O Ibovespa hoje fechou a quarta-feira (22) em queda de 0,16%, aos 99.522,32 pontos, entre mínima de 98.050,02 e máxima de 100.373,69, saindo de abertura a 99.678,00. O volume financeiro foi de R$ 23,5 bilhões, abaixo da média. Na semana, o Ibovespa segue no negativo (-0,30%), com retração no mês a 10,62% e, no ano, a 5,06%. Na série de 13 sessões retroativa ao último dia 3, houve perdas em 11, considerando a de hoje.
Acompanhando passageira acentuação de ganhos em Nova York no meio da tarde, o índice Bovespa chegou a se firmar em alta e a recuperar o nível dos 100 mil pontos, embora sem mostrar força para sustentá-lo no fechamento, vindo de três sessões abaixo do limiar psicológico – agora a quarta -, ainda nos menores níveis desde o começo de novembro de 2020.
Com poucos desdobramentos que fizessem preço a partir da agenda doméstica, o Ibovespa flutuou a alguma distância, observando NY. Embora esvaziado no fim da tarde, o bom humor desde o exterior veio pela manhã, com o depoimento do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, ao Senado, no qual reafirmou a percepção de que a economia americana está em condição saudável para lidar com o atual ciclo de aperto monetário.
À tarde, os índices de Nova York chegaram a receber um impulso extra, após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter solicitado ao Congresso suspensão por três meses de imposto federal sobre a gasolina, em meio à escalada global dos custos de energia, acentuada pela guerra no leste europeu.
Por outro lado, o presidente do Federal Reserve de Chicago, Charles Evans, afirmou hoje que uma elevação de 75 pontos-base nos juros dos Estados Unidos na reunião de julho do comitê de política monetária “seria algo razoável para se debater”. Em declarações a jornalistas após evento, Evans disse também não ver necessidade de uma alta maior, de 100 pontos-base, em apenas uma reunião do BC americano.
Mais cedo, “a fala do Powell foi o destaque. Ainda que não tenha trazido novidade, ele se mostrou confiante de que a economia não vai entrar em recessão, ao contrário do que o mercado tem pensado. De qualquer forma, os mercados reagiram bem, melhorando um pouco o humor, embora a preocupação com a possibilidade de recessão permaneça como pano de fundo. Aqui, acompanhamos o mercado externo, mas ainda atentos a Petrobras e ao preço dos combustíveis”, diz Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos.
“O mercado calcula uma grande probabilidade de recessão, sabendo que a missão do Fed, de evitar um pouso forçado (da economia), é difícil tendo em vista essa inflação, a maior em 40 anos nos Estados Unidos”, diz Piter Carvalho, economista da Valor Investimentos. Para Marcelo Boragini, especialista em renda variável da Davos Investimentos, a reação positiva dos mercados a Powell derivou da manutenção de tom, ainda ‘hawkish’ mas “sem surpresas”.
Bolsas de Nova York
Os mercados acionários de Nova York fecharam em baixa modesta. Após uma abertura em queda, os índices ganharam fôlego e passaram a subir, em meio a declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, mas oscilaram adiante e, no fim do dia, voltaram ao território negativo.
- Dow Jones perdeu 0,15%, em 30.483,13 pontos;
- S&P 500 caiu 0,13%, a 3.759,89 pontos;
- Nasdaq recuou 0,15%, a 11.053,08 pontos.
O dólar à vista fechou em alta de 0,45%, a R$ 5,1771, depois de oscilar entre R$ 5,1285 e R$ 5,1820.
O petróleo encerrou em queda robusta nesta quarta-feira, pressionado por temores do mercado acerca de uma possível recessão em economias desenvolvidas por conta do aperto monetário conduzido por bancos centrais em todo o mundo. Ao mesmo tempo, a pressão do governo dos Estados Unidos sobre a produção de petroleiras americanas ajudou a piorar o apetite pela commodity energética no mercado futuro.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para agosto recuou 3,04% (US$ 3,33), a US$ 106,19, enquanto o do Brent para o mesmo mês tombou 2,54% (US$ 2,91) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 111,74.
O contrato futuro de ouro mais líquido fechou virtualmente estável nesta quarta, em meio aos crescentes riscos de que a escalada da inflação force bancos centrais a induzir uma recessão nas principais economias do globo.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para agosto encerrou a sessão em leve baixa de 0,02%, a US$ 1.838,40 a onça-troy.
No Ibovespa hoje, o IRB Brasil (IRBR3) perdeu 10,60% e liderou as maiores quedas do dia, refletindo os dados preliminares divulgados pela resseguradora, indicando prejuízo líquido de R$ 92,7 milhões em abril, o que representa um aumento de 89% na comparação anual.
O setor das petrolíferas também fechou em queda, com 3R Petroleum (RRRP3) caindo 6,68% e PetroRio (PRIO3) perdendo 6,42%. Petrobras (PETR3, PETR4) desvalorizou 0,47% e 0,30%, respectivamente.
Ainda figurou na lista negativa, SLC Agrícola (SLCE3), teve baixa de 6,45%, penalizada pela baixa no preço do algodão no mercado internacional.
No terreno positivo, Méliuz (CASH3) foi o destaque entre as altas, com +7,69%. Em seguida, BTG Pactual (BPAC11) avançou 5,55%.
A sessão também foi positiva para frigoríficos: BRF (BRFS3) teve elevação de 4,81% e Minerva (BEEF3) ganhou 3,77%.
Já os grandes bancos recuaram: Banco do Brasil (BBAS3) com -0,36%, Bradesco (BBDC3, BBDC4) perdeu 0,52% e 0,43%, respectivamente, Itaú (ITUB4) caiu 0,74% e Santander (SANB11), -1,76%.
VALE (VALE3) também cedeu, acompanhando a queda do minério de ferro, caindo 0,86%.
Maiores altas do Ibovespa:
- Méliuz (CASH3): +7,69% // R$ 1,26
- BTG Pactual (BPAC11): +5,55% // R$ 22,83
- BRF (BRFS3): +4,81% // R$ 13,07
- Minerva (BEEF3): +3,77% // R$ 13,21
- Natura (NTCO3): +3,76% // R$ 14,35
Maiores baixas do Ibovespa:
- IRB Brasil (IRBR3): -10,60% // R$ 2,53
- 3R Petroleum (RRRP3): -6,68% // R$ 33,97
- SLC Agrícola (SCLE3): -6,45% // R$ 48,85
- PetroRio (PRIO3): -6,42% // R$ 21,27
- CSN (CSNA3): -4,60% // R$ 15,97
Outras notícias que movimentaram o Ibovespa
- IRB Brasil (IRBR3) aumenta prejuízo em abril para R$ 92,7 milhões
- Petrobras (PETR4): Cade autoriza sem restrições compra da Gaspetro pela Compass
IRB Brasil (IRBR3) aumenta prejuízo em abril para R$ 92,7 milhões
O IRB Brasil (IRBR3) reportou prejuízo de R$ 92,7 milhões em abril de 2022, ante o resultado negativo de R$ 48,9 milhões na comparação com o mesmo período de 2021. A informação é do relatório períodico mensal enviado à Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
Já o prejuízo acumulado do IRB Brasil nos primeiros quatro meses de 2022 foi de R$ 12,2 milhões, ante um lucro líquido no mesmo período do ano passado de R$ 1,9 milhão.
A despesa de sinistro em abril de 2022 foi de R$ 478 milhões, com índice de sinistralidade de 103,1%, impactada pelo segmento Agro. Desta forma, ficou em valor equivalente à despesa de abril de 2021, de R$ 479 milhões, que representou então sinistralidade de 84,3%.
No primeiro quadrimestre deste ano, a despesa com sinistro totalizou R$ 1,4 bilhão, uma queda de 7,7% quando comparada com o mesmo período do ano anterior. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, o índice de sinistralidade do IRB foi de 87,4%, comparado a 75,6% no primeiro quadrimestre de 2021.
“A sinistralidade normalizada dos efeitos climáticos adversos ao segmento Agro no Brasil e da Covid foi de 70,8% no primeiro quadrimestre de 2022”, informou o documento.
O prêmio emitido do IRB totalizou R$ 552,8 milhões em abril de 2022, uma queda de 29,7% em relação a abril de 2021, composta pela diminuição do prêmio no Brasil de 7,2%, para R$ 338,5 milhões, e pela redução do prêmio no exterior de 49,1%, para R$ 214,4 milhões.
Já nos quatro primeiros meses de 2022, o prêmio emitido atingiu o montante de R$ 2,5 bilhões, com queda de 5,8% em relação ao mesmo período de 2021. No Brasil houve crescimento de 12%, atingindo R$ 1,5 bilhão, enquanto no exterior houve redução de 25,1% em relação ao mesmo período no ano passado, com R$ 979 milhões.
“A redução no exterior está em linha com a estratégia de foco no mercado doméstico, amplamente divulgada pela companhia.”
Petrobras (PETR4): Cade autoriza sem restrições compra da Gaspetro pela Compass
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta (21), sem restrições, a compra de 51% de participação da Petrobras (PETR4) na Gaspetro pela Compass, da Cosan (CSAN3).
O placar do julgamento foi apertado: três conselheiros votaram por impor condições e quatro pelo aval sem restrições. Como antecipou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, parte do conselho demonstrou preocupações de que a transação da Gaspetro crie uma nova “gigante do gás”, com a Compass passando a ter uma participação de mercado muito grande, principalmente em Estados como São Paulo e Santa Catarina.
A principal divergência durante o julgamento foi sobre a necessidade de tornar ou não obrigatória a venda de 12 distribuidoras pela Compass. Durante o processo, a empresa apresentou, voluntariamente, um plano de negócio que prevê o desinvestimento de uma dúzia de empresas, de um total de 18 adquiridas no negócio.
Segundo o Broadcast apurou, as empresas a serem vendidas estão localizadas em Estados como Acre, Roraima e Alagoas e não incluem mercados consumidores do Sul e Sudeste.
O relator do processo, Luiz Hoffmann, votou pela aprovação da compra da Gaspetro sem restrição por entender que a intenção apresentada pela Compass de se desfazer de distribuidoras é suficiente. “Quando a Compass vem aos autos e explica seu plano de negócios, eu não posso tratar isso como uma informação irrelevante. É uma informação essencial e que, se não comprovada, pode levar a revisão da operação”, completou o conselheiro Gustavo Augusto, que acompanhou o voto do relator.
Já o conselheiro Luiz Braido apresentou voto divergente em que tornava obrigação a venda, em até três anos, das 12 empresas. O voto também determinava que a Compass e demais empresas da Cosan não poderiam celebrar novos contratos de comercialização de gás no mercado livre nas regiões em que tivesse controle em companhias regionais de distribuição.
“A Compass informou que as vendas fazem parte do seu plano de negócio, porém planos de negócio podem mudar, principalmente quando há incentivos”, completou o conselheiro Sérgio Ravagnani, que votou com Braido.
A maioria acompanhou o relator, levando à aprovação do negócio sem restrição.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: -0,16%
- IFIX hoje: -0,17%
- IBRX hoje: -0,22%
- SMLL hoje: -0,56%
- IDIV hoje: -0,27%
Cotação do Ibovespa nesta terça (21)
O Ibovespa fechou o pregão da última terça-feira (21) em queda de 0,17% aos 99.684,50 pontos.
(Com informações do Estadão Conteúdo)