O Ibovespa hoje encerrou a sessão de terça-feira (21) em baixa de 0,65%, aos 109.036,54 pontos. A máxima do dia foi de 110.223,73 pontos, enquanto a mínima foi de 107.867,47 pontos. O volume financeiro somou R$ 32,4 bilhões.
No radar dos investidores do Ibovespa hoje segue o risco fiscal, em meio à falta de consenso sobre a PEC da Transição. A bolsa de valores acelerou ainda mais as perdas, depois que o partido PL, do atual presidente, Jair Bolsonaro, contestou o resultado das eleições.
A cotação do Ibovespa foi pressionada para baixo com a queda das ações da Petrobras (PETR4), depois de cortes pela metade em seu preço-alvo nas recomendações feitos por especialistas do mercado.
Na ponta positiva, algumas empresas como Usiminas (USIM5), CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4) se destacaram, ao recuperar parte das perdas observadas recentemente. A alta do dólar favoreceu o desempenho dessas companhias exportadoras.
Em resumo, as siderúrgicas tiveram as melhores performances do índice, enquanto as aéreas e varejistas ficaram no campo negativo.
Nicola Tingas, economista chefe da Acrefi, destacou que, após a eleição de Lula, houve um viés positivo no curtíssimo prazo que gerou uma valorização dos ativos brasileiros. No entanto, a mudança de discurso de Lula criticando os limites da área fiscal, criou uma incerteza no mercado.
“Eu acredito que o mercado está esperando uma definição da equipe econômica e de uma sinalização de economia mínima, os primeiros passos”, diz Tingas. “Com tanta gente aconselhando, apesar de existir uma ala de conselheiros de Lula com um viés diferente, mas a provável identidade final da equipe deverá ser algo moderado, atendendo a vários requisitos mínimos de estabilidade e consistência”, completa.
Bolsas de Nova York
As bolsas de Nova York fecharam em alta, com o mercado confiante na adoção de um ritmo mais lento no aumento de juros por parte do Federal Reserve (Fed), na véspera da divulgação da ata da mais recente reunião de política monetária da instituição. A divulgação de balanços ainda impulsionou algumas ações, garantindo um clima positivo no mercado.
- Dow Jones: +1,18, aos 34.098,10 pontos
- S&P 500: +1,36%, aos 4.003,58 pontos
- Nasdaq: +1,36%, aos 11.174,41 pontos
O dólar à vista fechou em alta de 1,30%, a R$ 5,3797, depois de oscilar entre R$ 5,2848 e R$ 5,3994.
Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta terça-feira, 22, em uma recuperação dos preços após os rumores de que países produtores teriam interesse em aumentar sua produção, o que foi negado por autoridades sauditas.
Além disso, a commodity é impulsionada por perspectivas de redução no ritmo de aperto monetário de importantes bancos centrais, incluindo o Federal Reserve (Fed), e por uma desvalorização do dólar, moeda na qual é cotada.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para janeiro de 2023 fechou em alta de 1,14% (US$ 0,91), a US$ 80,95 o barril, enquanto o Brent para o mesmo mês negociado na Intercontinental Exchange (ICE) avançou 0,84% (US$ 0,74), a US$ 88,36 o barril.
O contrato mais líquido do ouro fechou nesta terça-feira, 22, em leve alta, em dia de poucos drivers, sustentando pela desvalorização do dólar ante rivais, moeda na qual a commodity é cotada, e na expectativa de um alta mais suave nas taxas de juros por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e outros BCs.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro fechou em alta de 0,02%, a US$ 1.739,9 por onça-troy.
No Ibovespa hoje, a principal valorização foi Usiminas (USIM5), de 3,92%, seguida pela CSN (CSNA3), que subiu 3,52%. Já a Gerdau (GGBR4) teve alta de 3,36%, enquanto Metalúrgica Gerdau (GOAU4) avançou 2,88%. Por fim, PetroRio (PRIO3) teve ganhos de 2,84%.
Na ponta negativa do Ibovespa hoje, se destacou Arezzo (ARZZ3), com baixa de 4,87%, seguida por Azul (AZUL4), com queda de 4,87%. Grupo Soma (SOMA3) caiu 4,22%, Gol (GOLL4), 4,04% e Americanas (AMER3), 3,80%.
Maiores altas do Ibovespa:
- Usiminas (USIM5): +3,92%
- CSN (CSNA3): +3,52%
- Gerdau (GGBR4); +3,36%
- Metalúrgica Gerdau (GOAU4): +2,88%
- PetroRio (PRIO3): +2,84%
Maiores baixas do Ibovespa:
- Arezzo (ARZZ3): -4,87%
- Azul (AZUL4): -4,87%
- Grupo Soma (SOMA3): -4,22%
- Gol (GOLL4): -4,04%
- Americanas (AMER3): -3,80%
Outras notícias que movimentaram o Ibovespa
- Banco do Brasil (BBAS3) terá ‘deterioração dos números’ nos próximos anos, diz especialista
- Banco rebaixa recomendação de ações do Brasil diante de risco fiscal
Banco do Brasil (BBAS3) terá ‘deterioração dos números’ nos próximos anos, diz especialista
Em meio ao cenário político conturbado, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) tiveram queda de aproximadamente 15% nos últimos 30 dias. Após isso, analistas fizeram revisões em suas teses sobre os papéis com as sinalizações mais recentes.
As ações do BB caíram em um cenário generalizado de retração dos papéis das estatais depois do resultado das eleições. Assim, como Banco do Brasil, a Petrobras (PETR4) despencou 33% nos últimos 30 dias.
Phil Soares, CFA e chefe de análises de ações da Órama Investimentos, disse em entrevista ao Suno Notícias, que espera uma deterioração nos números do banco estatal para os próximos anos.
“Independentemente da Lei das Estatais, acreditamos que haverá uma deterioração dos números do Banco do Brasil e da Petrobras. Isso ocorre muito em função de tomadas de decisão que não são voltadas para a lucratividade e para o bom funcionamento da companhia”, explica.
Banco rebaixa recomendação de ações do Brasil diante de risco fiscal
O banco americano Morgan Stanley (MSBR34) rebaixou sua recomendação para o mercado brasileiro de ações no portfólio para a América Latina. A pior acontece em meio ao risco fiscal observado para o próximo ano com a tramitação da PEC de Transição, que prevê mais de R$ 200 bi acima do teto de gastos.
Os estrategistas do Morgan Stanley diminuíram a recomendação para as ações do Brasil de “overweight” (exposição acima da média do mercado) para “neutra”.
O banco americano afirma que os recentes eventos diminuem as possibilidades de uma nomeação ortodoxa para o ministério da Fazenda. Ao mesmo passo, a instituição diz que “sinalizações fiscais mais frouxas devem levar a taxas de juros mais altas e, assim, a rendimentos reais de títulos mais elevados, o que pode minar a tese de valuation aparentemente atraente para as ações”.
Cotação do Ibovespa nesta segunda (21)
O Ibovespa terminou a sessão da última segunda-feira (21) em alta de 0,81%, aos 109.748,18 pontos.
(Com informações do Estadão Conteúdo)