer seu dinheiro trabalhar para você. Cadastre-se gratuitamente agora!

Comércio cai drasticamente no 1º semestre, diz OMC

A Organização Mundial do Comércio (OMC) informou, na última terça-feira (23), que o comércio mundial caiu acentuadamente durante os primeiros três meses do ano. Os economistas da organização acreditam que, embora os volumes comerciais registrem um declínio acentuado em 2020, é improvável que eles atinjam o pior cenário estimado em abril.

O volume de comércio de mercadorias caiu 3% em relação ao ano anterior no primeiro trimestre, de acordo com as estatísticas da instituição internacional. As expectativas iniciais para o segundo trimestre, quando o vírus e as medidas de bloqueio associadas afetaram uma grande parcela da economia global, demonstram uma queda de aproximadamente de 18,5%.

Apesar do forte impacto que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) teve nas economias, as respostas ágeis dos governos ajudaram a amenizar a contração global. A organização alega que os declínios são historicamente grandes, mas poderiam ter sido muito piores.

Compra de ativos privados

O Banco Central (BC) informou, na última terça, que definiu os critérios para a compra de títulos do setor privado no mercado secundário, incluindo empresas e bancos.

O estabelecimento das normas do BC para a compra dos ativos passou a ser prevista com a promulgação da emenda constitucional do “Orçamento de Guerra“, no início do mês passado. A medida retira do Orçamento-Geral da União os gastos emergenciais para o combate à pandemia.

“Trata-se de medida visando dar liquidez, proporcionando melhores condições de funcionamento ao mercado secundário de ativos privados, com potenciais benefícios para o financiamento à atividade produtiva em geral”, disse a autoridade monetária central do País.

Saiba mais: Eneva: Dynamo eleva participação acionária na empresa

O diretor de Política Econômica do BC, Fabio Kanczuk, no entanto, já afirmou que a instituição não tem por objetivo utilizar a ferramenta para estimular a economia, e continua na busca da meta central de inflação de 2021.

“Quantitative Easing como política monetária, não. Não é o que o BC tem na cabeça”, disse Kanczuk no final de maio.

Cade suspende operação de Cielo e Facebook

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) impôs, na última terça, uma medida cautelar para suspender a operação de parceria entre Facebook e a Cielo (CIEL3) de pagamentos por meio do WhatsApp.

O negócio, anunciado no dia 15 de junho, consiste na integração entre companhai brasileira e a gigante das redes sociais para ofertar a estabelecimentos comerciais credenciados o recebimento de pagamento por meio da plataforma WhatsApp Business.

Para a Superintendência-Geral do Cade, a operação tem potencial ofensivo que, se gerar efeitos imediatos no mercado, pode acarretar aos concorrentes restrições nas suas atividades.

Confira: PIB da Argentina decresce 5,4% no 1T20, segundo Indec

“A despeito do estágio inicial de apuração dessa operação, há potencialmente consideráveis riscos à concorrência que merecem ser mitigados ou evitados via intervenção deste Conselho, considerando que os efeitos podem derivar da operação em questão e causar danos irreparáveis ou de difícil reversibilidade nos mercados afetados”, informou o órgão.