Após uma série de cortes de projeção do Ibovespa por casas de sell-side, chegou a vez do JPMorgan revisar suas estimativas.
O banco ainda enxerga a bolsa brasileira como a melhor do continente, mas reduziu a projeção do Ibovespa para 135 mil pontos – ante 142 mil na projeção anterior.
Com isso, a expectativa representa um upside de cerca de 10% ante os patamares atuais do índice.
Nesse sentido, a recomendação segue overweight para o Brasil tal como para o Chile. México tem recomendação equalweight e underweight ficam com Colômbia e Peru.
A revisão de tese no Brasil reflete uma deterioração nas expectativas que eram vistas no começo do ano – incluindo as projeções de Selic que deixaram de ser de um dígito e a desancoragem de expectativas sobre o cenário fiscal.
Apesar disso, em um cenário otimista a pontuação do Ibovespa poderia ir para 140,5 mil pontos, segundo o JPMorgan. Já no cenário mais negativo, o índice cairia para um patamar de 113 mil pontos, o que representaria queda de cerca de 7% ante os patamares atuais.
A tese é de que no Brasil as ações estão relativamente descontadas, com múltiplo de 7x em termos de preço sobre lucro, ante uma média histórica que fica em 10 nos últimos 10 anos.
“Acreditamos que, dentro da América Latina, o Brasil continua sendo a melhor opção para investimentos, com potencial de receber fluxos positivos se o cenário externo se acalmar. Isto é especialmente factível agora que a incerteza política está de volta ao México”, diz o JPMorgan.
Os analistas, contudo, ainda esperam que para o ano como um todo, os retornos para a América Latina devem ser, na média, menores do que o de outras regiões de países emergentes.
Ações favoritas do Ibovespa
Os especialistas destacam especialmente, como favoritas, companhias com receita dolarizada e mais resilientes dado o momento atual:
- Suzano (SUZB3)
- Vale (VALE3)
- PRIO (PRIO3)
- Embraer (EMBR3)
- BRF (BRFS3)
Além dessas empresas do Ibovespa, o JPMorgan também destaca o otimismo com a Cemex, uma companhia fabricante de cimentos no México.