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Ibovespa sobe 1,67% e retoma os 101 mil pontos, após Fed; Gol (GOLL4) ganha 10%

Victória Anhesini

27/07/2022 18:28

Atualizado em: 27/07/2022 18:33

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Ibovespa acelera antes do fechamento e sobe 0,85%

O Ibovespa hoje encerra a quarta-feira (27) com alta de 1,67% aos 101.437,96 pontos, após oscilar entre 99.771,55 e 101.471,00 pontos. O giro financeiro ainda decepciona, limitado a R$ 18,8 bilhões em dia de Fed. Na semana, o Ibovespa sobe agora 2,54% e, no mês, 2,94%, limitando a perda do ano a 3,23%.

A marca de encerramento, hoje, foi a maior desde 15 de junho, então aos 102.806,82 pontos, o dia anterior à correção que o levaria, em um primeiro momento, aos 99,8 mil e nas semanas seguintes a mínimas inferiores, até os 96 mil pontos (ou 95 mil no intradia), nos menores patamares desde o começo de novembro de 2020.

Os comentários do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, foram a cereja do bolo de um dia no qual os mercados mostravam disposição para o risco desde a manhã, especialmente em Nova York, com a expectativa de que o tom do BC americano se suavizasse ante os recentes sinais de desaceleração da atividade na maior economia do globo.

Na aguardada entrevista coletiva desta tarde, o presidente do Fed disse que o ritmo de aperto de juros “provavelmente” será moderado, daqui para frente. A suavização da atividade, mencionada pelo Fed no comunicado, já vinha contribuindo para a animação dos mercados, na expectativa por indicações mais “dovish” do que as dos últimos meses, de restrição acelerada das condições de liquidez pelo BC americano ante a resiliente inflação. Apesar da renovação, hoje, do compromisso de conter a elevação dos preços, Powell observou que o Fed já atingiu o nível de juros que a instituição considera “neutro” – ou seja, nem estimulativo nem restritivo à atividade econômica.

“O BC americano seguiu o que o mercado estava esperando e o Powell trouxe observações relevantes, especialmente sobre a moderação do ritmo de alta dos juros. Ele mencionou que os dados de consumo desaceleraram significativamente, embora as condições do mercado de trabalho continuem apertadas, a pleno emprego. Para setembro, deve vir 75 pontos-base de aumento (na taxa de referência). Os juros americanos recuaram, nos vencimentos de 2 e 10 anos, e mesmo ativos como bitcoin tiveram valorização”, diz Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos, chamando atenção também para o fechamento na curva de juros brasileira.

“O aumento de 0,75 ponto porcentual foi o esperado pelo mercado para hoje. E o comunicado (logo após a decisão) também veio dentro do que se esperava. Houve menção nova, à atividade estar desacelerando um pouco, mas sem desprezar que o mercado de trabalho continua muito forte, com taxa de desemprego baixa e contratações em alta”, diz Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. “No comunicado pelo menos, não veio indicado qual seria o ritmo (de elevação) para a próxima reunião, se 0,75 ou 0,50 ponto porcentual”, acrescenta.

“É um espaço de tempo atípico, lá para o final de setembro (21) a próxima reunião. Há muitos dados e indicadores para sair até lá, além do evento de Jackson Hole, onde o Fed costuma mandar recados também. Acho que o plano do Fed era um comunicado mais neutro mesmo. A dúvida era para a entrevista coletiva, onde Powell tem sido mais pressionado pelos jornalistas e tem aberto um pouco seus planos”, observa o estrategista.

Bolsas de Nova York

Os mercados acionários de Nova York registraram avanços robustos, com o Nasdaq em seu maior ganho diário desde 2020. Balanços importantes estiveram em foco e, à tarde, a decisão de política monetária do Federal Reserve, seguida de entrevista coletiva do presidente da instituição, Jerome Powell. Em meio às declarações de Powell, os índices renovaram máximas.

Dow Jones: +1,37%, aos 32.197,59 pontos;
S&P 500: +2,62%, aos 4.023,61 pontos;
Nasdaq: +4,06%, aos 12.032,42 pontos.

O dólar à vista fechou em baixa de 1,84%, a R$ 5,2509, depois de oscilar entre R$ 5,2428 e R$ 5,3504.

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta quarta-feira. O óleo foi impulsionado pela divulgação de queda nos estoques de petróleo e combustíveis dos Estados Unidos. Em seguida, a commodity também foi beneficiada pelo enfraquecimento do dólar, em meio à decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), que subiu juros em 75 pontos-base.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI para setembro encerrou em alta de 2,40%, ou US$ 2,28, a US$ 97,26 – maior nível em uma semana. Enquanto isso, o do Brent para outubro subiu 2,22%, ou US$ 2,21, a US$ 101,67, na Intercontinental Exchange (ICE).

O contrato mais líquido do ouro fechou em leve alta nesta quarta, enquanto o foco está na expectativa pela decisão do Federal Reserve (Fed), às 15h.

A perspectiva do mercado é que o BC americano eleve a taxa básica de juros em 75 pontos-base. Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para agosto subiu 0,08%, a US$ 1.719,1 por onça-troy.

No Ibovespa hoje, o aumento do apetite por risco após a decisão do Fed ajudou as ações da Gol (GOLL4), que liderou as maiores altas do índice com +10,93%, na véspera da divulgação do seu balanço do 2T22.

Em seguida, varejistas alimentares se destacaram pós divulgação de resultados do segundo trimestre: Pão de Açúcar (PCAR3) subiu 8,37% e Carrefour (CRFB3) ganhou 7,28%

As blue chips fecharam no positivo. Petrobras (PETR3, PETR4) valorizou 0,65% e 1,10%, respectivamente, em meio ao anúncio de nova diretriz da estatal, aumentando a supervisão da política de preços pelo conselho de administração. Vale (VALE3) subiu 0,23%.

Com exceção de Santander (SANB11), que caiu 0,46%, todos os grandes bancos do índice fecharam no azul. Banco do Brasil (BBAS3) teve alta de 0,34%, Bradesco (BBDC3, BBDC4) registrou +0,56% e +0,58% nesta ordem, e Itaú (ITUB4) ganhou 0,65%

Telefônica (VIVT3) liderou as quedas, impactada pelo reflexo do balanço do 2T22, com -3,21%. As outras baixas do índice foram: TIM (TIMS3), com -1,59%, PetroRio (PRIO3) perdeu 0,21% e Gerdau (GGBR4) caiu 0,12%.

Maiores altas do Ibovespa:

Gol (GOLL4): +10,93% // R$ 9,03
Pão de Açúcar (PCAR3): +8,37% // R$ 16,32
Carrefour (CRFB3): +7,28% // R$ 17,98
YDUQS (YDUQ3): +7,20% // R$ 13,84
Locaweb (LWSA3): +6,78% // R$ 6,77

Maiores baixas do Ibovespa:

Telefônica (VIVT3): -3,21% // R$ 44,90
Tim (TIMS3): -1,59% // R$ 12,40
Santander (SANB11): -0,47% // R$ 27,84
PetroRio (PRIO3): -0,21% // R$ 23,69
Gerdau (GGBR4): -0,12% // R$ 24,01

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

Gol (GOLL4): Smiles oferece descontos de 30% em passagens aéreas
Klabin (KLBN11) registra lucro líquido de R$ 972 mi no 2T22

Gol (GOLL4): Smiles oferece descontos de 30% em passagens aéreas

O Programa de fidelidade da Gol (GOLL4), a Smiles iniciou a ‘Orange Week’, campanha da marca que garante descontos de até 30% em passagens aéreas com a utilização de milhas. As promoções serão válidas até a próxima segunda-feira, 1° de agosto.

Entre os maiores descontos de passagens aéreas da Gol, estão destinos como o aeroporto de Navegantes (SC), Uberlândia (MG), Belo Horizonte (MG) e Foz do Iguaçu (PR).

Além das ofertas em passagens aéreas, locações de carros em parceria com a Localiza (RENT3) terão 30% de desconto. Reservas em hotéis e passeios também poderão ser realizadas com menos 10% no preço. Compras de moeda estrangeira com a Câmbio Online garantirão 130% de bônus.

Segundo a Smiles, a campanha trará 15% mais ofertas do que a edição anterior. A expectativa da empresa é de que, com a retomada das viagens e a demanda dos consumidores, após as quedas na procura com a pandemia de Covid-19, o evento deste ano provoque um crescimento de 20% em relação ao realizado no ano passado.

“Desenvolvemos uma semana inteira para que os nossos clientes tenham acesso a oportunidades inéditas de desconto e benefícios na nossa plataforma”, diz o diretor de Viagens e Marketplace da Smiles, Rodrigo Possatto.

A reativação e a extensão de milhas podem gerar até 300% de bônus, a depender da categoria do cliente e valor da operação. O Gift Milhas, que possibilita presentear com milhas, terá 60% de desconto.

Klabin (KLBN11) registra lucro líquido de R$ 972 mi no 2T22

A Klabin (KLBN11) registou um lucro líquido de R$ 972 milhões no segundo trimestre de 2022 (2T22), como informou no início desta quarta-feira (27). A cifra corresponde a uma alta de 35% em relação ao lucro obtido no mesmo período do ano passado.

O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) da Klabin foi de R$ 1,990 bilhão, representando um crescimento de 11% no 2T22.

Contudo, a margem Ebitda registou uma baixa de 5 pontos percentuais (p.p) em relação à margem do mesmo período em 2021, ficando em 39% entre abril e junho.

O lucro projetado pelo consenso Refinitiv para a Klabin era de R$ 302 milhões, enquanto o Ebitda da empresa para o período estava sendo estimado em R$ 1,8 bilhão.

“Esta nova e importante etapa de crescimento, aliada à sua jornada de mais de 123 anos de história, reforçam a crença da Klabin no Brasil, em especial no mercado de embalagens de papelão ondulado, o seu compromisso com a criação de valor sustentável para todos os stakeholders e a confiança no seu modelo de negócio integrado, diversificado e flexível”, disse a empresa em comunicado.

No seu relatório, a companhia afirma que um volume de vendas maior, alavancado pelos reajustes de preços dos últimos trimestres em todas as linhas de negócio, mais do que compensaram a pressão nos custos e a valorização do real frente ao dólar no período, promovendo os resultados acima do esperado.

Segundo o relatório, a receita líquida da Klabin atingiu um crescimento de 24% em comparação com o 2T21, totalizando um valor de R$ 5,039 bilhões.