O Ibovespa hoje (21) emendou o terceiro ganho diário, mas sem repetir o ritmo visto nas duas sessões anteriores, em que havia subido 2,03% e 1,83%, respectivamente, ontem e anteontem. Nesta quarta-feira, a referência da B3 fechou em alta de 0,53%, aos 107.433,14, entre mínima de 106.065,73 e máxima de 107.991,07 pontos na sessão, em que saiu de abertura aos 106.865,92 pontos.
O giro ficou em R$ 27,1 bilhões. Na semana, a cotação do Ibovespa sobe 4,45%, mas ainda cede 4,49% no mês – o ganho semanal, contudo, já recolocava ontem o índice no azul em 2022, acumulando alta de 2,49% no ano, até esta quarta-feira. O nível de fechamento foi o maior desde o último dia 9, então aos 107.519,56 pontos.
Após ter sustentado boa recuperação desde a última segunda-feira mesmo quando o sinal de Nova York não ajudava, o Ibovespa tirou o pé na sessão desta quarta-feira, em que a Câmara dos Deputados ainda avaliava, em primeiro turno, os destaques à PEC da Transição, entre os quais o do partido Novo, que tentava manter, na Constituição, a âncora fiscal, e foi rejeitado nesta tarde.
Concluída a votação em primeiro turno, a expectativa passou ao segundo turno na Câmara, concluído no fim da tarde, e à votação final de alterações – como o prazo de vigência reduzido, de dois para um ano -, que precisam passar de novo pelo Senado.
“Antes de se falar em Bolsa, é preciso olhar o DI, em nível alto, refletindo ainda expectativa quanto ao fiscal no próximo governo, sobre qual será o custo para financiar as iniciativas, as propostas. As declarações da equipe, inclusive as feitas por Haddad, têm sido ponderadas, mas há uma distância, ainda a conferir, para o que de fato será feito”, diz Felipe Cima, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
“Há espaço para a Bolsa subir? Sim, os ativos brasileiros estão baratos. Mas o que está barato pode ficar ainda mais, a depender do que vier a acontecer. Se a tendência é de baixa, pode haver ainda repiques até que se encontre um fundo”, acrescenta.
De acordo com análise gráfica de Fábio Perina, do Itaú BBA, os suportes para o valor do Ibovespa estão em 104.000 e 101.600 pontos. “Se perdido, abrirá caminho para seguir em direção à mínima do ano, em 95.200 pontos”, acrescenta.
Por outro lado, “o Ibovespa passou a resistência inicial em 105.500 pontos e a próxima região a ser superada é 108.600 – patamar que mantém o índice em tendência de baixa no curto prazo“, ressalva o analista. “Caso consiga, o índice estenderá o movimento de recuperação em direção a 110.700 e 113.800 pontos”, acrescenta.
“A semana tem sido positiva, mas, além da situação fiscal (no plano doméstico), há questões ainda com relação à China sobre a Covid. Houve afrouxamento das restrições contra o vírus, mas ainda há incerteza com relação a empresas que têm exposição à demanda chinesa, em meio ao avanço da doença por lá. O ambiente ainda é de volatilidade nos mercados globais” diz Gustavo Neves, especialista em renda variável da Blue3.
Hoje, a valorização do petróleo e do minério de ferro favoreceu dia positivo para Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) que, junto com os bancos Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4), contribuíram para o Ibovespa operar no positivo, aponta Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora. “Na contramão, ficaram as ações de Magazine Luiza (MGLU3), que recuaram mais forte, junto das ações de frigoríficos, como Minerva e JBS”, acrescenta.
Na ponta negativa do Ibovespa hoje, além de Magalu, Minerva (BEEF3) e JBS (JBSS3), destaque também para MRV (MRVE3).
No lado oposto, IRB (IRBR3) disparou 24,69%, após a empresa ter obtido lucro líquido em outubro. “O IRB tem enfrentado cenário bem desafiador desde as fraudes descobertas no balanço, mas em outubro divulgou lucro, em reversão de prejuízos anteriores”, diz José Daronco, analista da Suno Research.
“No exterior, há uma melhora de expectativa quanto à inflação global. Aqui, o Ibovespa engatou a terceira alta, de olho na PEC da Transição com prazo menor.
A atenção segue concentrada na formação da equipe econômica, especialmente com relação aos futuros secretários na Fazenda”, diz Bruno Madruga, sócio e head de renda variável da Monte Bravo Investimentos, destacando a alta dos grandes bancos na sessão, pelo peso que têm no Ibovespa e por ser um dos segmentos considerados preferenciais pelos investidores em dias de entrada de fluxo estrangeiro na Bolsa. Por outro lado, “mais um dia de liquidez baixa, como costuma ser em fim de ano”, acrescenta Madruga.
Maiores altas do Ibovespa
- IRB (IRBR3): +24,69%
- SulAmerica (SULA11): +6,38%
- Hapvida (HAPV3): +4,49%
- Rede D’Or (RDOR3): +4,48%
- Totvs (TOTS3): +3,99%
Maiores baixas do Ibovespa
- Magazine Luiza (MGLU3): -7,45%
- Alpargatas (ALPA4): -3,70%
- MRV (MRVE3): -3,08%
- Minerva (BEEF3): -2,31%
- Arezzo (ARZZ3): -2,17%
Bolsas da Nova York
As bolsas de Nova York fecharam em alta, em sessão marcada por um maior fôlego nos índices, após ganhos modestos no pregão anterior terem interrompido uma tendência negativa recente. Investidores hoje monitoraram indicadores e notícias corporativas, mas os temores de eventual recessão global com o aperto monetário para conter a inflação seguiam presentes.
- Dow Jones fechou: +1,60%, aos 33.376,48 pontos
- S&P 500: +1,49%, aos 3.878,44 pontos
- Nasdaq: +1,54%, aos 10.709,37 pontos
Na agenda de indicadores, o índice de confiança do consumidor dos EUA subiu de 101,4 em novembro a 108,3 em dezembro, segundo o Conference Board. O resultado superou a previsão de 101,2 dos analistas. Já as vendas de casas usadas no país caíram 7,7% em novembro ante outubro, quando analistas esperavam perda menor, de 5,9%.
Após a queda de 1,93% ontem, em meio à redução dos prêmios de risco diante da costura política para redução do prazo da PEC da Transição de um para dois anos, o dólar apresentou oscilações mais modestas ao longo da sessão desta quarta-feira.
A divisa até ensaiou uma queda mais firme nas primeiras horas de negócios, quando registrou mínima a R$ 5,1601, com relatos de entrada de fluxo financeiro e comercial. Mas a febre vendedora amainou em seguida e, após passar a tarde rodando entre R$ 5,19 e R$ 5,20, a moeda encerrou o dia em ligeira baixa (-0,07%), cotada a R$ 5,2030 – menor valor de fechamento desde 1º de dezembro (R$ 5,1971).
Os contratos futuros mais líquidos do petróleo fecharam em alta nesta quarta-feira, 21, em sessão marcada pela queda dos estoques da commodity nos Estados Unidos e pelas perspectivas de uma maior demanda e menor oferta pela commodity, com a reabertura da China e com a manutenção do corte da produção do óleo por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para fevereiro de 2023 fechou com ganho de 2,70% (US$ 2,06), a US$ 78,29 o barril, enquanto o Brent para o mesmo mês, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em alta de 2,76X% (US$ 2,21), a US$ 82,20 o barril.
O contrato futuro de ouro registrou estabilidade, nesta quarta-feira, 21. O metal mostrou impulso limitado, após alta de pouco mais de 1,5% ontem e também diante da alta do dólar nesta sessão.
O ouro para fevereiro fechou estável, em US$ 1.825,40 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
Cotação do Ibovespa nesta terça (20)
O Ibovespa encerrou a sessão desta terça-feira (20) em alta de 2,03%, aos 106.864,11 pontos.
(Com informações de Estadão Conteúdo)