Ibovespa fecha em leve alta com Petrobras (PETR4) no sobe e desce; Magazine Luiza (MGLU3) salta e Casas Bahia (BHIA3) recua
O Ibovespa encerrou a sessão de hoje (4) com uma valorização de 0,09%, aos 127.427,53 pontos. A mínima foi de 127.177,66 pontos, enquanto a máxima foi de 129.628,13 pontos. Já o volume financeiro somou R$ 31,1 bilhões.
Com Petrobras devolvendo no fechamento (PETR3, -0,46%; PETR4 -1,41%) o que se via no início da tarde, quando a PETR3 subia mais de 3% e a PETR4 mais de 2%, o Ibovespa não conseguiu sustentar os 129 mil pontos no fim da sessão – nem mesmo os 128 mil -, após ter operado nesta quinta-feira no maior nível intradia desde 1º de março, no melhor momento aos 129.627,13 pontos (+1,81%).
O assunto do dia foi a Petrobras, cujas ações subiram e desceram ao sabor das notícias sobre a estatal em torno de uma possível troca de comando e a volta da discussão sobre os dividendos extraordinários.
Com o desempenho de hoje, o IBOV mantém perda de 0,53% na semana e no mês.
Com a virada em Petrobras em direção ao fechamento, o Ibovespa hoje flertou com o negativo na sessão, tocando na mínima os 127.177,66 pontos, saindo de abertura a 127.312,69.
“Depois de vários dias de abertura na curva de juros em todos os vértices, parecia que a sessão seria mais saudável, com propensão a risco e fluxo [até o meio da tarde], aqui e fora, o que levou o Ibovespa a subir mais de 1,5% durante a sessão”, diz Bernard Faust, sócio da One Investimentos.
Por outro lado, mais um dia de correção expressiva do minério de ferro segurou a ação da Vale (VALE3), que caiu 1,11%. Em Cingapura, a commodity cedeu hoje quase 2%, abaixo de US$ 100 por tonelada – os mercados da China estiveram fechados, por feriado.
Em boa parte da sessão na B3, os relatos sobre acordo no governo para o pagamento de dividendos extraordinários da Petrobras “trouxeram força compradora para o papel” da estatal, diz Pedro Coutinho, sócio da The Hill Capital.
Mas a volatilidade se impôs aos negócios com as ações da empresa ao longo desta quinta-feira, tendo de um lado a possível substituição de Jean Paul Prates por Aloizio Mercadante na presidência da Petrobras – o que não agrada ao mercado – e, por outro, a questão, favorável, dos dividendos extraordinários.
“A possível troca de Prates por Mercadante, um nome não muito bem visto pelo mercado, traz preocupação”, diz Faust, da One. “Os rumores são negativos: o mercado já temia havia algum tempo interferência na Petrobras, e entende agora que a empresa pode virar um departamento de Estado, com a possível indicação de Mercadante, que poderia fazer uma limpa e colocar nomes mais alinhados ao governo”, observa Gabriel Meira, sócio da Valor Investimentos.
Assim, o desempenho da ação da Petrobras se descolou de novo avanço nos preços dos contratos futuros da commodity nesta quinta-feira: em Londres, o barril do Brent, referência para a Petrobras, foi a US$ 90,65, em alta de 1,45% – retornando à casa de US$ 90 pela primeira vez desde outubro, em meio à retomada das tensões geopolíticas no Oriente Médio.
Prates recorreu à rede social X para tentar mostrar disposição de permanecer no cargo – ou cair de pé. “Jean Paul vai sair da Petrobras? Acho que após as 20h02. Vai pra casa jantar…E amanhã às 7h09 ele estará de volta à empresa, pois sempre tem a agenda cheia”, publicou o presidente da estatal.
Ibovespa no zero a zero com NY no vermelho
O Ibovespa hoje se descolou das principais Bolsas de Valores de Nova York.
- Dow Jones: -1,35%, aos 38.597,30 pontos;
- S&P500: -1,23%, aos 5.147,26 pontos;
- Nasdaq: -1,40%, aos 16.049,08 pontos.
Segundo Pedro Coutinho, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital, a bolsa de valores hoje mostrou um maior apetite ao risco por parte dos investidores.
“A gente teve uma ata do Banco Central Europeu que veio mais otimista com uma possibilidade de corte de juros crescente. Na minha opinião, o ambiente está favorecendo esse corte”, destaca Coutinho.
“Além disso, saiu um dado de CPI na zona do Euro ontem abaixo do esperado e hoje a gente teve um PMI voltando para o ambiente expansionista na casa dos 50,3. Isso trouxe uma tomada de risco um pouco maior pelo mercado, com investidores olhando mais de perto para a Europa. Acredito até que é interessante o investidor olhar um pouco mais a fundo as bolsas europeias que podem ser boas oportunidades”,
No Índice Bovespa hoje, os ativos mais sensíveis ao ciclo da economia tiveram altas mais fortes, caso de Magazine Luiza (MGLU3), Alpargatas (ALPA4) e Localiza (RENT3). Outra alta do Ibov hoje foi da Azul (AZUL4), que se beneficiou do dólar e petróleo estando mais fracos.
Dentre as quedas do Ibovespa estão as ações da CPFL (CPFE3), que podem ser reflexo de um mercado tomando mais risco, fazendo com que eles migrassem os recursos para ativos mais “atrasados”.
Já a queda de Suzano (SUZB3) acontece em razão do enfraquecimento do dólar, algo que poderia ser negativo para as grandes exportadoras. Casas Bahia (BHIA3) e Arezzo (ARZZ3) também recuraam diante de um movimento de rotação de carteira, com o mercado observando outros players do segmento.
Pedro Coutinho enxerga que as bolsas de valores devem permanecer com um tom mais otimista durante os próximos dias. “A gente tem o CPI nos Estados Unidos no dia 10, que é um dado muito importante para o mercado também. Os investidores estão começando a ter um pouco mais de clareza nas previsões em relação a isso, o que traz um certo otimismo para as bolsas mundiais”, completa.
Maiores altas do Ibovespa
- Magazine Luiza (MGLU3): +4,73%
- Alpargatas (ALPA4): +3,84%
- Tim (TIMS3): +3,16%
- Localiza (RENT3): +3,01%
- Hapvida (HAPV3): +2,82%
Maiores quedas do Ibovespa
- Casas Bahia (BHIA3): -4,37%
- Arezzo (ARZZ3): -2,93%
- Pão de Açúcar (PCAR3): -2,49%
- Grupo Soma (SOMA3): -2,31%
- Cyrela (CYRE3): -1,80%
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Último fechamento do Ibovespa
O Ibovespa encerrou o pregão de ontem (3) em queda de 0,18%, aos 127.318,39 pontos.