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Ibovespa cai com tombo de mais de 6% da Petrobras (PETR4); JBS (JBSS3) dispara 8,1% e Banco do Brasil (BBAS3) recua. Dólar sobe

Ibovespa

Ibovespa. Foto: iStock

O Ibovespa encerrou a sessão de hoje (15) em baixa de 0,38%, aos 128.027,59 pontos, após registrar uma cotação mínima de 127.029,30 pontos, enquanto a máxima foi de 128.645,75 pontos. O volume financeiro somou R$ 27,2 bilhões.

Com o mergulho de Petrobras (PETR3, -6,78%, PETR4, -6,04%) e as perdas nas ações de grandes bancos – Banco do Brasil (BBAS3, -1,29%), Santander (SANB11), -2,06%) – na sessão, o Ibovespa tendeu para baixo nesta quarta-feira.

A notícia que pautou o dia no Ibovespa hoje veio na noite anterior: a substituição de Jean Paul Prates por Magda Chambriard na Petrobras, definida pelo presidente Lula com apoio dos ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil), adversários do ex-senador que teriam presenciado o desligamento com “regozijo”, nas palavras do demitido.

De forma geral, a manobra foi recebida como a consumação de antigo desejo do principal acionista, a União, de influir nas decisões da empresa, especialmente com relação a investimentos que contribuam para a economia girar. Com a chegada de um nome associado ao governo Dilma Rousseff, a impressão inicial é de que lições mal assimiladas do passado – como as encomendas domésticas para impulsionar setores como a indústria naval – estarão de volta com a engenheira Chambriard, ex-funcionária de carreira da estatal e ex-diretora-geral da ANP, a Agência Nacional do Petróleo, órgão regulador do setor.

“Prates tinha conquistado a confiança do mercado. Embora várias das mudanças na estatal – política de precificação de combustíveis, diminuição de dividendos, flexibilização do estatuto – tenham ido contra a geração de valor para os acionistas, a companhia seguia com forte desempenho operacional e boas projeções”, observa o analista Mateus Haag, da Guide Investimentos.

“A indicação de Chambriard para a presidência da Petrobras é negativa – e também o próprio movimento para tirar Prates, da maneira como foi, com atrito e para emplacar um nome mais alinhado ao governo”, diz Gustavo Corradi Matos, CIO da Medici Asset. “Temas como a política de preços, distribuição de dividendos, plano de investimentos, entre outros, são cada vez mais determinados pelo governo e menos pelas demandas do mercado”, aponta o economista Bruno Mori, da Sarfin.

Dessa forma, o foco no noticiário doméstico deixou em segundo plano leitura comportada sobre a inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos em abril, divulgada pela manhã, que contribuiu para recuo nos rendimentos dos Treasuries e avanço dos índices de ações em Nova York neste meio de semana. Destaque para alta de 1,17% no índice amplo (S&P 500) e de 1,40% no de tecnologia (Nasdaq), com as três referências, o que inclui o Dow Jones, em novas máximas históricas.

Já o dólar à vista terminou o dia com uma valorização de 0,12%, cotado a R$ 5,1367, depois de registrar a cotação mínima de R$ 5,1215.

Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, a queda da bolsa de valores hoje não está relacionada ao CPI dos Estados Unidos que veio acima das expectativas.

“A nova gestão, possivelmente menos orientada ao mercado, traz preocupação quanto a intervencionismo na estatal. Mas, de forma geral, não foi um dia tão negativo para ativos brasileiros, com devolução de prêmios nos vértices mais longos da curva de juros doméstica, acompanhando ajuste nos juros futuros americanos após o CPI”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, destacando também a alta no índice de small caps, que reúne ações com menor capitalização de mercado.

“A leitura sobre a inflação ao consumidor nos Estados Unidos mantém sobre a mesa a chance de corte de juros por lá em 2024, possivelmente com primeira redução em setembro”, diz Spiess. “As apostas sobre o número de cortes de juros nos EUA estão se consolidando para os meses de setembro e dezembro – ou seja, dois cortes neste ano”, enfatiza Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.

“O que pesou hoje na bolsa foi a demissão do presidente do CEO da Petrobras, Jean Paul Prates, com a percepção do mercado de interferência política do governo federal na Petrobras, o que o mercado mais teme”, concorda Fernandes.

As ações da Petrobras contribuíram com uma baixa de no mínimo 1.000 pontos na cotação do Ibovespa.

Outra ação que pesa no Índice Bovespa, a Vale (VALE3) caiu 0,29%, com a desvalorização do minério de ferro na China.

Destaques do Ibovespa hoje

Nas maiores altas do Ibov estiveram as ações da JBS (JBSS3) e Porto Seguro (PSSA3), que anunciaram balanços referentes ao 1T24 acima das expectativas do mercado.

A ação da Embraer (EMBR3) também continuou em alta, refletindo a notícia de que uma nova empresa aérea nos Estados Unidos poderia adquirir aeronaves da Embraer antes de comprar aeronaves da Airbus.

“Lojas Renner (LREN3) e CVC (CVCB3) caíram porque são empresas sensíveis a cenários de juros altos, e ainda refletem o menor corte na Selic e uma ata do Copom mais dura”, afirma o especialista.

Mesmo com o enfraquecimento do dólar frente a outras moedas depois do anúncio do CPI dos EUA, no Brasil o dólar realizou uma movimentação inversa, avançando até a tarde desta quarta em 0,30%, diante da busca dos investidores em posição para hedge na bolsa de valores brasileira com a venda de papéis da Petrobras.

Os juros futuros abriram o dia em alta, diante da inflação americana arrefecendo, mas operaram próximos à estabilidade, em reflexo das “apostas de 2 cortes de juros nos EUA, e só não viraram para o terreno negativo por declarações na entrevista do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que falou sobre a alta das expectativas de inflação aqui no Brasil, e manteve o tom duro da ata do Copom”, explicou Fernandes.

Maiores altas do Ibovespa

Maiores quedas do Ibovespa

Último fechamento do Ibovespa

O Ibovespa encerrou a sessão de ontem (14) em alta de 0,28%, aos 128.515,49 pontos.

Com Estadão Conteúdo

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