Ibovespa cai, aos 99,4 mil pontos; Petrobras (PETR4) sobe e Magazine Luiza (MGLU3) recua
O Ibovespa opera em queda de 0,81% nesta terça-feira (26), aos 99.443 pontos, por volta das 15h45, A sessão é de avanço das ações da Petrobras (PETR4) e queda da Vale (VALE3). As bolsas europeias fecharam em baixa e as norte-americanas seguem em queda, com o S&P 500 cedendo 0,84% e a Nasdaq caindo 1,64%. Dow Jones está em queda de 0,25%.
Entre os principais destaques de alta estão os papéis da Petrobras, que sobem 0,65% nas ações preferenciais e 0,96% nas ações ordinárias (PETR3), impulsionando a cotação do Ibovespa para cima. O avanço da estatal ocorre em meio a alta dos contratos futuros de petróleo e a confirmação da empresa de que o governo solicitou o pagamento antecipado de seus dividendos.
Além disso, as ações da Vale (VALE3) sobem 0,60%, após o minério de ferro alcançar o maior patamar de preço em duas semanas pela manhã, também puxando o Índice Bovespa para uma movimentação de alta.
A 3R (RRRP3) cai 0,43%, descolado do movimento positivo para as petroleiras, enquanto a JBS (JBSS3) tem valorização de 2,50%.
Na ponta negativa, se destacam as ações da Via (VIIA3), com queda de 5,56%, enquanto a YDUQS (YDUQ3) recua 3,91%. A Magazine Luiza (MGLU3) também está entre as maiores baixas, com uma desvalorização de 5,02%, assim como a Cogna (COGN3), que cai 2,70%.
À espera do Fed
“Os mercados estão com menor liquidez”, avalia Edmar Oliveira, da One Investimentos. Segundo ele, o mercado está à espera do Fed, que decide juros nesta quarta-feira (27). “Não acredito que uma alta de 0,75 ponto porcentual esteja dado como certa. Chama a atenção o alerta do Walmart, a gigante varejista dos EUA cortou projeções trimestrais e anuais de lucro”, afirma. Na segunda-feira, o Ibovespa fechou com alta de 1,36%, aos 100.269,85 pontos.
Nem mesmo o alívio na inflação medida pelo IPCA-15 de julho, para 0,13% (de 0,69% em junho e ante mediana de 0,16%) anima o Ibovespa. Em tese, a desaceleração serviria para elevar expectativas de inicio de queda dos juros. No entanto, Marcelo Boragini, especialista em renda variável da Davos Investimentos, pondera que ainda é cedo para esperar recuo da Selic.
Isso porque, explica Boragini, a redução de ICMS e tarifas federais sobre itens como energia e gasolina expira no fim do ano. Com isso, as estimativas já apontam para aceleração da inflação em 2023. “Então, ainda não dá para começar a se pensar em corte da Selic. O ‘cheiro’ (sinal) do Copom é a de que vai esperar mais dados para se cogitar corte. O mercado já tem certeza do efeito rebote das medidas de alívio do ICMS e isso que traz esse desconforto, de uma Selic indo a 13,75%, e já há quem estime em torno de 14%”, diz.
Na outra ponta, a cautela retratada externamente reflete a espera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), na quarta.
Na avaliação do economista e consultor financeiro Álvaro Bandeira, seria importante o Ibovespa manter a marca dos 100 mil pontos a fim de mirar novamente nos 103 mil, 104 mil pontos. “Mas o dia e a semana serão definidos pela safra de resultados de importantes empresas aqui e lá fora, decisão do Fed, sob possibilidade de elevar juros, mas já fraca alta de 0,75 por conta da desaceleração da economia nos Estados Unidos”, avalia em comentário matinal a clientes e à imprensa.
Após o fechamento da B3, saem os resultados do segundo trimestre da Telefonica (Vivo), Carrefour e Neoenergia. Nos Estados Unidos, saem os números da Alphabet e Microsoft. Já saíram os dados do McDonald’s, GM, ADM, UBS e 3M, entre outros. Além disso, Walmart cortou suas projeções trimestrais e anuais de lucro.
A valorização do minério de ferro para setembro em Dalian de 5,57% deve beneficiar as ações ligadas ao setor na B3, bem como a alta de quase 2% nas cotações do petróleo lá fora.
Notícias que movimentam o Ibovespa hoje
- Petrobras confirma solicitação do governo para pagamento antecipado de dividendos
- Conselho de administração da B3 aprova realização da sexta emissão de debêntures
- Minério de ferro atinge máxima de duas semanas; Petróleo também avança
Petrobras confirma solicitação do governo para pagamento antecipado de dividendos
Um dos assuntos que mexem com o Ibovespa hoje é a Petrobras. A estatal confirmou o recebimento de um ofício da Secretaria Especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia no último dia 22 de julho sobre o pagamento antecipado de seus dividendos.
Esse anúncio ocorre após o jornal Valor Econômico ter noticiado que a estatal estaria estudando antecipar o pagamento de seus proventos aos acionistas, referente aos resultados financeiros de 2022. A Petrobras informou que todas as solicitações presentes no referido ofício já constavam em sua Política de Remuneração aos Acionistas.
A empresa aponta que não há nenhuma decisão tomada sobre novos pagamentos de dividendos no ano de 2022, já que os resultados financeiros do segundo trimestre vão ser divulgados no próximo dia 28 de julho, quando o conselho de administração vai poder deliberar sobre eventuais pagamentos de dividendos.
A Petrobras diz que “todas as decisões serão tomadas alinhadas à política, sempre respeitando os princípios de perenidade e sustentabilidade financeira de curto, médio e longo prazos”.
Conselho de administração da B3 aprova realização da sexta emissão de debêntures
Outro assunto que pode movimentar o valor do Ibovespa é a B3. O conselho de administração da companhia aprovou nesta segunda-feira (25) a realização da sexta emissão de debêntures simples.
A emissão da B3 será realizada em série única e as debêntures possuem prazo de 5 anos, com amortizações em duas parcelas iguais em agosto de 2026 e agosto de 2027. Além disso, o montante total é de R$ 3,0 bilhões.
A emissão das debêntures da B3 conta com o pagamento semestral de juros a Taxa DI, acrescida de spread que será definido conforme procedimento de bookbuilding e limitado a 1,33% ao ano.
A B3 acrescenta que o conselho de administração também aprovou o pré-pagamento de debêntures simples da terceira emissão da companhia, condicionado à emissão e liquidação das debêntures da sexta emissão.
Minério de ferro atinge máxima de duas semanas; Petróleo também avança
Outro assunto que impacta na movimentação do Ibovespa é o preço das commodities. O preço do minério de ferro alcançou sua cotação máxima de duas semanas nesta terça-feira (26).
A alta do minério de ferro segue com a melhora nas margens de siderúrgicas na China, assim como a ajuda governamental ao setor imobiliário, que vem enfrentando dificuldades que poderiam aumentar a demanda da commodity.
O contrato futuro de minério de ferro para setembro na Dalian Commodity Exchange da China terminou com um avanço de 5,6%, cotado a 748,50 iuanes a tonelada.
Enquanto isso, os futuros do petróleo Brent têm alta de 1,81%, por volta das 9h55, enquanto o WTI se valoriza 1,66%.
Maiores altas do Ibovespa
Por volta das 10h20, as 5 maiores altas do Ibovespa eram:
- PETR4: +2,61%
- PETR3: +2,37%
- RRRP3: +1,88%
- JBSS3: +1,39%
- RAIL3: +1,28%
Maiores baixas do Ibovespa
Por volta das 10h20, as maiores baixas do Ibovespa eram:
- VIIA3: -4,37%
- YDUQ3: -3,91%
- MGLU3: -3,23%
- COGN3: -2,70%
- BPAN4: -2,50%
Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira (25) em alta de 1,36%, aos 100.270 pontos.
(com informações do Estadão Conteúdo)