O Ibovespa hoje fechou a sexta-feira (27) em alta de 0,05% aos 111.941,68 pontos, após oscilar entre 111.558,24 e 112.440,80 pontos. Na semana, o índice tem alta de 3,18%. Volume financeiro foi de R$ 23,9 bilhões, abaixo da média.
Embora retardatário em relação a Nova York na sessão e também na semana, o índice acumulou ganho de 3,18% no intervalo, após avanços de 1,46% e de 1,70% nas duas semanas anteriores.
Nesta sexta, após alguma indecisão, conseguiu se firmar em alta e acima dos 112 mil pontos no meio da tarde, mas fechou o dia pouco acima da estabilidade. Faltando apenas duas sessões para o encerramento do mês, avança agora 3,77% em maio, colocando a alta do ano a 6,79%.
Petrobras (PETR4): incertezas e pressão política
A transferência de comando na estatal ainda traz incerteza sobre os preços dos combustíveis, em momento no qual a pressão política sobre a empresa se estende ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que defendeu que o governo, acionista majoritário, venda ações ou privatize a companhia, na medida em que não consegue exercer controle na estatal.
O reforço da pressão política sobre os rumos da Petrobras (PETR4) vem no momento em que nova pesquisa Datafolha, na noite de quinta-feira, sinaliza possibilidade de vitória do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda no primeiro turno.
Inflação e dificuldades econômicas são vistas como os principais indutores do crescimento do polo opositor ao governo, e o domínio da narrativa sobre os preços é fundamental para que o Planalto, ante rejeição especialmente entre os mais pobres, leve o jogo ao menos para o segundo turno.
“O dólar caiu na semana aproximadamente 3%, com algum alívio sobre o ritmo de alta de juros pelo Fed, que pode ficar em três aumentos até o fim do ano. Aqui, a redução do ICMS na Câmara, embora ruim para a arrecadação de estados e municípios, tende a aliviar a inflação, pelo efeito sobre transportes e fretes, entre outros segmentos. Mas há também preocupação agora quanto a falta, possivelmente pontual e restrita a certas regiões, de diesel no segundo semestre, o que teria, por outro lado, impacto de alta sobre os preços”, diz Rodrigo Simões, professor da FAC-SP, especialista em economia e finanças.
“Petrobras está em situação delicada, essas mudanças de presidente trazem incerteza muito grande. O mercado mundial de diesel está muito apertado, com redirecionamento de produção para a Europa, em meio aos problemas guerra por lá. Há um temor considerável de que possa faltar diesel no Brasil no segundo semestre”, observa Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.
Ante a incerteza, a forte valorização acumulada até aqui pelas ações da Petrobras em maio e também no ano (na casa de 30% a 31% para ambas), induz os investidores a “colocar lucro no bolso” no encerramento de semana que antecede o feriado de Memorial Day nos Estados Unidos, aponta Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos. “A Petrobras se valorizou bem e hoje há uma diminuição de exposição, com o investidor embolsando os lucros para não passar o final de semana posicionado”, acrescenta.
Bolsas de Nova York
As bolsas de Nova York fecharam novamente em alta sólida nesta sexta-feira, 27, com a divulgação dos dados do índice de preços dos gastos com consumo (PCE) dos Estados Unidos – medida de inflação preferida do Federal Reserve – pouco mudando as perspectivas do ritmo de aperto monetário da economia americana. Na semana, os índices subiram mais de 6%.
- Dow Jones em alta de 1,76%, aos 33.212,96 pontos;
- S&P 500 ganhou 2,47%, aos 4.158,24 pontos;
- Nasdaq avança 3,33%, aos 12.131,13 pontos.
Na comparação semanal, o Dow Jones registrou alta de 6,24%, o S&P 500 subiu 6,58% e o Nasdaq avançou 6,84%.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,49%, a R$ 4,7382, após oscilar entre R$ 4,7156 e R$ 4,7808.
O petróleo fechou em alta nesta sexta, e acumulou ganhos robustos nesta semana. Nesta sexta, a commodity energética recebeu suporte de temores acerca de riscos para a oferta global, em um mercado já apertado. Além disso, o sentimento favorável ao risco no exterior, com o dólar recuando ante pares globais, também ajudou as cotações dos contratos futuros do barril.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI com entrega para julho avançou 0,86% (US$ 0,98) hoje e 4,34% na semana, a US$ 115,07, enquanto do Brent para o mês seguinte teve alta de 1,22% (US$ 1,39) nesta sexta e de 4,73% nos últimos sete dias, a US$ 115,56.
Os contratos futuros de ouro fecharam em alta, apoiados pela queda dos juros dos Treasuries, à medida que investidores monitoram as perspectivas para o aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega marcada para junho encerrou a sessão com ganho de 0,20%, a US$ 1.851,30 a onça-troy, com avanço de 0,50% na semana. Já o contrato para agosto, agora o mais líquido, subiu 0,18% hoje, a US$ 1.857,30 a onça-troy.
No Ibovespa hoje, os ativos da Petrobras (PETR3, PETR4) figuraram entre as maiores perdas do dia, com 4,17% e 4,76%, respectivamente.
Declarações do presidente da Câmara, Arthur Lira, cogitando a possibilidade do governo vender parte das ações que possui e se tornar minoritário na estatal pesaram sobre os papéis.
Por outro lado, com o petróleo em alta, PetroRio (PRIO3) teve +2,64% figurou nas maiores altas do dia. O topo da lista, porém, ficou com BRF (BRFS3), subindo 4,82% com a notícia de que estaria enxugando gastos, eliminando 25% dos cargos de diretoria. Em seguida, Minerva (BEEF3) ganhou 4,40% e CSN (CSNA3) valorizou 3,10%.
A Eletrobras (ELET3, ELET6) fechou mista, com -1,2% e +0,59%, respectivamente, no dia em que a companhia submeteu pedido de registro da oferta pública de distribuição primária de ações ordinárias, que resultará na privatização da estatal, na CVM e na SEC.
Grandes bancos fecharam no azul, com exceção de Banco do Brasil (BBAS3), em queda de 1,09%. Bradesco (BBDC3, BBDC4) subiu 0,72% e 1,43%, Itaú (ITUB4) ficou com alta de 0,54% e Santander (SANB11) ganhou 1,02%.
Maiores altas do Ibovespa:
- BRF (BRFS3): +4,82% // R$ 15,23
- Minerva (BEEF3): +4,40% // R$ 14,00
- CSN (CSNA3): +3,10% // R$ 22,30
- PetroRio (PRIO3): +2,64% // R$ 28,72
- Alpargatas (ALPA4): +2,53% // R$ 22,73
Maiores baixas do Ibovespa:
- Petrobras (PETR4): -4,76% // R$ 30,60
- Yduqs (YDUQ3): -4,49% // R$ 17,25
- Petrobras (PETR3): -4,17% // R$ 33,74
- Via (VIIA3): -2,99% // R$ 3,25
- Energisa (ENGI11): -2,58% // R$ 43,74
Outras notícias que movimentaram o Ibovespa
- Eletrobras (ELET3): oferta de ações para privatização chega a R$ 30,6 bi; saiba tudo sobre a operação
- Petrobras (PETR4) alerta governo federal sobre risco de falta de diesel
Eletrobras (ELET3): oferta de ações para privatização chega a R$ 30,6 bi; saiba tudo sobre a operação
A Eletrobras (ELET3) protocolou o pedido à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) da oferta pública de ações de distribuição primária e secundária. Inicialmente a companhia vai emitir 627,7 milhões de novas ações no âmbito de capitalização da estatal.
Já a oferta secundária de ações da Eletrobras prevê 69,8 milhões de papéis do BNDESPar, braço do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As ofertas primárias e secundárias também incluem as American Depositary Shares (ADRs), emitidas nos Estados Unidos.
O roadshow, apresentação aos investidores, começa oficialmente hoje, assim como o processo de coleta de preços (bookbuinding). O início do período de reserva será de 3 a 8 de junho. O preço por ação será fixado no dia 9 de junho e o início da negociação das novas ações da Eletrobras está previsto para o dia 10.
A oferta de ações da Eletrobras poderá ter lote suplementar de até 15% das ações da oferta inicial.
O preço estabelecido como referência para a oferta para as ações da Eletrobras é de R$ 44,00, conforme o fechamento de quinta-feira (26), do mercado financeiro. Dessa forma, a oferta envolverá montante de R$ 30,6 bilhões.
Petrobras (PETR4) alerta governo federal sobre risco de falta de diesel
Com o baixo nível dos estoques mundiais e a defasagem de preços em relação ao mercado internacional, o risco de falta de diesel entrou no radar da cadeia do produto, que já tem registro de problemas pontuais. A diretoria da Petrobras (PETR4) enviou no início da semana ofício ao Ministério de Minas e Energia (MME), reforçando o risco de desabastecimento de diesel no País, confirmou uma fonte próxima ao assunto.
A informação já havia sido apresentada às autoridades brasileiras em uma reunião do grupo criado para acompanhar os estoques brasileiros de petróleo e derivados, enquanto a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural de Biocombustíveis (ANP) não assume essa função.
O objetivo do ofício, segundo a fonte, é evitar que uma provável escassez de combustível prejudique a companhia, que já vem alertando há algum tempo o governo sobre o problema de abastecimento.
No ano passado, ainda na gestão do general Joaquim Silva e Luna, a estatal já alertava para a redução da oferta e que não conseguiria atender todo o mercado.
Após conceder os reajustes, Silva e Luna foi demitido, assim como ocorreu com o atual presidente demissionário da Petrobras, José Mauro Coelho.
Sem importar, a Petrobras só consegue abastecer metade do mercado de diesel no País. Se os preços não forem alinhados ao mercado internacional, conforme vem sendo defendido pela companhia, haverá falta de produto.
Um “racionamento seletivo” de diesel já está ocorrendo, segundo o ex-presidente da Fecombustíveis, recém-saído do cargo, Paulo Miranda.
Nos postos com bandeira (com a marca das distribuidoras) não existe ameaça de desabastecimento no momento, mas os postos de bandeira branca (se marca) já estão com problemas de adquirir diesel, segundo ele
O diesel registrava nesta sexta-feira uma defasagem de 4% no mercado interno em relação ao mercado internacional. Para se equiparar aos preços externos, a Petrobras teria que dar um aumento de R$ 0,19 por litro de diesel.
O alto preço do combustível tem preocupado os caminhoneiros, que ameaçam parar novamente o Brasil, como fizeram em 2018. Importadores argumentam que não conseguem importar se a Petrobras não alinhar os preços, já que teriam prejuízo ao trazer o produto mais caro de fora para vender mais barato no País.
Segundo reportagem do Valor Econômico, os importadores reduziram a compra com o congelamento do preço do diesel da Petrobras. A venda do derivado tornou-se menos atrativa comercialmente. A reportagem do jornal indica ainda que o estoque de diesel S10, nos postos do país, é suficiente para 20 dias se a produção interna parar e se suspender a importação. Foi o que informaram produtores e distribuidores de diesel à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: +0,05%
- IFIX hoje: +0,39%
- IBRX hoje: +0,06%
- SMLL hoje: +0,26%
- IDIV hoje: -0,05%
Cotação do Ibovespa nesta quinta (26)
O Ibovespa fechou o pregão da última quinta-feira (26) com alta de 1,18% aos 111.889,88 pontos.
(Com informações do Estadão Conteúdo)