O Ibovespa hoje encerrou a quarta-feira (25) estável, aos 110.579,81 pontos, após oscilar entre 109.699,18 e 111.006,05 pontos. O volume financeiro foi de R$ 23,3 bilhões, abaixo da média, de R$ 30 bi. Na semana, o Ibovespa avança 1,93%, elevando o ganho do mês a 2,51% e o do ano a 5,49%.
Evento mais aguardado do dia, a ata do Federal Reserve – ‘hawkish’ mas em linha com o esperado – chegou a colocar o Ibovespa no limiar mais baixo dos 110 mil pontos, em queda em torno de 0,5%, enquanto Dow Jones e S&P 500 mostravam indecisão e o Nasdaq limitava ganhos.
O que prevaleceu, contudo, ao menos lá fora, foi a visão do copo meio cheio: o viés restritivo da política monetária americana está aí, mas sem surpresas adicionais na tarde desta quarta-feira que cortassem a demanda por ações em Nova York, com as três referências renovando máximas da sessão após a ata.
Após retomada que chegou a devolvê-lo aos 111 mil pontos no melhor momento da tarde, ao final o Ibovespa mostrava estabilidade aos 110.579,81 pontos, em esvaziamento que impediu a quinta alta consecutiva do índice. Aos 111.006,05 pontos na máxima da sessão, atingiu o maior patamar intradia desde 29 de abril (111.819,21).
“Opinião (do Fed) está bem direcionada, uniforme, para que levem a taxa de juros para território mais restritivo, priorizando o combate à inflação, ainda que mencionem risco à atividade”, diz Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, que aguarda aumentos de 0,5 ponto porcentual a cada reunião de política monetária do Fed até o fim do ano, encerrando 2022 a 3,5%. “O ritmo de 0,5 ponto ficou bem claro nesta ata, alinhando as expectativas do mercado e mostrando que não há opiniões divergentes por lá, no Fed, quanto a isso. Veio bem em linha a ata com relação ao que os dirigentes vinham dizendo recentemente”, acrescenta.
“A sinalização do Fed, na ata, foi de aumento de 0,5 ponto porcentual nas duas próximas reuniões, em junho e julho, para tentar segurar essa inflação desenfreada por lá, a maior dos últimos 40 anos. O discurso inicial, do Fed, era de que a inflação seria passageira. Aos poucos foi ajustando o discurso e agora mostra que a política monetária precisará ser um pouco mais apertada, o que já vinha afetando as ações, especialmente as do setor de tecnologia nos Estados Unidos”, diz Welington Filho, especialista em renda variável da Blue3.
Na ata, o Fed observa que será necessário gerir risco nas decisões monetárias, e que será importante avançar rapidamente para política monetária mais neutra (nem estimulativa, nem restritiva). Mas a instituição ressalva que “postura restritiva pode ser necessária, a depender das perspectivas futuras”. O documento observa também que a perspectiva econômica continua “altamente incerta”.
Bolsas de Nova York
As bolsas de Nova York terminaram o pregão desta quarta-feira em alta robusta, após investidores digerirem a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). O documento não surpreendeu o mercado ao reforçar a expectativa por altas de 50 pontos-base do juro em junho e julho.
- Dow Jones em alta de 0,60%, a 32.121,53 pontos
- S&P 500 ganha 0,95%, a 3.979,00 pontos
- Nasdaq avança 1,51%, a 11.434,74 pontos.
O dólar à vista fecha em alta de 0,18%, a R$ 4,8209, depois de oscilar entre R$ 4,8058 e R$ 4,8643.
O petróleo fechou em alta moderada nesta quarta, enquanto o mercado acompanha sinais mistos em relação à oferta global da commodity energética. A queda maior que o esperado nos estoques dos EUA ajudou a sustentar a alta dos contratos.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para julho fechou em alta de 0,51% (US$ 0,56), a US$ 110,33, enquanto o do Brent para o mês seguinte avançou 0,43% (US$ 0,43) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 111,12.
O contrato mais líquido do ouro fechou em queda nesta quarta. No dia da divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que é o grande foco desta data e vai dar sinalizações sobre o aperto monetário da economia americana, o dólar avança ante rivais, o que pressiona o metal precioso.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho encerrou a sessão em queda de 1,02%, a US$ 1.846,3 a onça-troy.
No Ibovespa hoje, a Via (VIIA3) liderou as maiores altas, indo na contramão dos pares do setor, com +6,27%.
Em seguida, MRV (MRVE3) subiu 3,83%, com a notícia de que a sua subsidiária nos EUA, Resia (ex-AHS), anunciou um investimento de R$ 6 bilhões nos próximos anos.
Também se destacaram no terreno positivo SulAmérica (SULA11), que ganhou 3,65%, e Rede D’Or (RDOR3), com +3,46%.
No campo oposto, Banco Inter (BIDI11) liderou as perdas, registrando -6,43%, seguido de Banco Pan (BPAN4), que caiu 5,28% e Americanas (AMER3), que desvalorizou 4,33%.
O setor bancário fechou em queda, com Santander (SANB11) perdendo 2,62%, Itaú (ITUB4) com -1,80%, Bradesco (BBDC3, BBDC4) cedendo 0,95% e 1,13%, respectivamente e Banco do Brasil (BBAS3), que caiu 0,61%.
Já a Petrobras (PETR3, PETR4) valorizou 2,03% e 1,42%, respectivamente, e Vale (VALE3) ficou com leve alta de 0,31%.
Maiores altas do Ibovespa:
- Via (VIIA3): +6,27% // R$ 3,22
- MRV (MRVE3): +3,83% // R$ 9,76
- SulAmérica (SULA11): +3,65% // R$ 25,87
- Rede D’Or (RDOR3): +3,46% // R$ 34,90
- 3R Petroleum (RRRP3): +3,10% // R$ 46,60
Maiores baixas do Ibovespa:
- Banco Inter (BIDI11): -6,30% // R$ 13,24
- Banco Pan (BPAN4): -5,28% // R$ 7,71
- Americanas (AMER3): -4,33% // R$ 21,89
- CVC (CVCB3): -4,25% // R$ 10,82
- Azul (AZUL4): -3,00% // R$ 20,07
Outras notícias que movimentaram o Ibovespa
- Petrobras (PETR4): governo indicará presidente do conselho do BB (BBAS3), diz colunista
- Carrefour (CRFB3): Cade aprova aquisição do Grupo Big com restrições
Petrobras (PETR4): governo indicará presidente do conselho do BB (BBAS3), diz colunista
A dupla de ministros Paulo Guedes e Adolfo Sachsida vão indicar novos nomes para o Conselho de Administração da Petrobras (PETR4), diz o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Assim, as mudanças na Petrobras não serão restritas à indicação de Caio Paes de Andrade para a presidência. Conforme o colunista, o governo vai mudar os seis nomes a que tem direito no colegiado.
Uma das indicadas seria Iêda Cagni, atual presidente do conselho do Banco do Brasil (BBAS3).
Carrefour (CRFB3): Cade aprova aquisição do Grupo Big com restrições
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira (25) a aquisição das lojas do Grupo Big pelo Carrefour (CRFB3), com restrições acordadas anteriormente pelas empresas em conjunto ao órgão regulatório. A decisão dos conselheiros foi unânime.
De acordo com o Cade, será necessário vender algumas das unidades de autosserviço do Grupo Big. Apesar de a empresa não divulgar oficialmente quantas lojas deverão ser vendidas, uma fonte do Valor Econômico informou que seriam 14 unidades.
Inicialmente, a proposta feita pela Superintendência Geral em janeiro indicava a venda de seis unidades. Além disso, a SG sugeriu a aprovação do negócio, com os “remédios” mencionados.
A SG ressalta os “remédios comportamentais” com três elementos, já que as companhias são concorrentes em três mercados:
- Comércio varejista de autosserviço (envolvendo supermercado, hipermercado, atacarejos e clubes de compras);
- Atacado de distribuição de produtos primordialmente alimentícios e outros bens;
- Revenda de combustíveis no varejo.
A autarquia observa que o cenário após da operação não tem potencial de gerar preocupações concorrenciais nos mercados de atacado de distribuição e de postos de combustíveis. Também em relação ao setor de varejo de autosserviço, a Superintendência afastou riscos concorrenciais na maioria dos mercados relevantes.
A compra do Grupo Big pelo Carrefour ficou em R$ 7,5 bilhões e envolve a aquisição de 386 unidades de varejo de autosserviço, 15 postos de combustíveis e 11 centros de distribuição para realizar atividades atacadistas do Big, controlado pela gestora Advent e pelo Walmart, sendo formado por sete marcas (Big, Big Bompreço, Nacional, Super Bompreço, Sam’s Club, Todo Dia e Maxxi Atacado).
É esperado que entre as marcas mencionadas, devem desaparecer Big e Maxxi, conforme a divulgação do negócio que foi feita em março do ano passado. Os hipermercados BIG e Bompreço serão convertidos em bandeiras Carrefour, Atacadão ou Sam’s Club. O Maxxi deve virar Atacadão. Com o Big, o Carrefour passa a ter 876 lojas e R$ 100 bilhões em vendas anuais.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: 0,00%
- IFIX hoje: +0,07%
- IBRX hoje: +0,07%
- SMLL hoje: +0,59%
- IDIV hoje: -0,22%
Cotação do Ibovespa nesta terça (24)
O Ibovespa fechou o pregão da última terça-feira (24) em alta de 0,21%, aos 110.580,79 pontos.
(Com informações do Estadão Conteúdo)