Ibovespa inicia no vermelho, contaminado por exterior e inflação
O Ibovespa deu o pontapé inicial no pregão desta terça-feira (11) em queda. O maior índice acionário brasileiro é influenciado pelo mau humor estrangeiro, com ambos os mercados de olho em índices de inflação.
Por volta das 10h35, o Ibovespa caía 0,90%, para 120.811 pontos. Por aqui, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,31% em abril, abaixo da taxa de 0,93% reportada um mês antes. No acumulado de 12 meses, o indicador tem alta de 6,76%, acima da meta estabelecida pelo governo.
“No ano, o índice acumula alta de 2,37% e, em 12 meses, de 6,76%, acima dos 6,10% observados nos 12 meses imediatamente anteriores”, disse o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em divulgação nesta terça-feira.
“Com o comportamento da inflação dentro do esperado e a abertura das projeções do headline sem grandes desvios, avaliamos que a projeção para o IPCA de 2021 deverá permanecer em 4,8%”, diz o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sachez. “Preliminarmente, projetamos que maio deverá ter variação de 0,64%.”
O dólar opera em alta nesta terça, à espera de dados sobre a inflação nos Estados Unidos. O mercado norte-americano observa as Treasuries de 10 anos acima de 1,6% novamente, trazendo uma percepção de forte aumento dos preços na economia. A expectativa pela inflação no país atingiu o nível mais alto desde 2006.
Os investidores temem que o Federal Reserve (Fed) tenha de elevar as taxas de juros referenciais antes do esperado. O movimento negativo nas Bolsas estadunidenses pesa sobre as companhias de tecnologia, âncoras da recuperação dos mercados desde o ano passado. Ontem, a Nasdaq caiu 2,55%.
Nesta manhã, o BC divulgou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a Selic para 3,5%. Para os integrantes do comitê, levar a taxa, sem interrupção, até o nível considerado neutro levaria a inflação “consideravelmente” abaixo da meta.
“O Copom reafirmou que essa visão para as próximas reuniões pode ser alterada caso haja mudança nas projeções de inflação ou no balanço de riscos”, diz o documento. O colegiado do BC reafirma a noção de “normalização parcial” da política monetária no País.
No mercado interno, as atenções também são voltadas aos balanços corporativos. Na última noite, a Itaúsa (ITSA4) registrou um lucro líquido de R$ 2,2 bilhões no primeiro trimestre, valor 118% superior ao apurado no mesmo período do ano passado.
Hoje foi a vez do BTG Pactual (BPAC11), que teve um avanço de 52% no lucro, para R$ 1,2 bilhões, com a captação de recursos recorde de R$ 76 bilhões no período — mais que a XP, concorrente direta.
Destaques do Ibovespa
Confira as maiores altas e maiores baixas as empresas que fazem parte do Ibovespa, por volta das 10h38:
- CCR (CCRO3): +1,36%
- BB Seguridade (BBSE3): +0,75%
- Telefônica (VIVT3): +0,71%
- Vale (VALE3): +0,41%
- Ambev (ABEV3): +0,24%
- Hering (HGTX3): -2,58%
- Intermédica (GNDI3): -2,73%
- Banco Inter (BIDI11): -3,40%
- Totvs (TOTS3): -4,72%
- Locaweb (LWSA3): -4,85%
Bolsas mundiais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa agora:
- Nova York (S&P 500) futuro: -1,21%
- Londres (FTSE 100): -2,59%
- Frankfurt (DAX 30): -2,38%
- Paris (CAC 40): -2,27%
- Milão (FTSE/MIB): -1,95%
- Hong Kong (Hang Seng): -2,03% (fechada)
- Xangai (SSE Composite): +0,40% (fechada)
- Tóquio (Nikkei 225): -3,08% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
Da mesma forma que o Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última segunda com uma queda de 0,11%, a 121.909,03 pontos.
