Ibovespa recua aos 103 mil pontos com queda da Vale (VALE3) e mineradoras; Petrobras (PETR4) sobe e equilibra perdas
O Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira (24) em queda de 0,40%, aos 103.946,58 pontos, após oscilar entre 103.247,04 e 104.821,97. O volume financeiro do dia somou R$ 24,6 milhões.
Após a pausa com o feriado na sexta, a bolsa de valores hoje operou com um volume mais baixo, em meio à falta de apetite ao risco, levando a um dia sem muitas emoções na parte de renda variável — o que também pode indicar cautela por parte dos investidores.
Pela manhã, o Boletim Focus projetou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano em 6,04%, enquanto as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) subiram para 0,96%.
“Apesar dos juros altos para o controle da inflação [as projeções indicam que], a economia brasileira não deixará de crescer, e a inflação pode terminar o ano um pouco mais perto do teto da meta de 4,75%. Podemos ter, inclusive, um corte de juros ainda em 2023″, aponta Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos.
Ainda no Ibovespa hoje, os juros futuros voltaram a cair, com o spread em renda fixa ficando menor a cada dia Além disso, o dólar hoje, que havia aberto em alta, caiu 0,35%, a R$ 5,0409, depois de oscilar entre R$ 5,0381 e R$ 5,0859.
Contudo, Gabriel Ribeiro, trader do Braza Bank, explica que o excesso de otimismo que derrubou o dólar nas semanas anteriores foi contido, após o anúncio do arcabouço fiscal. “Aqui no Brasil, dólar segue oscilando entre 5,04 e 5,09, esperando nomes do Banco Central (BC) por parte do governo e decisão de juros do Banco Central Europeu na próxima semana, com aumento na expectativa para 0,5% de alta”, salienta.
O trader ainda lembra que, assim como no Brasil, tanto as bolsas nos Estados Unidos quanto na Europa aguardam balanços do primeiro trimestre do ano das companhias nesta semana, “o que deixa o mercado lateralizado”. Com isso, as bolsas de Nova York tiveram um fechamento misto. Confira abaixo:
- Dow Jones: +0,20% (33.875,92 pontos);
- S&P500: +0,09% (4.137,13 pontos);
- Nasdaq: -0,29% (12.037,20 pontos).
Entre as blue chips do Ibovespa, a Vale (VALE3), e seus pares na mineração e siderurgia, como a CSN Mineração (CMIN3) e Gerdau (GGBR4), amargaram fortes quedas. Isso porque, no mercado internacional, a cotação do minério de ferro fechou com a menor cotação em quatro meses, diante de uma fraca demanda da China.
Por outro lado, os ativos preferenciais e ordinários da Petrobras (PETR4;PETR3) foram positivamente impactados pelo petróleo, chegando a alta de 1,91% e 1,54%, respectivamente. A cotação do Brent para julho fechou em alta de 1,31%, negociado a US$ 82,73 o barril. Além disso, houve um aumento na exportação do petróleo bruto em mais de 3%, demonstrando o apetite do mercado e sinalizando um aumento de receita da companhia.
Já entre os ativos bancários, o Ibovespa hoje foi de perdas. O Santander (SANB11) teve baixa de 0,93%, Itaú (ITUB4) perdeu 0,90%, Bradesco (BBDC4) caiu 0,81% e o Banco do Brasil (BBAS3) recuou 0,21%.
Por fim, na ponta positiva do Ibovespa, destaque para as varejistas, como Pão de Açúcar (PCAR3), que liderou os ganhos do dia com alta de 4,61%, e Magazine Luiza (MGLU3), que avançou 2,73%. Segundo Alves, o impulso se deve à expectativa de juros no Brasil antes do previsto.
“Isso tira a pressão sobre as empresas do setor, que estão altamente endividadas, e dá esperança para elas, e para os consumidores que precisam de crédito para continuarem comprando, o que traz um ar mais positivo sobre o setor na bolsa hoje”, frisa.
Veja as maiores altas e baixas
Cotação do Ibovespa nesta segunda-feira (24)
O Ibovespa fechou o pregão desta segunda-feira (24) em queda de 0,40%, aos 103.946,58 pontos.
