Ibovespa abre em leve queda, com mercado avaliando Copom e resultados; Ambev (ABEV3) dispara 8%
O Ibovespa abriu em queda nesta quinta-feira (28), após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em elevar a taxa básica de juros da economia (Selic) novamente. O mercado também avalia a continuidade da temporada de balanços corporativos, com divulgação de empresas relevantes.
Por volta das 10h30, o Ibovespa caía 0,04%, para 106.325 pontos. Em sentido contrário, o dólar avança 0,92%, para a casa de R$ 5,61. Mesmo com a elevação da taxa de juros, a divisa estadunidense não diminui o ritmo e avança 6,65% no acumulado de 2021.
O mercado já precifica as decisões de política monetária. Nos juros futuros, o DI para janeiro de de 2023 sobe 2%, para 11,64%. No caso do DI para janeiro de 2027, a disparada é de 3,67%, para 12,15%.
Em Brasília, as discussões acerca da PEC dos Precatórios tiveram pouco avanço. Os parlamentares votaram para que o projeto seja incluído na pauta da Câmara e possa ser discutida em plenária.
A votação em si, porém, não ocorreu, em função da falta de quórum e resistência de deputados da oposição. A pauta é importante para a abertura de espaço no Orçamento para acomodar parte do Auxílio Brasil. O governo pretende iniciar o pagamento de R$ 400 mensais em dezembro.
O que vai movimentar o Ibovespa hoje
- Copom enxerga Selic em 9,25% no fim do ano;
- Resultados trimestrais de grandes empresas devem fazer preço;
- Inflação do aluguel reverte recuo e volta a subir.
Copom eleva Selic em 1,5 ponto percentual
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a Selic, em 1.5 ponto percentual, atingindo o patamar de 7,75% ao ano.
Foi o sexto aumento consecutivo dos juros – em setembro e em agosto a alta foi de 1 p.p e, nas três decisões anteriores, o BC subiu a taxa em 0,75 ponto porcentual.
O colegiado do BC disse que um aumento da mesma magnitude está previsto para a próxima reunião, em dezembro, em função da desancoragem das expectativas após o fim do teto de gastos. A taxa chegou ao nível mais alto desde outubro de 2017, quando estava em 8,25% ao ano.
“A declaração foi hawkish, com o BC destacando riscos de inflação mais elevados”, comenta o Bank of America. “Esperamos que o BC mantenha o mesmo ritmo de alta para a reunião de dezembro, seguido por outra alta de 100 pontos-base em fevereiro e a última alta de 50 pontos-base em março”, com a Selic chegando a 10,75%.
O Copom vê fim do ciclo de alta da Selic muito abaixo do mercado. As instituições financeiras apontam para juros de até 11% no fim ciclo e o BC está vendo 9,75% no topo, com um corte de juros em 2022, na contramão do que os juros futuros precificam.
Ambev divulga resultado do 3T21; Petrobras e Vale preparam divulgações
O lucro líquido da Ambev (ABEV3) no terceiro trimestre de 2021 foi de R$ 3,71 bilhões. Segundo o resultado divulgado nesta quinta, o valor é 57,4% superior ao de igual período do ano passado, quando a cervejeira lucrou R$ 2,35 bilhões.
A receita líquidada empresa foi de R$ 18,492 bilhões, alta de 20,8% na base anual, impulsionada por maiores volumes consolidados. De acordo com a empresa, foi o maior volume registrado em um terceiro trimestre, com crescimento de 7,7% contra o mesmo período do ano passado.
A dívida líquida no fim de setembro era de R$ 16,76 bilhões, ante R$ 13,99 bilhões em dezembro de 2020. O resultado é bom na visão dos investidores. As ações da Ambev lideram o Ibovespa nesta manhã.
Após o fechamento do mercado desta quinta, a Petrobras e a Vale divulgarão seus números. No caso da petroleira, o mercado espera um lucro na casa de R$ 18 bilhões. Para a mineradora, os ganhos podem chegar a US$ 5 bilhões.
IGP-M acumula alta de 21% em 12 meses
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 0,64% em outubro, ante a queda de 0,64% no mês passado, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta.
O índice, comumente utilizado no reajuste de contratos de aluguel no País, acumula alta de 16,74% no ano e de 21,73% nos últimos 12 meses. Em outubro de 2020, o IGP-M havia subido 3,23%.
“A queda menos intensa registrada no preço do minério de ferro (-21,74% para -8,47%) e o aumento do preço do Diesel (0,00% para 6,61%), que neste caso, ainda não levou em conta o reajuste anunciado no dia 25/10, contribuíram para a aceleração da taxa do IGP-M”, informou a fundação.
Vale lembrar que o IGP-M sofre influência das oscilações do dólar, em função da base nas cotações internacionais de produtos primários, como commodities e metais.
Destaques do Ibovespa
As principais altas no Ibovespa, por volta das 10h32 são:
- Ambev (ABEV3): +8,48%
- BRF (BRFS3): +3,65%
- Multiplan (MULT3): +1,55%
- Telefônica (VIVT3): +1,05%
- Localiza (RENT3): +1,04%
No mesmo horário, as principais quedas no Ibovespa eram:
- YDUQS (YDUQ3): -2,56%
- Dexco (DXCO3): -2,81%
- Getnet (GETT11): -3,21%
- Americanas (AMER3): -3,56%
- PetroRio (PRIO3): -3,83%
Principais índices
Bolsas mundiais
Veja o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do índice Ibovespa:
- Nova York Dow Jones (DJIA) futuro: +0,50%
- Nova York (S&P 500) futuro: +0,52%
- Frankfurt (DAX 30): -0,18%
- Londres (FTSE 100): -0,17%
- Paris (CAC 40): +0,50%
- Milão (FTSE/MIB): +0,16%
- Tóquio (Nikkei 225): -0,96% (fechada)
- Xangai (SSE Composite): -1,23% (fechada)
- Hong Kong (Hang Seng): -0,28% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
No fechamento do pregão da última quarta, o Ibovespa fechou em queda de 0,05%, a 106.363,10 pontos.