Ibovespa cai 0,82%, mas acumula alta de 6,16% no mês; Itaú (ITUB4) perde 2,5% no dia

Ibovespa hoje encerrou a quarta-feira (31) em 0,82%, aos 109.522,88 pontos, na mínima do dia. A máxima foi de 111.364,05 pontos. No mês, o índice acumulou alta de 6,16%. No ano, alta de 4,48%. Na semana até aqui, tem perda de 2,47%. O giro foi a R$ 31,4 bilhões.

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Apesar da perda de fôlego nas últimas sessões, aparando ganhos que chegaram a superar 10% nos melhores momentos do mês – parecendo encaminhá-lo então para a melhor performance desde novembro de 2020 -, o Ibovespa teve ainda assim um agosto estelar se comparado à correção nas principais bolsas do exterior.

Dos maiores mercados de fora, apenas Tóquio (+1,04%) conseguiu evitar perdas no mês, que chegaram a 4,64% em Nova York (Nasdaq) e a 5,02% (CAC 40, de Paris) nos centros financeiros da Europa. Melhor desempenho do índice desde janeiro (então 6,98%), o ganho de 6,16% no Ibovespa em agosto fala por si, embora se tenha em vista que a recuperação ocorreu a partir de um fundo do ano a 96 mil pontos, em meados de julho, com retomada que se estendeu ao mês seguinte.

Nesta quarta, pesou sobre as ações de bancos a aprovação, no Senado, de aumento de 1 ponto porcentual, de 20% para 21%, na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) paga pelo setor, até o fim do ano. O texto segue agora para sanção presidencial.

A recente lateralização do índice da B3 com fluxo também mais acomodado nas últimas sessões reflete um grau maior de cautela desde o exterior, especialmente com relação ao ritmo de atividade na China e à resiliência da inflação nas economias centrais, nomeadamente Estados Unidos e zona do euro, o que se reflete em incerteza sobre o grau de ajuste para os juros nas próximas deliberações do Federal Reserve e do Banco Central Europeu (BCE).

Da terça para esta quarta, leitura sobre o índice de atividade oficial para a indústria na China ainda mostrou contração em agosto, em meio à seca e onda de calor que resultaram em cortes de energia e interrupção na operação de fábricas, agravando um quadro já anômalo pelo ressurgimento de surtos de covid-19 e pela retomada de iniciativas de enfrentamento da pandemia por lá. Fora da China, leituras sobre a inflação em economias como a americana e a alemã mostram que o problema e o grau de resposta a ser dado pelas autoridades monetárias permanecem em aberto.

“O dia começou de forma levemente positiva, com dados de emprego mais fracos que o esperado nos Estados Unidos e a queda no preço do petróleo – que traziam alívio ao cenário prospectivo de inflação no país. Porém, os mercados mudaram de direção na parte da tarde, influenciados pela postura mais dura do Fed, recalibrando a perspectiva de alta da taxa de juros no país”, aponta Antônio Sanches, analista da Rico Investimentos.

Assim, até que se conheça na sexta-feira o relatório oficial sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos em agosto, a tendência é de que a cautela persista nos mercados globais. Aqui, a queda na taxa de desemprego, anunciada pela manhã, contribui para a impressão de melhora econômica.

“A taxa de desocupação no trimestre de maio a julho ficou em 9,1%, o que representa 9,9 milhões de pessoas, segundo dados da Pnad Contínua divulgados hoje pelo IBGE. É o menor porcentual de desocupação desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015, quando também foi de 9,1%”, observa a economista-chefe da Reag Investimentos, Simone Pasianotto, que considera que a taxa deve permanecer no “patamar médio de 9%, com alguma movimentação para cima”.

Aqui, os “juros futuros recuaram por toda a curva, precificando o cenário de deflação observado nos últimos indicadores divulgados no Brasil, bem como o recuo das commodities”, diz Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora.

Na B3, ações muito descontadas e a indicação de que o ciclo de ajuste da política monetária está praticamente concluído despertaram o apetite por ativos de risco, tirando o Ibovespa das cordas desde meados de julho. “Muitos fundos entraram e fizeram posição com o Ibovespa ali pelos 100 mil pontos e, agora, estão colocando dinheiro no bolso, reduzindo posição em um movimento técnico, de defesa do portfólio”, diz Luiz Souza, operador de renda variável da SVN Investimentos.

“Muita gente entrou especialmente em Petrobras e Vale, para receber dividendos”, acrescenta Souza, observando que, com o nível de juros atual, torna-se natural colocar parte dos ganhos em caixa. “Em dólar, o Ibovespa teve um dos melhores desempenhos de todas as bolsas em agosto. O BC iniciou aqui bem antes a elevação dos juros. Atraiu-se fluxo e a renda variável voltou a ficar atrativa, quando se traz a valor presente, considerando também o fechamento da curva de juros.”

Assim, se no fim de julho a conversa era sobre retomar a linha de 104 mil e a celebração era o retorno do índice a níveis de junho, agora é saber se o Ibovespa romperá os 114 mil pontos vistos recentemente no intradia, maior patamar desde abril, para carregar a recuperação mais adiante.

Bolsas de Nova York

Os mercados acionários de Nova York terminaram o dia com sinal negativo, nesta quarta-feira. O pregão foi de bastante volatilidade, com indicadores, os sinais do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e notícias corporativas em foco.

  • Dow Jones: -0,88%, aos 31.510,43 pontos;
  • S&P 500: -0,78%, aos 3.955,00 pontos;
  • Nasdaq: +0,56%, aos 11.816,20 pontos.

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dólar à vista fechou em alta de 1,73%, a R$ 5,2015, após oscilar entre R$ 5,1330 e R$ 5,2104. A moeda acumula alta de 0,53% em agosto, mas ainda recua 6,71% no ano.

Os contratos futuros do petróleo estenderam perdas nesta quarta-feira, após a queda de 5% na terça. Indicadores econômicos renovam os temores sobre o crescimento global e o impacto sobre a demanda pela commodity. Nos Estados Unidos, os estoques do petróleo bruto caíram além do previsto, mas os de seus derivados não acompanharam as expectativas. No radar, estão notícias sobre a Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que devem se reunir na próxima semana.

O petróleo WTI para outubro fechou em baixa de 2,28% (US$ 2,09), a US$ 89,55 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para novembro caiu 2,25% (US$ 2,20), a US$ 95,64 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

O ouro caiu novamente nesta quarta-feira, pressionado pelo avanço dos rendimentos dos Treasuries, que sobem em meio à continuidade da postura hawkish de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). O mercado acompanhou comentários da presidente da distrital em Cleveland, Loretta Mester.

O ouro para dezembro terminou em baixa de 0,58%, em US$ 1.726,2 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

No Ibovespa hoje, em dia de pagamento de dividendos e na contramão da queda do petróleo, papéis da Petrobras (PETR3, PETR4) tiveram melhora em relação à sessão de ontem e figuraram entre os maiores ganhos do dia, com +2,94% e +2,47%, respectivamente.

Por outro lado, a Vale (VALE3) terminou em queda de 0,72%.

Pressionados pela aprovação da MP que eleva em 1 pp a CSLL, grandes bancos tiveram forte baixa: Santander (SANB11) caiu -2,26%, Itaú (ITUB4) perdeu 2,53%, Bradesco (BBDC3, BBDC4) recuou 1,80% e 2,52%, nesta ordem, e Banco do Brasil (BBAS3), -1,51%.

A maior valorização da sessão ficou com Méliuz (CASH3), que subiu 3,97%. Em seguida, Pão de Açúcar (PCAR3) ganhou 3,38% e Petz (PETZ3), elevação de 3,24%.

Alpargatas (ALPA4) foi líder no ranking negativo, com queda de 5,54%. Ainda se destacaram na lista Magazine Luiza (MGLU3), cedendo 5,32% e Braskem (BRKM5), com -4,84%.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

Petrobras (PETR4) paga primeira parcela de dividendos bilionários

Petrobras (PETR4) anunciou que pagará nesta quarta-feira (31) a primeira parcela de dividendos aprovados por seu Conselho de Administração no dia 28 de julho.

Na ocasião, a Petrobras aprovou um ‘megadividendo’ de R$ 87,8 bilhões em rendimentos referentes ao segundo trimestre.

O valor bruto a ser pago hoje corresponde a R$ 2,939 em dividendos e R$ 0,427 em juros sobre o capital próprio, resultando em R$ 3,37 por ação em circulação (tanto as preferenciais quanto as ordinárias).

Os juros sobre o capital próprio terão imposto de renda retido na fonte, à alíquota de 15% — com exceção para acionistas comprovadamente imunes, isentos ou domiciliados em países ou jurisdições para os quais a legislação estabeleça tratamento diverso.

O segundo pagamento da parcela, de R$ 3,66 por ação, será realizado no dia 20 de setembro, por meio de dividendos.

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Lojas Renner (LREN3) assume novas metas de sustentabilidade até 2030

Lojas Renner (LREN3) anunciou nesta quarta-feira (31) seu novo ciclo de compromissos públicos de sustentabilidade até 2030, depois de cumprir as metas estabelecidas entre o período de 2018 a 2021. Ao todo, são 12 novos objetivos.

As metas incluem, ao longo dos próximos oito anos, a transição para a descarbonização do negócio, a partir de métricas que criam condições para a companhia chegar à neutralidade climática até 2050, em linha com o Acordo de Paris, que estabeleceu o desafio global de limitar o aquecimento médio do planeta a 2ºC acima dos níveis pré-industriais.

A primeira fase deste compromisso envolve alcançar uma redução das emissões até 2030. A Lojas Renner quer que as roupas desenvolvidas por suas marcas próprias emitam 75% menos CO2.

No ano passado, a companhia registrou diminuição de 35,4% nas emissões corporativas absolutas de dióxido de carbono (CO2) em comparação com o inventário de 2017, superando a redução de 20% projetada originalmente.

Ao mesmo tempo, alcançou o marco de 100% do consumo corporativo de energia a partir de fontes renováveis de baixo impacto (solar, eólica, pequenas centrais hidrelétrica e biomassa), frente à previsão inicial de 75%.

Outra meta é que todas as marcas da Lojas Renner contem com fornecedores certificados através de critérios socioambientais. No fim de 2021, 100% da cadeia global de fornecimento de produtos da marca tinha certificação.

Ainda está prevista a implantação de sistemas de rastreabilidade em 100% dos produtos de vestuário feitos com algodão, além de avanços nos controles de origem das demais matérias-primas têxteis.

Na área social, a companhia se compromete a ter no mínimo 50% do total de cargos de liderança ocupados por pessoas negras até 2030, o que corresponde a um crescimento de 18 pontos percentuais em relação à participação atual. No mesmo período, a companhia pretende ter no mínimo 55% da alta liderança formada por mulheres, 6 pontos porcentuais a mais do que o cenário atual.

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Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: -0,82%
  • IFIX hoje: +0,64%
  • IBRX hoje: -0,74%
  • SMLL hoje: -0,45%
  • IDIV hoje: -0,36%

Cotação do Ibovespa nesta terça (30)

Ibovespa fechou o pregão da última terça-feira (30) em queda de 1,68% aos 110.430,64 pontos

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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