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Ibovespa sobe 1,16% e fecha acima dos 113 mil pontos; Magazine Luiza (MGLU3) lidera altas e petroleiras recuam

Janize Colaço

24/01/2023 18:34

Atualizado em: 24/01/2023 20:22

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Ibovespa, a bolsa brasileira. Foto: Divulgação

O Ibovespa encerrou o pregão desta terça-feira (24) com alta de 1,16% aos 113.028,15 pontos, após oscilar entre 111.669,24 e 113.040,25 pontos. O volume financeiro do dia foi de R$ 21 bilhões.

O Ibovespa hoje foi marcado por uma sessão de pouca volatilidade, após semanas turbulentas com a crise da Americanas (AMER3). Após a retirada da varejista do índice, os ativos da Magazine Luiza (MGLU3) parecem ter se tornado a opção principal dos investidores.

Tanto é que no pregão de hoje, pelo segundo dia consecutivo, a Magalu liderou as altas, avançando 9,41%. Também estiveram entre as maiores altas na bolsa hoje os ativos da CVC (CVCB3), Natura (NTCO3), Petz (PETZ3) e HapVida (HAPV3).

Outros ganhos ocorreram com as ações bancárias, que ontem terminaram no negativo. No fechamento do Ibovespa hoje, Bradesco (BBDC4; BBDC3), avançou 1,12% e 1,07%, Santander (SANB11), subiu 3,11%, e o Itaú Unibanco (ITUB4) teve alta de 0,91%. Na contramão, Banco do Brasil (BBAS3) cedeu 0,50%.

O desempenho de empresas estatais também puxou os ganhos do Ibovespa, com altas de Eletrobras (ELET3;ELET6), em +1,86%r +1,83%, Cemig (CMIG4), em +1,88%, Copel (CPLE6) em +1,17%, e Sabesp (SBSP3), em +2,75%.

Por outro lado, o dia foi de queda nos ativos de petróleo no Ibovespa hoje. Isso porque os contratos futuro tiveram queda robusta nesta terça-feira. Desta forma, 3R Petroleum (RRRP3) e a PetroRio (PRIO3) figuraram as maiores baixas do Ibov hoje, em -3,08% e -1,28%, respectivamente.

Outra petroleira que recuou no pregão hoje foi a Petrobras (PETR4;PETR3), que fechou em baixa de -0,71% e 0,75%. Junto à queda na commodity, a estatal anunciou reajuste do preço da gasolina às distribuidoras. Apesar disso, especialistas afirmam que o valor ainda foi abaixo do esperado, considerando os preços internacionais.

“O ajuste feito pela Petrobras foi bem-visto pelo mercado, pois tudo leva a crer que a Petrobras vai seguir com os reajustes baseados no preço internacional, embora o presidente Lula tenha sido reeleito dizendo que ia acabar com a precificação. O reajuste veio após mais de 45 dias sem mudança de preços”, destaca Ricardo Brasil, fundador do Gava Investimentos.

Commodities em queda

Refletindo temor do mercado frente a novos indicadores de recessão em potencial nos Estados Unidos e Europa, o petróleo fechou em queda no mercado internacional. Segundo especialistas, uma recessão na economia aliada ao crescimento dos estoques nos EUA deve continuar pressionando a commodity.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para março de 2023 fechou em queda de 1,82% (US$ 1,49), a US$ 80,13 o barril. Enquanto isso, o Brent para o mesmo mês, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em queda de 2,33% (US$ 2,06), a US$ 86,13 o barril.

Para o analista da Oanda, Edward Moya, este cenário pesou sobre o petróleo, revertendo ganhos desta manhã com expectativas sobre a reabertura da China. “Investidores de energia vão acompanhar o desenvolvimento da oferta. Se receios sobre a demanda aumentarem, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) pode reduzir sua produção”, avalia.

Vale lembrar que nesta terça-feira, os principais mercados chineses, da Coreia do Sul e de Taiwan permanecem fechados para negociações devido ao feriado do Ano Novo Lunar. O feriado não prejudicou os papéis da Vale (VALE3), que subiram 1,06% no Ibovespa hoje.

Dólar e bolsas de NY em baixa

Nesta terça-feira, o pregão nas bolsas de Nova York tiveram as negociações de diversas ações temporariamente paralisadas. Logo no começo da sessão foi registrada uma volatilidade anormal. Os papéis de empresas como AT&T, Verizon e Morgan Stanley foram afetados.

Segundo a operadora do mercado, todos os sistemas voltaram a operar corretamente à tarde. Porém, ela anulará as ordens de execução relativas às ações afetadas pela falha técnica registrada

Diante disso, o dia foi marcado por baixas na bolsa de NY. Com exceção do Dow Jones, que subiu 0,31%, a S&P recuou -0,07% e a Nasdaq perdeu 0,27%. Além disso, o dólar à vista fechou em baixa de 1,10%, a R$ 5,1427, após oscilar entre R$ 5,1408 e R$ 5,2207.

Bolsas europeias fecham mistas

Os mercados acionários europeus fecharam mistos no pregão desta terça-feira (24). O movimento foi uma reação a uma série de dados do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) que ampliaram temores de uma recessão na região.

De acordo com a indicação de um dirigente do Banco Central Europeu (BCE), deve haver novas altas nos juros — o que também contribuiu para o quadro cauteloso.

Confira o fechamento das bolsas europeias:

Frankfurt (DAX): -0,07%
Lisboa (PSI 20): -0,56%
Londres (FTSE 100): -0,35%
Madri (IBEX 35): +0,33%
Milão (FTSE MIB): +0,24%
Moscou (MOEX): -0,57%
Paris (CAC 40): +0,26%

Na visão tanto do Commerzbank quanto da Oxford Economics, os resultados dos PMIs da zona do euro, acima das expectativas, apontam que a região deverá passar por uma recessão mais branda. Entretanto, o Commerzbank reitera que o quadro corrobora as previsões por uma elevação significativa de juros por parte do BCE.

Nessa linha, a Capital Economics destacou que os PMIs da região não impedem o BC europeu de aumentar os juros em 100 pontos-base (pb) nos próximos dois meses.

Notícias que movimentaram a Bolsa de Valores hoje

Prévia da inflação sobe 0,55% em janeiro
Petrobras aumenta preço da gasolina às distribuidoras em 7,5%
IRB Brasil (IRBR3) soma R$ 633 milhões de prejuízo em 2022

Prévia da inflação sobe 0,55% em janeiro

O IPCA-15, considerado a prévia da inflação, teve uma alta de 0,55% em janeiro, conforme dados divulgados nesta terça-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com essa variação, o IPCA-15 anualizado soma uma alta de 5,87%.

As projeções do consenso de mercado para esta divulgação também eram de 0,52% de alta do IPCA-15. Ou seja, a prévia da inflação ficou acima do esperado pelos especialistas.

Além disso, na última divulgação, o índice subiu 0,52%. O IPCA, por sua vez, que representa a inflação oficial, subiu 0,62% na divulgação de dezembro.

Dentro do IPCA-15 de janeiro, a comunicação foi o segmento que apresentou maior variação, com 2,36% de alta. O segmento foi puxado pelas altas de TV por assinatura (11,78%), combo de telefonia, internet e tv por assinatura (3,24%), acesso à internet (2,11%) e aparelho telefônico (1,78%).

Petrobras aumenta preço da gasolina às distribuidoras em 7,5%

A Petrobras vai aumentar em 7,5% o preço da gasolina para as distribuidoras nas suas refinarias a partir de quarta (25). Nesta terça (24), a estatal informou ao mercado que o litro do combustível passará de R$ 3,08 para R$ 3,31, aumento de R$ 0,23.

Após o anúncio, as ações da Petrobras passaram por volatilidade no intradia desta terça-feira. Durante o pregão, os ativos preferenciais e ordinários (PETR4;PETR3) chegavam a recuar 0,30% e 0,69%, respectivamente, por volta das 15h.

Apesar disso, o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, considerou o aumento do preço da gasolina insuficiente.

Segundo ele, o preço no Golfo do México — usado como referência para medir a paridade de importação (PPI), política praticada pela Petrobras desde 2016 — estava aproximadamente R$ 0,55 por litro acima do preço comercializado no mercado brasileiro.

IRB Brasil soma R$ 633 milhões de prejuízo

O IRB Brasil, no acumulado dos primeiros onze meses do ano de 2022, somou R$ 633,7 milhões em prejuízo líquido, ampliando os R$ 510,4 milhões vistos em igual período do ano anterior.

Somente em novembro, o prejuízo do IRB foi de R$ 48,5 milhões, menor do que os R$ 113,8 milhões anotados em novembro de 2021. A companhia destacou que o prêmio emitido totalizou R$542,4 milhões em novembro, representando uma baixa de 23% em relação a igual etapa do ano anterior.

“Nos onze primeiros meses de 2022, o prêmio emitido atingiu o montante de R$7.186,4 milhões, com redução de 9,6% em relação ao mesmo período de 2021. No Brasil houve crescimento de 1,4%, atingindo R$4.922,8 milhões, enquanto no exterior houve redução de 26,8% em relação ao mesmo período de 2021, com R$2.263,7 milhões”, diz a resseguradora.

Em termos de despesas com sinistros, a companhia dispendeu R$ 384,6 milhões em novembro, deixando o índice de sinistralidade em 96%.