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Ibovespa cai 0,89%, aos 110,5 mil pontos; Petrobras (PETR4) sobe 2,1%

Ibovespa

Ibovespa hoje. Foto: Pixabay.

Ibovespa hoje fechou a segunda-feira (22) em queda de 0,89% aos 110.500,53 pontos, após oscilar entre 109.858,38 e 111.486,78. O giro financeiro ficou em R$ 25,8 bilhões. Após ter chegado a subir mais de 10% no mês, apara os ganhos de agosto a 7,11%, ainda avançando 5,42% no ano.

Acompanhando mais uma vez o mau humor externo, o índice estendeu correção pelo segundo dia, após ter fechado a sexta-feira com perda de 2,04% na sessão.

“Começamos a semana de Jackson Hole e os mercados estão bastante cautelosos, para não dizer que desfazendo o grande rali de julho e agosto, de recuperação, onde o S&P 500 voltou para o patamar da média móvel de 200 dias nesses últimos dois meses. Fica sempre a dúvida se foi um ‘bear market rally‘ recuperação ante um grau acentuado de correção que o distanciou do nível recorde mais recente, se o índice vai desfazer tudo ou se vai consolidar e continuar subindo”, diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, chamando atenção também para dados importantes na semana, como o PCE, métrica preferida do Federal Reserve para a inflação ao consumidor nos EUA, e o IPCA-15, no Brasil.

Em Nova York, uma série de ações participou da recente recuperação do mercado, tipicamente um sinal encorajador quanto à durabilidade de um rali. O S&P 500 subiu 15% em relação à mínima de 2022 em meados de junho, com todos os 11 setores do benchmark avançando na passagem para o terceiro trimestre. Dezenas de ações estabeleceram novas máximas de 52 semanas na semana passada, de acordo com relato da Dow Jones Newswires.

Na B3, vindo de um rali desde as mínimas de meados de julho, o ajuste, como na sexta-feira, espalhou-se pelos setores e ações de maior liquidez, mas desta vez Petrobras fez uma pausa na correção.

“Houve uma recuperação forte, dos 96 aos 113 mil pontos, e é natural vir uma realização, que já era esperada para a semana passada. Considerando a mínima de onde saiu em julho, se corrigir uns 5% agora é uma realização natural. Está dentro do preço”, diz José Simão, sócio e head de renda variável da Legend Investimentos, antecipando mais algumas sessões de realização ou lateralização do Ibovespa, antes de o índice retomar a trajetória ascendente.

“Com o grau de desconto que havia e a temporada de resultados trimestrais – números, em geral, em linha ou acima do esperado – não está tão fácil para o Ibovespa cair muito. Mas Estados Unidos, China, Europa estão crescendo menos, diferente da situação aqui, em que as projeções de PIB tiveram recuperação. Ainda assim, não há como caminhar sozinho, indiferente ao que está acontecendo fora”, observa Simão.

Ele espera “tom duro” do Federal Reserve no evento anual de Jackson Hole, no fim desta semana, sinalizando novo aumento de 75 pontos-base para a taxa de juros de referência dos Estados Unidos em setembro. “Tem que remar para trazer a inflação de 8,5% para 4% e depois 2% ao ano”, acrescenta o gestor, apontando que o Fed ainda tem trabalho adiante para desfazer a percepção de que continua “atrás da curva”.

“Houve otimismo no mercado desde recentes leituras sobre a inflação ao consumidor e ao produtor nos Estados Unidos, mais baixas, e agora vem uma certa correção de expectativas, na medida em que os problemas estão longe de se dissiparem”, diz o sócio da Legend, destacando também outras questões que têm emergido, com efeito sobre a economia global, como a seca na China.

Preocupações com a demanda no gigante asiático e interrupções de produção em siderúrgicas devido a fortes ondas de calor por lá pressionaram em especial as commodities metálicas nesta segunda-feira, aponta Pedro Galdi, analista da Mirae Asset. “As altas temperaturas tendem a atrapalhar a economia do país. Além de hoje ser sell-off global em renda variável”, acrescenta.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta segunda-feira, com os piores desempenhos diários desde junho. As negociações se dão às vésperas do Simpósio de Jackson Hole, que deve trazer pistas sobre a postura do Federal Reserve (Fed) na próxima decisão. Entre os destaques do dia, estão as quedas de 5% e 6% da Ford e Netflix, respectivamente.

dólar à vista fechou em leve baixa de 0,03%, a R$ 5,1665, após oscilar entre R$ 5,1510 e R$ 5,2044,

Após uma sessão volátil, os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta segunda, em meio a temores renovados de que uma desaceleração econômica global prejudique a demanda pela commodity. Do lado da oferta, segue no radar o avanço das discussões para reavivar o acordo nuclear com o Irã.

O petróleo WTI para outubro, contrato mais líquido, fechou em queda de 0,09% (US$ 0,08), a US$ 90,36 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Já o Brent, na Intercontinental Exchange (ICE), para o mesmo mês caiu 0,25% (US$ 0,24), a US$ 96,48 o barril.

O contrato mais líquido do ouro fechou em baixa nesta segunda-feira, com o ativo pressionado pela alta do dólar. O recuo do metal precioso se dá apesar das crescentes preocupações com a alta inflação e risco de recessão nos Estados Unidos, notam analistas, enquanto operadores aguardam o Simpósio de Jackson Hole, do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), esta semana.

O ouro para dezembro fechou em baixa de 0,82%, em US$ 1.748,40 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

No Ibovespa hoje, na liderança entre as maiores altas, Americanas (AMER3) disparou 22,49% com a mudança de CEO da companhia.

A Petrobras (PETR3, PETR4) se recuperou parcialmente sobre a queda da última sexta-feira, entrando no ranking com +1,59% e 2,14%. Ainda se destacaram entre os maiores ganhos Positivo (POSI3), com alta de 2,12% e Cielo (CIEL3), com valorização de 2,01%.

Entre os grandes bancos, Banco do Brasil (BBAS3) foi o único que fechou no positivo, com +1,02%, com os investidores comprando a ação para receber os dividendos, com data de corte nesta segunda. Bradesco (BBDC3, BBDC4) caiu 1,11% e 1,38%, respectivamente, Itaú (ITUB4) teve -1,13%, Santander (SANB11) perdeu 1,37%.

A maior desvalorização do pregão foi de Petz (PETZ3), que caiu 7,07%. Em seguida, Méliuz (CASH3) recuou 4,84% e Embraer (EMBR3) baixou 4,66%. Mesmo com o avanço do minério de ferro, Vale (VALE3) perdeu 1,46%, movimento similar ao de outros ativos ligados à commodity, pressionados por preocupações com a demanda chinesa.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

Americanas (AMER3) dispara após eleição de Sergio Rial para a presidência

As ações da Americanas (AMER3) dispararam desde o anúncio de que Sergio Rial será o novo presidente da companhia a partir de 2023.

O novo presidente substituirá o marcante CEO Miguel Gutierrez, à frente da Americanas há mais de 20 anos, conforme anunciou a empresa em comunicado na sexta-feira (19).

Presidente dos conselhos de administração do Santander Brasil e da Vibra (VBBR3)Sergio Rial é também vice-presidente do conselho de administração da BRF (BRFS3), dona da Sadia e da Perdigão.

A notícia foi encarada como positiva pelo Itaú BBA, que acredita que Rial poderá trazer ideias frescas à gigante do varejo brasileiro.

Os analistas Thiago Macruz, Maria Clara Infantozzi e Gabriela Moraes esperam que, com a mudança, mais investidores estarão propensos a dar o benefício da dúvida ao papel que foi deixado de lado nos últimos trimestres devido à sua volatilidade e problemas de comunicação, fazendo-o subir de preço.

O BBA afirmou enxergar as negociações dos papéis rondando o múltiplo de 5 vezes o valor da empresa sobre o Ebitda, o que considera barato.

O Goldman Sachs, por outro lado, afirmou ainda ser cedo para cravar potenciais mudanças na estratégia da companhia, mas que a chegada de um agente com experiência em vários cargos de gestão de outras grandes empresas não deixa de ser encorajadora.

A XP cortou seu preço-alvo para as ações da Americanas, saindo de R$ 21 e indo para R$ 20, e reiterou sua recomendação neutra para as ações da empresa, por preferir estar exposta outros varejistas com relação de risco/retorno mais “equilibrada”, na visão dos analistas.

No modelo da casa, que também vê a mudança de CEO como positiva, foram incorporados os resultados operacionais do segundo trimestre, com resultados de curto prazo desafiadores e premissas de custo de capital atualizadas.

Via (VIIA3) reforça caixa com R$ 300 milhões em créditos tributários e ações sobem

Via (VIIA3), em meio à um cenário complexo para o segmento de varejo, fez uma venda de R$ 300 milhões em créditos tributários de ICMS.

A transação foi comunicada pela Via nesta segunda (22), em comunicado arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). As ações VIIA3 sobem 2,89% no intradia.

“Dessa forma, além da monetização recorrente, a companhia já totaliza transações de venda de créditos fiscais no valor de R$ 800 milhões neste exercício social“, diz o comunicado.

Os R$ 800 milhões ainda são uma pequena parte do que a companhia ainda tem para converter, segundo comunicados anteriores.

Ao fim de 2021, a empresa dispunha de R$ 9,5 bilhões em créditos tributários para reforçar o caixa da Via.

O impacto esperado no fluxo de caixa da Via por conta dessas transações ocorrerá ao longo dos próximos 18 meses, disse a empresa.

O reforço no caixa vem em meio à uma retração forte no lucro da companhia, que caiu 95% no segundo trimestre de 2022, conforme resultado financeiro divulgado no dia 11 de agosto.

A companhia teve lucro líquido contábil de R$ 6 milhões no trimestre, com lucro comparável de R$ 16 milhões, queda de 64,4% sobre o 2T21 e margem líquida de 0,2% no trimestre.

No período, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da Via, foi de R$ 690 milhões, crescimento equivalente a 42,3% na comparação de base anual.

margem Ebitda ajustada ficou em 9%, acima dos 6,2% de um ano antes.

Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

Cotação do Ibovespa nesta sexta (19)

Ibovespa fechou o pregão da última sexta-feira (19) em queda de 2,04% aos 111.496,21 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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