O Ibovespa hoje terminou o pregão de segunda-feira (24) em queda de 3,27%, em 116.012,70 pontos. A máxima do dia foi de 119.924,17 pontos, enquanto a mínima foi de 115.792,69. O volume financeiro somou R$ 30,7 bilhões.
A queda do Ibovespa hoje ocorre com Banco do Brasil (BBSA3) e Petrobras (PETR4) afundando, em meio ao risco de reversão na disputa eleitoral. Além disso, Copel (CPL6) avança com a possibilidade de privatização da empresa.
Segundo Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, um dos motivos que levaram à queda do Ibovespa foi o fator China, com a reeleição de Xi Jinping por mais 5 anos pela terceira vez seguida.
“Mesmo com o país divulgando dados positivos nessa madrugada com PIB acima das expectativas, as bolsas caíram, já que o mercado se preocupa com a política de covid zero imposta pelo governo. O Brasil é mais correlacionado ao país porque é mais dependente da China do que dos EUA”, diz Cohen.
Além disso, o analista destacou o caso Roberto Jefferson, o ex-deputado federal que atirou contra policiais federais no último domingo (23).
O episódio na última semana de campanha trouxe elemento a mais de dúvida ao desfecho da corrida presidencial, no próximo domingo, 30. Se, na semana passada, o mercado financeiro parecia celebrar o crescimento do presidente da República, Jair Bolsonaro, na reta final, a reação com tiros e granadas de um (ex-) aliado contra o cumprimento de ordem judicial expedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) lança o ‘sprint’ do governo na incerteza, especialmente quanto à resposta do eleitor moderado, de centro, apontam analistas. A reação dos investidores na B3 foi clara: venda de ações da Petrobras e do Banco do Brasil, que na semana passada estiveram entre as campeãs de preferência.
A expectativa é de que o valor do Ibovespa tenha mais volatilidade ao longo dessa semana na bolsa de valores brasileira. Novas informações de pesquisa de intenção de voto poderiam acabar impactando na bolsa. Com o avanço de Bolsonaro nos levantamentos, a bolsa vem apresentando alta.
Petrobras (PETR4), Banco do Brasil (BBAS3) e Vale (VALE3) caíram bastante no Ibovespa hoje e acabaram se descolando do mercado lá fora, que está com sinais mistos. Com isso, a cotação do dólar, que está estável lá fora, sobe, assim como os juros futuros, que se comportam de forma inversamente direcional à nossa bolsa.
Outro motivo para a queda da cotação do Ibovespa hoje é a forte alta observada no índice nos últimos dias. O IRB apresentou queda hoje com as projeções ruins do mercado para a divulgação de resultados da companhia.
Bolsas de Nova York
Os mercados acionários de Nova York fecharam com ganhos, nesta segunda-feira, 24. Após abertura sem impulso, com o Nasdaq chegando a recuar mais de 1%, os índices se recuperaram, em semana importante na temporada de balanços corporativos.
Além disso, indicadores e seus potenciais impactos na política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) estavam no radar.
- Dow Jones: +1,34%, aos 31.499,62 pontos
- S&P 500: +1,19%, aos 3.797,34 pontos
- Nasdaq: +0,86%, aos 10.952,61 pontos.
A Oanda argumentava que o avanço das ações em Nova York era apoiado por avaliações de que o Federal Reserve deve reduzir o ritmo do aperto após a reunião da próxima semana.
Além disso, segundo ela, investidores se posicionavam para balanços de gigantes de tecnologia nesta semana, e ainda mostravam mais confiança de que a inflação perde fôlego.
O preço do dólar à vista fechou na máxima de R$ 5,3029, apresentando uma alta forte de 3,01%. Na mínima, a moeda norte-americana registrou R$ 5,2070.
Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda, nesta segunda-feira. A commodity chegou a oscilar no positivo, mas o tom negativo prevaleceu, com investidores analisando indicadores da China e o significado deles para a demanda pelo óleo. Além disso, dados dos Estados Unidos e da Europa também foram monitorados.
O petróleo WTI para dezembro fechou em baixa de 0,55% (US$ 0,47), em US$ 84,58 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês recuou 0,26% (US$ 0,24), a US$ 93,26 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
O contrato mais líquido do ouro fechou em queda nesta segunda-feira. Os mercados internacionais digerem dados mistos da economia chinesa, além do desenrolar político no Reino Unido, que tem a eleição de Rishi Sunak como a mais recente novidade.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro fechou em baixa de 0,13%, a US$ 1.654,10 por onça-troy.
No Ibovespa hoje, o principal destaque do pregão foi Copel (CPLE6), que avançou 4,51%. Além disso, Suzano (SUZB3) também entrou na lista das maiores altas, com variação de +3,48%, e a Dexco (DXCO3) subiu 1,97%. Carrefour (CRFB3) subiu 1,93% e Klabin (KLBN11) ganhou 1,50%.
As maiores quedas da sessão ficaram com Banco do Brasil (BBAS3), que desabou 10,03%, Petrobras ON (PETR3), com baixa de 9,89% e Petrobras PN (PETR4), que teve uma forte desvalorização de 9,20%. IRB Brasil (IRBR3) caiu forte em 8,49%, enquanto CSN (CSNA3) variou -8,10%
Maiores altas do Ibovespa:
- Copel (CPLE6): +4,51%
- Suzano (SUZB3): +3,48%
- Dexco (DXCO3) : +1,97%
- Carrefour (CRFB3): 1,93%
- Klabin (KLBN11): +1,50%
Maiores baixas do Ibovespa:
- Banco do Brasil (BBAS3): -10,03%
- Petrobras ON (PETR3): -9,89%
- Petrobras PN (PETR4): -9,20%
- IRB Brasil (IRBR3): -8,49%
- CSN (CSNA3): -8,10%
Outras notícias que movimentaram o Ibovespa
- Banco do Brasil desaba 10% e puxa queda de estatais
- IRB desaba quase 8,5% com piora de seus resultados em agosto
Banco do Brasil desaba 10% e puxa queda de estatais em meio a “caso Roberto Jefferson”
O Banco do Brasil desabou mais de 10%, em um dia negativo para o Ibovespa com o aumento da tensão política a poucos dias do 2º turno das eleições.
A queda nas ações do Banco do Brasil também veio acompanhado com a forte baixa nos papéis de estatais, reagindo aos episódios de domingo (23), em que o deputado federal Roberto Jefferson (PTB) entrou em conflito armado com policiais federais que vieram executar um mandado de prisão em sua casa.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revogou a prisão domiciliar de Roberto Jefferson, após o parlamentar ter supostamente descumprido ordens judiciais com a publicação de conteúdo em suas redes sociais.
Roberto Jefferson acabou dizendo ofensas à ministra Cármen Lúcia, do STF. Após isso, Moraes revogou sua prisão domiciliar, o que gerou a ida de agentes federais à sua residência.
Jefferson teria reagido às ordens de prisão e trocou tiros com os agentes. Posteriormente, o parlamentar acabou sendo detido e preso, o que gerou uma crise política que não foi bem recebida pelo mercado.
IRB desaba quase 8,5% com piora de seus resultados em agosto
As ações do IRB Brasil tiveram forte queda no Ibovespa hoje de quase 8,5%, depois da companhia divulgar indicadores considerados ruins pelo mercado em agosto.
Nos oito primeiros meses de 2022, o prejuízo líquido do IRB foi de R$ 516,4 milhões, frente a um lucro de R$ 168,9 milhões registrado no mesmo período do ano passado.
Segundo a Guide Investimentos em seu relatório, “mais um mês de prejuízo foi forte para o IRB. Mesmo ajustando o resultado do ano passado a efeitos não recorrentes, os números de IRB continuariam apresentando piora expressiva”.
Em agosto, o resultado líquido do IRB foi negativo em R$ 164,7 milhões, enquanto no mês do ano passado ela tinha obtido lucro de R$ 84,8 milhões.
“Vale lembrar que em agosto de 2021 o resultado foi impactado pelo efeito positivo one-off de R$ 129,4 milhões, decorrente de registro do ganho de ação judicial referente ao PIS/PASEP”, diz o IRB em seu relatório.
Cotação do Ibovespa nesta sexta (21)
O Ibovespa terminou o pregão desta última sexta-feira (21) em alta de 2,35%, aos 119.928,79 pontos
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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