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Ibovespa cede 0,81%, com estatais no negativo; Eletrobras (ELET3) e Petrobras (PETR4) caem

Ibovespa

Ibovespa hoje. Foto: Pixabay.

Ibovespa hoje fechou a segunda-feira (30) em queda de 0,81%, a 111.032,11 pontos, após oscilar entre 110.655,46 e 112.690,15 pontos. O volume financeiro foi de R$ 19,4 bilhões, abaixo da média.

Sem a referência de Nova York no feriado pelo Memorial Day, o índice Bovespa se inclinou a uma pausa para realizar lucros, vindo de sete sessões nas quais não registrou perdas.

Faltando apenas a sessão de terça-feira para o fechamento do mês, o índice acumula ganho de 2,93% em maio. Assim, retoma a trajetória positiva que prevaleceu entre dezembro e março, interrompida em abril (-10,10%), quando registrou a segunda maior perda do período da pandemia, atrás apenas de março de 2020 (-29,90%). No ano, o Ibovespa sobe 5,92%.

Em dia de agenda relativamente esvaziada pelo feriado nos Estados Unidos, alguns sinais positivos chegaram da China, com o registro dos menores números de contaminação por covid-19 em três meses, observa em nota a Nova Futura Investimentos. Foi destacado também que o “plano com 50 políticas, inclusive volta ao trabalho presencial”, delineado por autoridades do país, contribuiu para uma sessão asiática positiva assim como, um pouco mais tarde, também na Europa. Em Dalian, o minério de ferro teve alta de 2,81%, a US$ 131,87 por tonelada.

“A China reabrir é muito interessante, na medida em que volta a tracionar a economia com estímulos que ajudam o minério e as empresas de siderurgia, com efeito sobre preço e demanda no setor. Também é um dos países que mais consomem petróleo, o que tende a mantê-lo em nível alto”, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.

Contudo, em dia de avanço acima de 1% para o Brent de julho, na casa de US$ 121 por barril, as perdas em Petrobras (PETR4) chegaram a superar 4% no pior momento, estendendo a correção da sexta-feira ante incertezas sobre a resiliência da política de preços da estatal, sob ataque tanto do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) como também de seu principal opositor na eleição, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Com relação à Petrobras, todos esses ruídos são ruins, recuando 7% frente à máxima. O diesel está em falta globalmente: há uma questão de refino colocada mundialmente, não é algo particular”, acrescenta o gestor.

“As ações da Vale (VALE3) foram embaladas pelo bom humor sobre a China, limitando as perdas do Ibovespa, com Petrobras mostrando perdas menores do que as vistas mais cedo. O ruído sobre a política de preços praticada pela empresa coloca seus papéis na contramão da commodity, embora em queda amenizada em direção ao fim do dia”, diz Romero de Oliveira, head de renda variável da Valor Investimentos. Em segundo plano, ele destaca o IGP-M de maio, em desaceleração mas ainda em patamar elevado quando se considera o acumulado em 12 meses, em dia no qual o comportamento dos juros futuros manteve pressão sobre as ações de comércio, varejistas, construtoras e tecnologia.

“Os futuros de Ibovespa abriram no positivo, acompanhando o ritmo das bolsas europeias, mas cederam a partir das 10h com a abertura do mercado à vista. Os juros futuros, principalmente os vencimentos mais longos, tiveram um dia de alta expressiva, ligando o radar para a expectativa inflacionária e colaborando para um dia baixista nas principais ações”, observa Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora.

“As estatais arrastaram o Ibovespa para baixo nesta segunda, com a notícia do adiamento de uma assembleia, anteriormente marcada para hoje, para tratar da capitalização da Santo Antônio Energia, considerada essencial para o andamento da privatização da Eletrobras (ELET3). Além da própria ELET3, as ações da Petrobras, ainda enfrentando incertezas com a recente troca de gestão, e Banco do Brasil (BBAS3) tiveram quedas fortes no dia”, observa Paula Zogbi, analista da Rico Investimentos.

dólar à vista fechou em alta de 0,33%, a R$ 4,7536, depois de oscilar entre R$ 4,6911 e R$ 4,7561.

Os futuros contratos do petróleo fecharam em forte alta nesta segunda-feira (30). O impasse sobre o embargo da União Europeia às importações da commodity russaeo relaxamento da China em relação as restrições da Covid-19 permaneceram dentro do radar, assim como a tensão entre EUA e Irã. O feriado norte-americano ‘Memorial Day’ deixou Nova York sem pregão, deixando a sessão marcada por um menor volume de negócios.

Na Intercontinental Exchange (ICE), o petróleo para agosto encerrou com ganho de US$ 2,04 (+1,72%), a US$ 117,60 por barril. No pregão eletrônico da New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo para julho subia 1,76%, a US$ 117,09 por barril por volta das 14h50 (de Brasília). Os dois contratos rondam os níveis mais altos desde o início de março, há mais de dois meses.

No Ibovespa hoje, sem a referência de Wall Street, e mesmo com a alta do petróleo, Petrobras (PETR3, PETR4) caiu 2,16% e 1,99%, respectivamente, ainda afetada pelas preocupações com a interferência política na gestão da empresa.

Pesou para a Eletrobras (ELET3, ELET6), que perdeu 3,36% e 3,44%, o adiamento da assembleia de Furnas, essencial para a privatização da companhia.

Já a Vale (VALE3) subiu 1,08% e por consequência, a acionista Bradespar (BRAP4) ganhou 1%, com alta do minério de ferro.

Quem liderou a lista das maiores altas de hoje foi BB Seguridade (BBSE3), com +2,62%, seguida por Braskem (BRKM5) que teve alta de 2,57%.

O pregão também foi favorável para ativos de frigoríficos, como Minerva (BEEF3), que valorizou 1,65% e Marfrig (MRFG3), que ganhou 1,65%.

Já na ponta negativa, quem liderou as perdas foi Locaweb (LWSA3), com -4,99%, seguida por MRV (MRVE3) que registrou queda de 4,42% e Yduqs (YDUQ3) com baixa de 4,12%. As ações de tecnologia caíram com a falta de referência das bolsas dos EUA e a alta nos juros, que afetaram também os papéis da Magazine Luiza (MGLU3), em queda de 4%.

Os juros fecharam a sessão regular com alta expressiva em toda a extensão da curva e nas máximas nos principais contratos de Depósito Interfinanceiro (DI). Com alta de 30 pontos-base, os vencimentos longos foram o destaque, refletindo a piora na percepção de risco externo, eleitoral e fiscal. Os mercados fechados em Nova York em função do Memorial Day não só comprometeram a liquidez como deixaram os negócios por aqui vulneráveis a influências de várias ordens.

O setor bancário recuou em bloco: Banco do Brasil (BBAS3) perdeu 2,65% com notícias consideradas negativas, como a manutenção do BB Américas, e uma proposta de reajuste de remuneração de conselheiros, sendo a maior perda entre os pares. Santander (SANB11) cedeu 0,53%, Bradesco (BBDC3, BBDC4) baixou 0,77% e 0,97%, respectivamente, e por fim, Itaú (ITUB4) caiu 0,92%.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

Banco do Brasil (BBAS3) desiste de vender BB Americas e ação desaba mais de 3%

Banco do Brasil (BBAS3) desistiu de vender o BB Americas, sua filial que atua nos Estados Unidos, e deve incorporar os clientes da instituição. A informação foi anunciada pelo colunista do jornal O Globo, Lauro Jardim, nesta segunda-feira (30).

Após a notícia, por volta das 17h, as ações do Banco do Brasil tinham forte queda de 3,2%, negociadas a R$ 35,85. Ainda de acordo com o colunista, 12 mil clientes da divisão deverão ser incorporados, à medida em que a divisão for encorpada.

O Banco do Brasil Americas é uma instituição financeira americana sediada na Flórida e foi constituída em 2012, como sucessor o EuroBank.

A visão é do banco é de que o valor que seria obtido com o desinvestimento é baixo frente à importância da unidade que serve de suporte a clientes brasileiros no exterior.

A venda estava dentro da lista de desinvestimentos do Banco do Brasil que tinha sob orientação o ministro da Economia, Paulo Guedes. No entanto, a análise do mercado já previa que a venda seria uma tarefa difícil porque os bancos brasileiros, potenciais compradores, já têm presença na Flórida.

“O BB Americas é muito pequeno. [A venda] é mais uma matéria de cunho político… porque em termos de impacto econômico é muito pequeno”, disse uma fonte ao jornal O Estado de S.Paulo, na publicação de uma matéria em outubro de 2020.

Suzano (SUZB3) vence leilão de energia no valor de R$ 2,8 bilhões

Suzano (SUZB3) venceu o leilão de energia nova A-4 no mercado regulado, realizado na sexta-feira (27), para o fornecimento de 50 megawatts médio (MWm) pelo valor de R$ 315 megawatts/hora, reajustado anualmente pela inflação a partir de junho.

Segundo o fato relevante da Suzano, o valor total do contrato sem considerar reajuste representa, aproximadamente, R$ 2,8 bilhões.

O volume de energia refere-se uma parcela da geração estimada de energia excedente de 180 MWm da nova planta de celulose em construção no município de Ribas do Rio Pardo no estado do Mato Grosso do Sul, com início das operações previsto para o segundo semestre de 2024.

“A transação é convergente à estratégia de longo prazo da companhia, contribuindo para sua competitividade estrutural e provendo ao grid brasileiro energia renovável de biomassa a partir de árvores plantadas de eucalipto”, informou o documento da Suzano.

Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

Cotação do Ibovespa nesta sexta (27)

Ibovespa fechou o pregão da última sexta-feira (27) com alta de 0,05% aos 111.941,68 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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