O Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira (25) com alta 1,10% aos 114.270,07 pontos, após oscilar entre 111.927,22 e 114.426,47. O volume financeiro do dia foi de R$ 21,7 bilhões.
Em dia de aniversário de 469 anos da cidade de São Paulo, com feriado municipal, o Ibovespa hoje registrou o nível de fechamento mais elevado desde 8 de novembro de 2022 — quando alcançou a marca dos 116.160,35 pontos.
Agentes do mercado atribuem o desempenho ao fluxo de capital estrangeiro para a Bolsa brasileira, devido ao ambiente externo favorável e aos baixos preços do País na comparação com os pares emergentes. A recuperação dos bancos e a queda dos juros futuros também ajudaram a sustentar os ganhos do índice, à véspera do início da temporada de balanços do quarto trimestre de 2022.
A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, cita o cenário internacional favorável como principal vetor para o ingresso de recursos externos. “Embora exista a incerteza com a política econômica doméstica, os estrangeiros pesam a valorização das commodities com a reabertura da China e as empresas mais tradicionais são o destino dos estrangeiros”, diz a analista, para quem a expectativa de fim do aperto monetário nos Estados Unidos também ajudou a sustentar o Ibovespa hoje.
Embora a sessão na B3 tenha sido marcada por pouca volatilidade, ela seguiu absorvendo o caos deixado pela Americanas (AMER3), com um pregão pontudado por mais uma queda dos ativos de varejo.
Nesta quarta-feira, os papéis da Via (VIIA3) e da Magazine Luiza (MGLU3) estiveram na ponta negativa do pregão, com quedas de 1,99% e 0,91%, respectivamente. Vale dizer que ontem as ações da Magalu registraram a maior alta do índice.
Também ficaram entre as maiores quedas do Ibovespa hoje a Qualicorp (QUAL3), com recuo de 1,70%, Suzano (SUZB3), em -1,56%, Grupo Natura (NTCO3), com -1,42%, e Telefônica (VIVT3), em -1,40%. Outra baixa foi a do Bradesco (BBDC4), instituição que é uma das principais credora da Americanas, com -0,7%
Em contrapartida, outros ativos bancários avançaram. No fechamento do Ibovespa hoje, o Santander (SANB11), subiu 0,31%, e o Itaú Unibanco (ITUB4) teve alta de 0,98%. Junto a eles, Banco do Brasil (BBAS3) avançou 2,73% e seu braço de seguros, o BB Seguridade (BBSE3), ganhou 4,15%.
Entre as principais altas do Ibov hoje estão a São Martinho (SMTO3), com 4,37%, Weg (WEGE3), em +4,06%, Fleury (FLRY3), em +3,96%, e Alpargatas (ALPA4), em +3,53%. Outra alta relevante foi dos ativos da Petrobras (PETR3;PETR4), que avançaram, respectivamente, 0,43% e 1,28%.
Petróleo sem direção única
Os contratos futuros mais líquidos do petróleo fecharam sem direção única. O pregão de hoje contou a alta volatilidade, com investidores em dúvida quanto à demanda e com os negócios sendo influenciados pela desvalorização do dólar ante moedas fortes.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para março de 2023 fechou em leve alta de 0,02% (US$ 0,02), a US$ 80,15 o barril. Em contrapartida, o Brent para abril, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em leve queda de 0,07% (US$ 0,06), a US$ 86,19 o barril.
Nesta quarta, o relatório semanal de estoques do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos registrou “ganho modesto” e uma melhora na demanda, o que contribuiu para a alta dos preços da commodity, segundo o analista Edward Moya, da Oanda.
Entretanto, para a CMC Markets, com os estoques subindo pela segunda semana seguida, as preocupações do mercado se voltaram mais para os temores de uma possível desaceleração econômica nos EUA do que com o que acontece na China.
Entretanto, o Bank of America (BofA) diz que a previsão é positiva para a demanda no segundo semestre, já que “a reabertura da economia chinesa pode desencadear uma grande onda de demanda reprimida”. No “curtíssimo prazo”, porém, o aumento dos casos de covid-19 no país fez com que os estoques da commodity aumentassem, influenciando na quantidade da oferta.
Vale lembrar que nesta quarta-feira, os principais mercados chineses, da Coreia do Sul e de Taiwan permanecem fechados para negociações devido ao feriado do Ano Novo Lunar. Apesar disso, o recesso não prejudicou os papéis da Vale (VALE3), que subiram 0,94% no Ibovespa hoje.
Dólar e bolsas de NY em queda
O pregão hoje foi marcado por baixas na bolsa de NY. Com exceção do Dow Jones, que subiu 0,03%, a S&P recuou -0,02% e a Nasdaq perdeu 0,18%. Além disso, o dólar à vista fechou em baixa de 1,22%, a R$ 5,0799, após oscilar entre R$ 5,0689 e R$ 5,1499.
Bolsas europeias fecham em baixa
As bolsas da Europa fecharam em baixa nesta quarta-feira (25). O pregão foi marcado pela aversão ao risco, com investidores cautelosos em meio aos sinais de desaceleração da economia global e no aguardo da próxima decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE).
Desta forma, confira como ficou o fechamento das bolsas europeias hoje:
- Frankfurt (DAX): -0,08%
- Lisboa (PSI 20): -0,68%
- Londres (FTSE 100): -0,16%
- Madri (IBEX 35): -0,18%
- Milão (FTSE MIB): -0,03%
- Moscou (MOEX): -0,57%
- Paris (CAC 40): -0,12%
Na esteira de Wall Street, as bolsas europeias também reagiram às quedas das bolsas de Nova York, com balanços de gigantes em foco. Entretanto, segundo análise da CMC Markets, as bolsas europeias “estão se mantendo relativamente bem em comparação, mesmo quando são negociadas em mínimas de uma semana ou perto delas”.
Notícias que movimentaram a Bolsa de Valores hoje
- Americanas deve mais de R$ 27 bilhões para bancos
- IRB Brasil (IRBR3): ações têm forte queda após grupamento
- Ações da Oi sobem mais de 33%
Americanas deve mais de R$ 27 bilhões para bancos
A Americanas entregou à 4º Vara Empresarial do Rio de Janeiro a sua lista de credores como mais uma parte do processo de recuperação judicial.
Apenas com bancos, a dívida ultrapassa a casa dos R$ 27 bilhões, segundo a relação apresentada nesta quarta (25). O Deustche Bank é o maior credor da Americanas, com uma dívida de R$ 5,2 bilhões — US$ 1 bilhão na moeda original.
Os débitos com as instituições financeiras nacionais são os seguintes, em valores aproximados:
- Bradesco (BBDC4): R$ 4,8 bilhões;
- Santander Brasil (SANB11): R$ 3,6 bilhões;
- BTG Pactual (BPAC11): R$ 3,5 bilhões;
- BV (Votorantim): R$ 3,3 bilhões;
- Itaú Unibanco (ITUB4): R$ 2,9 bilhões;
- Safra: R$ 2,5 bilhões;
- Banco do Brasil (BBAS3): R$ 1,3 bilhão;
- Daycoval: R$ 509 milhões;
- Caixa Econômica Federal: R$ 501 milhões;
- Banco ABC Brasil: R$ 415,6 milhões;
- BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social: R$ 276 milhões
- Banco da Amazônia (BAZA3): R$ 103 milhões.
IRB Brasil: ações têm forte queda após grupamento
As ações do IRB Brasil (IRBR3) protagonizam uma queda superior a 9% após serem grupadas no pregão desta quarta (25) na proporção de 30 para um. No fechamento do Ibovespa hoje, os papéis desabaram 20,93%, sendo negociados ao preço de R$ 22,06.
Com o grupamento, aprovado em dezembro e efetivado um mês depois, os papéis começaram na bolsa hoje valendo R$ 27,90. Porém, desde a abertura do mercado, a ação segue em queda livre.
Nesta semana, a resseguradora informou ao mercado que somou R$ 633,7 milhões em prejuízo líquido de janeiro a novembro de 2022, ampliando os R$ 510,4 milhões vistos no mesmo período de 2021.
Ações da Oi sobem mais de 36%
Em meio a uma alta volatilidade, as ações da Oi subiram 34% no pregão desta quarta (25). O papel acabou negociado a R$ 2,10.
Nos últimos cinco dias, as ações da Oi dispararam 71,4% na bolsa. Das 10h30 de segunda (23) até às 16h desta quarta (25), o papel cresceu 29,7%.
O movimento surpreende o mercado e vai na contramão das recomendações de especialistas como os do UBS-BB, que derrubaram o preço-alvo da ação da Oi em quase 80% no domingo (22): de R$ 6 para R$ 1,35.
Maiores altas do Ibovespa
- São Martinho (SMTO3): +4,37%
- BB Seguridade (BBSE3): +4,15%
- Weg (WEGE3): +4,06%
- Fleury (FLRY3): +3,96%
- Alpargatas (ALPA4): +3,53%
Maiores baixas do Ibovespa
- Via (VIIA3): -1,99%
- Qualicorp (QUAL3): -1,70%
- Suzano (SUZB3): -1,56%
- Grupo Natura (NTCO3): -1,42%
- Telefônica (VIVT3): -1,40%
Fechamento dos outros índices brasileiros
- Small Caps (SMLL): +1,28%
- BDRs (BDRX): -1,69%
- Fundos Imobiliários (IFIX): +0,17%
Cotação do Ibovespa nesta quarta-feira (25)
O Ibovespa fechou o pregão desta quarta-feira (25) em alta 1,10% aos 114.270,07 pontos.
Com informações do Estadão Conteúdo