Ibovespa segue exterior e sobe 1,71%; IRB (IRBR3) salta 9% e lidera ganhos

Ibovespa hoje encerrou a sexta-feira (20) em alta de 1,71%, aos 110.345,82 pontos, após oscilar entre 108.499,83 e 110.679,60 pontos. O volume financeiro foi de R$ 26,1 bilhões, abaixo da média. No mês, sobe 2,29%, colocando o ganho do ano a 5,27%.

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Surfando a relativa melhora do humor externo, o Ibovespa obteve nesta abertura de semana o terceiro ganho diário consecutivo, colhendo perda (-2,34%) em apenas uma das últimas nove sessões, saindo da faixa dos 103 mil pontos, no fechamento de 10 de maio, para retomar agora o nível de 110 mil, não visto em encerramento desde 25 de abril.

Após ter ensaiado na sexta-feira ingressar em ‘bear market‘ – tendo chegado a acumular durante aquela sessão, mas não no fechamento, queda de 20% em relação ao pico mais recente, de 4 de janeiro -, o S&P 500 (+1,86%), como Dow Jones (+1,98%) e Nasdaq (+1,59%), subiu com firmeza nesta segunda-feira.

O dia foi também amplamente positivo nas bolsas europeias, com novo fortalecimento do euro frente ao dólar, ante sinal, do Banco Central Europeu (BCE), de que os juros na zona do euro possam começar a subir ainda em julho e que a taxa de depósito deixe de ser negativa até o fim de setembro – a indicação favoreceu as ações de bancos.

O minério de ferro negociado em Dalian (China) teve alta de 4,41%, a US$ 129,63 por tonelada, e o Brent se descolou do WTI, estável na sessão, e fechou em alta, ambos favorecidos pela perspectiva de reabertura da China. As incertezas quanto à inflação global e à inclinação dos juros nas maiores economias, contudo, ainda requerem cautela dos investidores.

“Na última semana, o mercado mostrou que a volatilidade segue presente nas bolsas ao redor do mundo”, observa Antônio Sanches, analista da Rico Investimentos, chamando atenção para o descolamento da B3 no fim da semana passada, beneficiada então pela redução da taxa de juros de longo prazo na China – “uma sinalização de movimentação do governo (chinês) para estimular a economia, que perde fôlego diante da política de covid-zero no país”.

Em paralelo, um quadro nada benigno na maior economia de todas: inflação alta, juros em elevação e receio de que os Estados Unidos venham a entrar em recessão, combinação que contribui para a moderação do apetite por risco vista desde o mês passado, acrescenta o analista.

“Temos nos beneficiado do rali de commodities, ainda mais agora com China reabrindo. O dólar tem se depreciado com a leitura do mercado de que os Estados Unidos estão se desacelerando, com eventual recessão, o que tem puxado para baixo os juros longos americanos – a taxa da T-note de 10 anos voltou para 2,84%, uma boa notícia, após ter chegado a 3,20%”, diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, destacando também a série de oito semanas de acúmulo de perdas para o Dow Jones, o que não ocorria há mais de 50 anos. “A desaceleração é o tema da hora nos Estados Unidos.”

Por outro lado, “nesse domingo, Xangai iniciou a reabertura parcial, após seis semanas de lockdown. A notícia foi recebida com alívio pelo mercado, que teme que o isolamento social prolongado na China possa intensificar o cenário de inflação”, aponta em nota André Meirelles, diretor de Alocação e Distribuição da InvestSmart XP.

Ele destaca que “o aumento no preço das commodities tende a impactar positivamente o Ibovespa, que tem quase 40% de sua composição exposta a esse setor” e que, nesta segunda-feira, o desempenho do índice refletiu também o setor financeiro, “que vem se beneficiando pelo aumento da procura global por ações de valor”.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta segunda-feira, após consecutivas perdas recentes que chegaram a levar o S&P 500 para bear market na sessão passada. O forte avanço bancos contribuiu para os ganhos, com notícia positiva do JPMorgan. Operadores seguem monitorando sinalizações do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e os temores sobre crescimento econômico nos Estados Unidos.

  • Dow Jones em alta de 1,98%, a 31.880,24 pontos;
  • S&P 500 subiu 1,86%, a 3.973,75 pontos;
  • Nasdaq avançou 1,59%, a 11.535,27 pontos.

dólar à vista fecha em baixa de 1,41%, a R$ 4,8054, depois de oscilar entre R$ 4,7857 e R$ 4,8505.

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Os contratos futuros do petróleo fecharam sem sinal único, após uma sessão sem driver único. A commodity chegou a avançar diante de expectativas de alívios de restrições na China e de maior demanda por gasolina nos Estados Unidos, mas perdeu fôlego com temores sobre o crescimento econômico global e impasse na União Europeia sobre embargo ao petróleo russo.

O petróleo WTI para junho fechou estável (US$ 0,01), a US$ 110,29 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para o mesmo mês avançou 0,77% (US$0,87), a US$ 113,42 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

O contrato mais líquido do ouro fechou em alta, em uma continuidade na recuperação dos preços do metal, que vem sendo impulsionado especialmente pela desvalorização do dólar. A perda de força da moeda americana, na qual a commodity é cotada, vem ocorrendo em um cenário de maior apetite por risco de investidores e sinalização de aperto monetário de outros bancos centrais além do Federal Reserve (Fed).

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho encerrou a sessão em alta de 0,31%, a US$ 1.847,8 a onça-troy.

No Ibovespa hoje, a IRB Brasil (IRBR3) ficou novamente na liderança entre as maiores altas, com +9,23%, após se destacar na última sexta-feira.

Em seguida, vem BRF (BRFS3), com alta de 4,86% e Banco do Brasil (BBAS3), com ganhos de 4,22%. O setor bancário fechou no positivo, com Bradesco (BBDC3, BBDC4) subindo 0,98% e 1,63%, respectivamente, Santander (SANB11) com valorização de 2,51% e Itaú (ITUB4) com elevação de 2,59%.

Ainda no ranking das maiores altas, Petrobras (PETR3, PETR4) registrou +3,69% e +3,93%, acompanhando a alta do petróleo. Vale (VALE3) também subiu 2,04% com o aumento do preço do minério de ferro.

Entre as maiores perdas do índice ficaram Banco Inter (BIDI11), caindo 5,16%, Qualicorp (QUAL3), cedendo 4,55% e CVC (CVCB3) desvalorizando 3,05%.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram a bolsa de valores

  • Magazine Luiza (MGLU3) aposta na estratégia de marketplace e loja física com Caravana Magalu
  • Copel (CPLE6) terá ‘aumento saudável’ de alavancagem para financiar expansão

Magazine Luiza (MGLU3) aposta na estratégia de marketplace e loja física com Caravana Magalu

O CEO do Magazine Luiza (MGLU3)Frederico Trajano, foi um dos pioneiros a acreditar que não podia separar lojas físicas do comércio digital. Hoje fica claro ao mercado que essa estratégia foi uma boa ideia, uma vez que as lojas se tornaram pequenos centros de distribuição e os produtos viajam menos para chegar aos clientes.

Agora, Trajano aposta que o próximo ciclo de crescimento do Magazine Luiza se dará pela digitalização do varejo físico. O CEO analisa que muitos estabelecimentos comerciais ainda não estão presentes no online, com isso o Magalu deve oferecer estrutura para esses comerciantes ganhando em volume de vendas e também em capilaridade física.

De acordo com os dados citados por Trajano ao jornal O Estado de S.Paulo, o Brasil tem 6 milhões de estabelecimentos comerciais, dos quais cerca de 300 mil vendem em plataformas de marketplace.

Com essa análise, a varejista promoveu a Caravana Magalu, cujo objetivo é recrutar comerciantes locais para vender em seu marketplace.

“Nós estamos montando uma operação de marketplace para dar lucro. Porque, na nossa avaliação, ela está se aproveitando das mesma fortalezas que desenvolvemos no 1P (comércio eletrônico de estoque próprio), que é a multicanalidade e entrega local. Para que aconteça isso no 3P (venda de lojistas) a gente precisa de uma cadeia logística eficiente e barata, regional e multicanal”, disse o empresário ao jornal.

A Caravana Magalu busca capilaridade mas também procura atingir locais onde não há tanta concentração de concorrência. Ainda que seja necessário ensinar esse vendedor a trabalhar com o digital, a vantagem é ser o primeiro a chegar.

“Em São Paulo, para crescer, teríamos de ganhar mercado de vendedores que já estão vendendo em outras plataformas. Nos estados que estamos fazendo a Caravana, estamos fazendo com que o seller venda pela primeira vez em uma plataforma.”

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Copel (CPLE6) terá ‘aumento saudável’ de alavancagem para financiar expansão

Sendo uma companhia elétrica – de um setor sólido e com menor volatilidade -, a Copel (CPLE6) prevê novas estratégias de crescimento nos próximos meses, mas deve seguir com foco nos temas que já ganham os aportes da companhia. Luiz Henrique de Mello, head de Relação com Investidores (RI) da companhia, relatou que a companhia prevê um aumento do endividamento em detrimento de uma política de proventos ‘polpuda’ nos próximos anos, em entrevista exclusiva ao Suno Notícias.

“Essa talvez seja a questão central. É o que tem sido endereçado com o comitê de investimento – justamente o potencial de crescimento que nós temos. Eu diria que somos uma companhia sólida e com grandes ativos, mas temos um potencial para crescer com um nível de endividamento relativamente baixo. Agora, queremos aumentar esse endividamento com bons investimentos que trarão bons retornos”, afirmou o Head de RI da Copel.

“Se isso não acontecer, voltaremos à questão dos dividendos. A companhia conseguiu, no ano anterior, um bom investimento, que foi o Complexo Eólico Vilas. Em termos de construção, iniciamos a operação do Complexo Eólico Jandaíra, e com isso aumentamos a participação em fonte eólica na matriz energética do grupo”, acrescentou.

O executivo destacou, na entrevista, que o ‘nível ideal’ de endividamento é de 2,5 vezes o Ebitda. “Esse é o nível de melhor performance em termos de estrutura de capital“, citou.

Entre os temas que a companhia elétrica do Paraná vê como promissores estão os projetos browfields – que, no jargão da área de Facilities, significam projetos em curso, ou que já tenham um método de operacionalização e/ou uma estrutura que roda o dia a dia.

Os greenfields, que são os projetos que começam ‘do zero’, também foram citados por Mello.

“Temos um potencial de crescimento tanto em leilões, como o de transmissão em junho. Como já anunciamos, também firmamos parceria com a Engie (EGIE3), nossa ‘quase vizinha’, com lotes grandes e investimentos elevados, na casa de R$ 5 bilhões. Com essa parceria, acreditamos ter uma maior sinergia”, afirmou.

“Olhamos greenfields, que são projetos novos, mas também seguimos com os brownfields, que já fazem parte da nossa política. Isso foi mencionado pela atual gestão como um dos grandes focos. Além da Copel Distribuição, grande foco de investimento da companhia do grupo, o segundo olhar são esses brownfields, especialmente eólicos e solares, ainda que a competitividade tenha aumentado”.

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Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: +1,71%
  • IFIX hoje: +0,17%
  • IBRX hoje: +1,73%
  • SMLL hoje: +0,93%
  • IDIV hoje: +1,69%

Cotação do Ibovespa nesta sexta (20)

Ibovespa fechou o pregão da última sexta-feira (20) em alta de 1,39%, aos 108.487,88 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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