Ibovespa fecha em queda após ata do Copom; Petrobras (PETR4) tem leve alta e Vale (VALE3) recua
O Ibovespa fechou em queda de 0,24%, aos 119.090 pontos, na sessão desta terça-feira (8), em dia de baixas das empresas varejistas. Petrobras (PETR4) teve leve alta e Vale (VALE3) recuou.
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) fecharam com leve alta de 0,03% e as ordinárias (PETR3) em queda de 0,1%. Os papéis da Vale (VALE3) encerraram em queda, caindo 0,75%.
Entre as maiores altas na bolsa, estava a Eletrobras (ELET3), com avanço de 2,37%. Locaweb era a maior alta, com 3,24%. Na ponta negativa, liderava a Petz (PETZ3), com perdas de 4,51%.
Os temores quanto ao ritmo da economia da China dão o tom dos negócios na Bolsa brasileira, onde as perdas são praticamente generalizadas. O Ibovespa chegou a testar o suporte dos 117 mil pontos nas mínimas do dia (117.491,95 pontos), mas reduziu o ritmo e tem encontrado algum equilíbrio nos 118 mil pontos. Lideram as perdas as ações de empresas ligadas a commodities, como Vale, siderúrgicas e Petrobrás.
As exportações da China caíram 14,5% em julho ante igual mês do ano passado, após recuarem 12,8% em junho, segundo dados da alfândega do país. O resultado veio pior do que o esperado por economistas consultados pela FactSet, que previam queda de 12,5%. Também no confronto anual, as importações chinesas tiveram redução de 12,4% em julho, mais forte do que a baixa de 5,1% projetada. Nesse ambiente, os preços das commodities internacionais recuam desde cedo, bem como as bolsas pelo mundo.
O mercado brasileiro de ações também dedica o dia à repercussão da ata da mais recente reunião de política monetária do Banco Central e dos resultados do Itaú Unibanco, divulgados ontem no final do dia, que não decepcionaram. O banco teve lucro líquido gerencial de R$ 8,742 bilhões no segundo trimestre, cifra 13,9% maior que o de igual intervalo de 2022. A inadimplência subiu 0,3 ponto porcentual na mesma comparação, para 3%, ainda assim mais baixo que seus concorrentes privados diretos.
Segundo Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, o “efeito China” é o principal motor das ordens de venda na bolsa brasileira, que também reflete uma semana carregada pela divulgação de balanços corporativos, além da expectativa pelo IPCA de julho, a ser divulgado na próxima sexta-feira. Na avaliação dele, a ata da reunião do Copom deixou uma fresta para uma maior flexibilização da política monetária, a depender do comportamento da inflação.
“O IPCA-15 melhor lançou o Ibovespa para além dos 120 mil pontos e o índice cheio talvez gere potencial para a alta”, afirma ele, ponderando a necessidade de melhora no cenário externo e avanço da pauta econômica doméstica.
No radar dos investidores
No radar dos investidores, está a repercussão sobre ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira (8), na qual o Banco Central (BC) afirmou que a decisão de redução da taxa de juros, a Selic, de 13,75% para 13,25% ao ano tem forte compromisso com a reancoragem e dinâmica inflacionária, mas que é ‘pouco provável’ uma intensificação adicional no ritmo de ajustes.
“Dos pontos mais relevantes, na minha opinião, consta que os membros concordavam que havia espaço para corte na Selic. Uma ala queria -0,25 p.p. e a outra queria -0,50 p.p. (ala de Galípolo). Fica claro também que é consenso não aumentar o ritmo dos cortes, esvaziando, portanto, pequenas apostas do mercado de um corte de -0,75% ainda esse ano. Isso não deve acontecer, pelo menos ainda nesse ano”, disse Andre Fernandes, especialista em mercado de capitais e sócio da A7 Capital.
Nesta terça, a reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos demais líderes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) na Cúpula da Amazônia, em Belém (PA), também deve ganhar a atenção dos investidores. O encontro será seguido da adoção da Declaração de Belém.
Na agenda corporativa, a Eletrobras (ELET3) antecipou a divulgação do seus números do segundo trimestre, período em que anotou um lucro líquido de R$ 1,61 bilhão, aumento de 16% ante igual etapa do ano anterior. A receita operacional líquida também cresceu 4% ante igual etapa do ano anterior, para atuais R$ 9,246 bilhões.
Na véspera, o Itaú Unibanco (ITUB4) reportou um resultado recorrente de R$ 8,742 bilhões no segundo trimestre de 2023 (2T23), acima do consenso Refinitiv, que estimava um lucro líquido de R$ 8,652 bilhões e uma alta de 13,9% na comparação anual.
Depois do fechamento do mercado desta terça, 3R Petroleum (RRRP3), CVC (CVCB3) e Méliuz (CASH3) são algumas das empresas que divulgam seus balanços financeiros referentes aos meses de abril a junho deste ano.
Maiores altas e baixas do Ibovespa
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Ata do Copom e dados da China impulsionam dólar
Nesta terça-feira (8), o dólar opera em alta ante o real e outras moedas emergentes, em linha com números mais fracos da balança comercial da China e com agentes de câmbio analisando ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Na véspera, o tom negativo do exterior antes da forte agenda semanal também pesou contra as moedas de países emergentes e os juros futuros subiram.
Perto das 10h30, o dólar comercial subia 0,42%, a R$ 4.942.50.
Ainda no exterior, a agência de classificação de risco internacional Moody’s rebaixou ratings de dez bancos regionais dos Estados Unidos na segunda-feira (7). Além disso, ela também comunicou que outras seis instituições estavam com notas sendo revisadas, diante de lucros menores e maiores custos de financiamento.
Balança comercial chinesa abala mercados asiáticos
As bolsas da Ásia operaram sem direção única nesta terça-feira (8), porém, o quadro negativo predominou. Na China, Xangai registrou queda, após números da balança comercial do País mais fracos que o previsto e com incorporadoras locais ainda em foco, enquanto a Bolsa de Tóquio exibiu ganho modesto.
A Bolsa de Xangai fechou em baixa de 0,25%, em 3.260,62 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, caiu 0,33%, a 2.051,03 pontos. Dados oficiais mostraram mais cedo que as exportações e as importações chinesas caíram mais que o esperado em julho.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng registrou queda de 1,81%, em 19.184,17 pontos, também com dados modestos da balança comercial da China em foco. Há expectativas no mercado local pelos números de inflação chineses, que saem já na quarta-feira local.
Na Bolsa de Tóquio, o Nikkei fechou em alta de 0,38%, em 32.377,29 pontos. Os ganhos de ontem em Nova York colaboraram, bem como a fraqueza do iene, que tende a ajudar os resultados de exportadoras japonesas. Entre os destaques, Meiji Holdings subiu 10,5%, Kawasaki Kisen Kaisha subiu 5,8% e Tokyo Gas, 4,5%.
Em Taiwan, o índice Taiex fechou em queda de 0,70%, em 16.877,07 pontos.
Na Oceania, na Bolsa de Sydney o índice S&P/ASX 200 registrou alta de 0,03%, em 7.311,10 pontos. A praça australiana chegou a subir mais, porém perdeu fôlego depois dos dados da China, importante parceira comercial.
Cotação do Ibovespa nesta segunda (07)
O Ibovespa terminou o pregão de ontem (07) em queda de 0,11%, aos 119.379.50 pontos.
Com informações de Estadão Conteúdo