O Ibovespa abriu em baixa nesta terça-feira (9), na esteira do tombo do último pregão. Após a anulação de todas as condenações do ex-presidente Lula pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, o maior índice acionário da Bolsa brasileira caiu quase 4%.
Por volta das 10h25, o Ibovespa caía 1%, para 109.524 pontos. Ao longo do último dia de negociações, o índice já operava em queda por conta do mau humor dos investidores estrangeiros, mas afundou de vez no período da tarde após o anúncio. Foram perdidos 3 mil pontos em 30 minutos, por volta das 15h30.
O temor do mercado por uma possível disputa das eleições presidenciais pelo ex-presidente, uma vez que retoma seus direitos políticos, trouxe forte volatilidade ao mercado. Nesta manhã, o dólar também sobe, cotado acima de R$ 5,80.
Lula dará uma entrevista coletiva às 13h30 desta terça no Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo para comentar a decisão de Fachin. O evento será transmitido no site e nas redes sociais do Partido dos Trabalhadores.
Vitor Miziara, responsável pela área de renda variável na Criteira Investimentos, definiu o movimento de ontem como “precificação do Lula elegível”, trazendo incertezas sobre insegurança jurídica. “A precificação foi feita em um dia. Ponto. Mas ainda estamos muito longe das eleições, enquanto algumas pesquisas mostram Lula vencedor, outras Bolsonaro.”
O especialista também reiterou que parte da queda de ontem se dá pela desidratação da PEC Emergencial. “O mercado precificou com certo exagero essa possibilidade da PEC Emergencial ser fatiada, mas a votação já é na próxima quarta-feira e o que está em conversa aparenta ser o congelamento do salário de policiais”, cita. Ambos os movimentos já devem estar no preço, salienta Miziara.
Ainda no front interno, em janeiro de 2021, o volume de serviços no Brasil avançou 0,6% frente dezembro de 2020, na série com ajuste sazonal. A informação foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dados compilados pela Refinitiv apontavam para uma alta de 0,01%.
Esse é o oitavo resultado não negativo consecutivo do setor, perfazendo uma alta de 19,6% no período. O volume de serviços, no entanto, ainda está 13,8% abaixo do recorde histórico, anotado em novembro de 2014.
O avanço da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) atingiu um novo recorde. A média móvel de mortes ultrapassou a marca de 1.500 pela primeira vez na última segunda, décimo dia consecutivo que o recorde é renovado.
Ontem, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) iniciou a produção local de doses da vacina produzida pela parceria entre a AstraZeneca e a Universidade de Oxford. Houve um atraso de quase 20 dias por conta de uma falha técnica. Neste mês, serão produzidas 3,8 milhões de doses, e não as 15 milhões previstas anteriormente.
Também colabora o cenário mais positivo no exterior. As empresas de tecnologia ensaiam uma recuperação na manhã desta terça-feira. O índice futuro da Nasdaq sobe 2%, após uma leve queda no rendimento das Treasuries de 10 anos, dando um alívio aos ativos de risco.
Destaques do Ibovespa
Confira as maiores altas e maiores baixas as empresas que fazem parte do Ibovespa, por volta das 10h30:
- Energisa (ENGI11): +3,37%
- Marfrig (MRFG3): +3,33%
- Magazine Luiza (MGLU3): +2,77%
- Weg (WEGE3): +2,57%
- Minerva (BEEF3): +1,98%
- Bradespar (BRAP4): -2,15%
- Vale (VALE3): -2,36%
- Intermédica (GNDI3): -3,23%
- B2W (BTOW3): -3,30%
- Cosan (CSNA3): -4,47%
Mercados globais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa agora:
- Nova York (S&P 500) futuro: +0,97%
- Londres (FTSE 100): +0,32%
- Frankfurt (DAX 30): +0,22%
- Paris (CAC 40): +0,21%
- Milão (FTSE/MIB): +0,59%
- Hong Kong (Hang Seng): +0,81%
- Xangai (SSE Composite): -1,82%
- Tóquio (Nikkei 225): +0,99%
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última segunda com uma baixa de 3,98%, a 110.611,58 pontos.