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Ibovespa: IRB (IRBR3) brilha na semana, enquanto varejistas sofrem queda; confira as ações que mexeram com índice

Ações para investir

Ações para investir. Foto: iStock


Durante esta semana, o Ibovespa apresentou uma queda de 1,02%, encerrando de 128.106,10 pontos para 126.795,41 pontos. O período foi caracterizado pela divulgação de indicadores econômicos relevantes no exterior, incluindo o Payroll, bem como por especulações relacionadas à possível troca de comando na Petrobras (PETR4).

De acordo com o relatório divulgado pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, conhecido como Payroll, na sexta-feira (5), a economia do país criou 303 mil empregos líquidos em março. Esse resultado superou as expectativas dos analistas, que variavam de 150 mil a 245 mil novos postos de trabalho, com uma mediana de 200 mil.

Além disso, o relatório, conhecido como payroll, revelou que a taxa de desemprego nos EUA caiu para 3,8% em março, em comparação com 3,9% em fevereiro. Esperava-se que a taxa permanecesse em 3,9% no último mês.

A percepção de que o Federal Reserve, banco central dos EUA, provavelmente manterá as taxas de juros estáveis por mais tempo fortaleceu-se, resultando em um aumento dos juros dos Treasuries e dos DIs. Esse movimento contribuiu para pressionar algumas ações brasileiras ligadas à economia doméstica.

Por aqui, o centro das atenções da bolsa brasileira recaiu sobre a Petrobras, após rumores de que o presidente da estatal, Jean Paul Prates, poderia estar próximo de deixar o cargo após desentendimentos com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Há especulações de que Aloizio Mercadante possa ser seu substituto.

“A possível troca de Prates por Mercadante, um nome não muito bem visto pelo mercado, traz preocupação”, diz Faust, da One. “Os rumores são negativos: o mercado já temia havia algum tempo interferência na Petrobras, e entende agora que a empresa pode virar um departamento de Estado, com a possível indicação de Mercadante, que poderia fazer uma limpa e colocar nomes mais alinhados ao governo”, observa Gabriel Meira, sócio da Valor Investimentos.

Maiores altas do Ibovespa da semana

Os resultados positivos em 2023 impulsionaram uma perspectiva otimista para as ações do IRB, que registraram forte alta na semana no índice Bovespa.

Movimento que foi ainda mais realçado com o Citi elevando sua recomendação de neutra para compra e o preço-alvo (R$ 44 para R$ 47) dos papéis. Dessa forma, o IRBR3 teve alta de 13,39% no acumulado da semana, a R$ 42,35.

Já a Hapvida anunciou um lucro líquido ajustado de R$ 330,5 milhões no quarto trimestre (4T23), registrando um aumento significativo de 104,8% em relação ao ano anterior. Enquanto isso, o Ebitda ajustado cresceu 58,6%, atingindo R$ 949,7 milhões.

Embora alguns analistas esperassem resultados fortes, para outros, os números foram uma agradável surpresa, o que impulsionou os papéis, encerrando a semana com alta de 7,30%, a R$ 3,97.

Por sua vez, a 3R Petroleum registrou um aumento de 4,27% ao longo da semana, alcançando o valor de R$ 34,40. Esse movimento foi impulsionado pela proposta feita pela Enauta (ENAT3) para uma possível combinação de negócios.

Maiores quedas do Ibovespa da semana

Sob pressão devido ao aumento da curva de juros futuros, diversos papéis enfrentaram uma semana de perda. A Arezzo destacou-se entre as perdas, com uma queda significativa de 11,97%, fechando a R$ 56,58. Esse mesmo cenário influenciou a queda das ações do grupo Soma, que recuaram 11,96% durante a semana, atingindo o valor de R$ 6,70.

A PetroRecôncavo registrou queda com as negociações de Enauta (ENAT3) e 3R Petroleum (RRRP3) para uma fusão, encerrando a semana com -10,62% a R$ 21,05.

Bolsa em março

Em março, o Ibovespa acumulou queda de 0,71%. Ao converter o índice para dólares, o recuo foi de 1,40% no mês. No ano, a perda é de 7,40%.

A queda do Ibovespa em março ocorreu na contramão dos mercados exteriores, que tiveram o melhor primeiro trimestre desde 2019.

Na visão da XP, questões micro impulsionaram os mercados exteriores no período, enquanto o Ibovespa ficou para trás. Segundo a casa, isso se deu sobretudo por três fatores

Outro fator que impactou negativamente o Ibovespa neste início de ano, segundo o Itaú BBA, foi o atraso no início do ciclo de cortes na taxa de juros dos Estados Unidos, anteriormente previsto para o mês de março. Além disso, segundo a casa, o rali do setor de tecnologia impulsionou os mercados exteriores neste primeiro trimestre, o que não se refletiu no Ibovespa, uma vez que o índice tem poucos representantes do segmento. 

A questão do relaxamento da política monetária nos Estados Unidos também é citada pelo BTG Pactual como um fator prejudicial ao Ibovespa neste início de ano.

“A deterioração das perspectivas de cortes de taxas nos EUA pode explicar os grandes resgates dos investidores estrangeiros em ações brasileiras no acumulado do ano – R$ 24 bilhões saíram de ações brasileiras no primeiro trimestre de 2024, eliminando a maior parte dos R$ 38 bilhões de entradas em novembro/dezembro do ano passado”, diz a casa.

Por aqui, os juros já estão em trajetória de queda, e a discussão é sobre o patamar da taxa terminal. No entanto, isso também é motivo para incerteza, segundo o BTG.

“Para tornar a situação pior, com a recuperação da atividade econômica no Brasil (nossa equipe macroeconômica aumentou a estimativa de crescimento do PIB para 2024 duas vezes somente em março, para 2,3%). Alguns agora pensam que o Banco Central do Brasil pode ter que reduzir o ritmo dos cortes nas taxas de juros – a pesquisa Focus ainda mostra taxas de juros em 9% no final de 2024, enquanto nossa equipe macroeconômica espera 9,5%”, afirma. 

Por fim, as preocupações sobre a situação fiscal no Brasil e as dúvidas sobre a capacidade do governo de gerar receitas extras e cortar despesas foram outros fatores que contribuíram para a queda do Ibovespa em março, segundo a casa.

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