Ibovespa cai 0,52% após decisão do Fed; Magazine Luiza (MGLU3) lidera altas

Ibovespa hoje encerrou o pregão de quarta-feira (21) em queda de 0,52%, em 111.935,86 pontos, após oscilar entre 111.380,13 e 113.294,37 pontos. O giro financeiro foi a R$ 31,9 bilhões. Na semana, sobe 2,43%, com ganho a 2,20% no mês e a 6,79% no ano.

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A volatilidade se impôs ao índice Bovespa desde o comunicado sobre a decisão de política monetária do Federal Reserve, às 15 horas, mas especialmente durante a entrevista do presidente do BC americano, Jerome Powell, a partir das 15h30, que contribuiu para recuperação de ânimo, ainda que transitória, em Nova York e por extensão na B3.

Em primeiro momento, prevalecia o susto decorrente do gráfico de pontos, com as projeções atualizadas do Fed para fatores como juros e PIB. Ao fim, a referência da B3 mostrou ajuste menos amplo do que os de Nova York, mas também em terreno negativo.

Apesar da deterioração das projeções divulgadas no período da tarde pelo Fed, Powell chegou a dizer, durante a coletiva, haver “razões para acreditar que a economia seguirá razoavelmente forte”. “Crescimento mais fraco pode levar a alta no desemprego, mas precisamos ter isso”, observou também o presidente do Fed. Apesar de alguns comentários que contribuíram para mitigar parte do susto com o gráfico de pontos, outras declarações tiveram viés decididamente hawkish, que cortaram o entusiasmo que chegou a inspirar o mercado, aqui e fora, em parte da coletiva de Powell.

Ele deixou clara a disposição de “agir de modo agressivo agora”. “Queremos chegar rapidamente à política monetária restritiva”, afirmou, sem dar indicação do ritmo exato das altas futuras. E ressaltou, mais uma vez, que a trajetória dependerá “da situação da economia”. “Tomamos decisão a cada reunião, as próximas não foram fechadas hoje. É difícil prever exatamente a trajetória da política monetária neste momento”, disse. Além disso, para Powell, ainda não é possível saber se a política do BC americano levará a uma recessão, o que é uma preocupação atual do mercado.

“Acredito que foi uma decisão bem ‘hawkish’ do BC americano. A alta de 0,75 ponto porcentual era a mais esperada pelo mercado para a reunião, mas as projeções do Fed passam uma mensagem mais dura do que boa parte do mercado estava precificando. Se antes estava fragmentada, a expectativa para novembro e dezembro deve alinhar”, diz Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. “Outro ponto importante são as projeções menores para o PIB, neste e no próximo ano. Cenário bem mais desafiador que vai exigir taxa de juros mais alta por período prolongado, ninguém está esperando corte de juros no ano que vem. Por enquanto, só projetam corte de juros para 2024, diante de todo o cenário”, acrescenta.

“A decisão veio em linha com o esperado, mas a decisão foi lida como dura, pelo sumário das projeções, com mudança bastante grande para a trajetória de juros esperada pelos membros do comitê de política monetária do Fed, e também na expectativa de crescimento para a economia”, diz Raone Costa, economista-chefe da Alphatree Capital. “Houve na prática endurecimento do discurso, ainda mais firme no combate à inflação”, acrescenta.

“Para o restante do ano ainda precisamos aguardar mais dados econômicos para saber melhor a magnitude das próximas altas, mas o aperto monetário (do Fed) deve continuar na mesma intensidade. Com isso, esperamos uma desaceleração ainda maior e aumento das chances de uma recessão em 2023”, observa Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.

Juros futuros recuaram por toda a curva, principalmente vencimentos a partir de 2024, precificando um cenário de juros mais baixo em dia de divulgação da decisão do Copom, que impulsionou ações de empresas dos setores de varejo e construtoras”, aponta Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora. Assim, o Icon, índice de consumo, fechou o dia em leve alta de 0,15%, enquanto as perdas no segmento de materiais básicos, que reúne as ações de commodities, chegaram a 1,36% (Imat).

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam em território negativo. Investidores monitoraram a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que veio acompanhada de projeções atualizadas, e também a entrevista coletiva do presidente da instituição, Jerome Powell.

  • Dow Jones: -1,70%, aos 30.183,71 pontos;
  • S&P 500: -1,71%, aos 3.789,90 pontos;
  • Nasdaq: -1,79%, aos 11.220,19 pontos.

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dólar à vista fechou em alta de 0,40%, a R$ 5,1730, após oscilar entre R$ 5,1204 e R$ 5,1937.

Após uma sessão marcada pela volatilidade, os contratos do petróleo fecharam em queda nesta quarta-feira, no mercado futuro, pressionados pelo avanço do dólar, que reagiu à decisão de política monetária do Fed de aumentar juros em 75 pontos-base. Além disso, comentários sobre o acordo nuclear com o Irã também pressionaram a commodity, que chegou a ser brevemente impulsionada pela decisão do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de anunciar mobilização militar parcial no país no âmbito da guerra na Ucrânia. Estoques dos EUA também estiveram no radar.

O petróleo WTI para novembro caiu 1,19% (US$ 1,00), a US$ 82,94 o barril o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para o mesmo mês recuou 0,87% (US$ 0,79), a US$ 89,83 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

O ouro fechou em alta nesta quarta, corrigindo parte das perdas recentes antes da decisão monetária do Federal Reserve, que ocorreu hoje, após o fechamento.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro avançou 0,28%, a US$ 1.675,70 por onça-troy.

No Ibovespa hoje, os papéis de varejistas se destacaram entre as maiores altas da sessão, beneficiados pela forte queda dos juros futuros na B3.

Quem liderou no ranking positivo foi Magazine Luiza (MGLU3), que subiu 6,50%. Em seguida, Via (VIIA3) ganhou 5,02%, Grupo Soma (SOMA3), +3,47%, Alpargatas (ALPA4) valorizou 3,15% e Lojas Renner (LREN3) teve alta de 2,98%.

BTG Pactual (BPAC11) liderou a lista das maiores quedas, com -5,17%. Outro destaque da lista negativa foi CSN (CSNA3), que perdeu 4,43%, refletindo a decisão do Cade de manter a proibição da siderúrgica de comprar novas ações de Usiminas (USIM5) — que ciau 1,28%.

Ainda, Cielo (CIEL3) também figurou nas primeiras posições do ranking, cedendo 3,23%.

Ações da Petrobras (PETR3, PETR4) fecharam mistas, com -0,20% e +0,26%, respectivamente. Já Vale (VALE3) recuou 1,44%

O setor bancário do índice também fechou com perdas, com Itaú (ITUB4) caindo 1,05%, Santander (SANB11) desvalorizando 0,74%, Banco do Brasil (BBAS3) cedendo 0,71% e Bradesco (BBDC3, BBDC4), -0,66% e 0,60%, nesta ordem.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

  • Azul (AZUL4) cria nova ponte-aérea SP-Rio com Congonhas e Jacarepaguá
  • Usiminas (USIM5): Cade aprova despacho para CSN (CSNA3) vender ações

Azul (AZUL4) cria nova ponte-aérea SP-Rio com Congonhas e Jacarepaguá

Azul (AZUL4) anunciou a criação de uma nova ponte aérea entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

nova rota da Azul irá ligar o aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital, ao de Jacarepaguá, na capital fluminense.

As viagens devem ter início em 31 de outubro, com sete decolagens diárias entre 6h40 e 19h45 e voos de cerca de 1h20.

Os novos voos da Azul serão realizados com a aeronave Cessna Grand Caravan, um turboélice com capacidade entre 10 e 14 passageiros.

Nas aeronaves maiores, a ponte aérea entre a cidade de São Paulo e o Rio de Janeiro costuma levar cerca de 50 minutos.

A estratégia da Azul na ponte aérea está ligada à inauguração de uma base da empresa próxima ao aeroporto de Jacarepaguá, que hoje só recebe voos de helicópteros e jatinhos.

Segundo a empresa, os voos devem atrair passageiros com destino à região da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, área ao lado de Jacarepaguá.

As passagens para a nova rota anunciadas no site da Azul custam, em média, R$ 552.

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Usiminas (USIM5): Cade aprova despacho para CSN (CSNA3) vender ações

Nesta quarta-feira (21), o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou o despacho em que dá prazo indeterminado para a CSN (CSNA3) vender as ações que tem na Usiminas (USIM5).

A autoridade antitruste manteve a proibição de que a siderúrgica compre novas ações da Usiminas. A CSN também continua proibida de exercer direitos políticos na Usiminas, assim como de alugar suas ações para terceiros.

Na noite de terça-feira (20), a Usiminas enviou a petição ao Cade, solicitando uma multa de 15% no valor de suas ações detidas pela CSN e que um terceiro independente tentasse vender a participação.

Neste sentido, a multa requerida pela Usiminas no Cade para a CSN é equivalente a cerca de R$ 120 milhões. As informações são do Valor Econômico.

Essa briga de participação vem desde 2014, quando o Cade decidiu por limitar a participação da CSN na Usiminas em 5%. Na época, a CSN detinha 17,43% das ações da Usiminas.

Na semana passada, o Cade emitiu um parecer que mudava a decisão de 2014, permitindo que a CSN comprasse  mais de 5% de ações da Usiminas, desde que não exercesse direitos políticos.

A Usiminas explicou no pedido ao Cade que a CSN vendeu apenas algumas das ações preferenciais, mantendo todas as ordinárias desde a decisão de diminuição da participação.

A siderúrgica também disse que a grande participação da CSN  tira a liquidez de seus papéis e impede a nomeação de membros dos seus órgãos de administração por acionistas minoritários. Além disso, acaba por elevar o custo de seu principal concorrente ao obrigar a defesa em inúmeras ações judiciais.

A decisão desta quarta-feira dividiu o conselho: três integrantes do tribunal votaram pela homologação do despacho apresentado pelo presidente do Cade, Alexandre Cordeiro, dando prazo indeterminado para a venda, mas mantendo as demais obrigações.

Outros três votaram contra a alteração do acordo, mantendo o prazo para a venda das ações, que acabaria neste ano. Coube ao próprio Cordeiro desempatar o julgamento – o presidente tem voto de Minerva.

O conselheiro Gustavo Augusto, que foi favorável ao despacho, disse que, nesses oito anos, não se verificou problemas concorrenciais resultantes da operação. “Não é papel do Cade dizer quando tem que vender ação pra ação cair e despencar como esta caindo hoje. Mas se tiver problema concorrencial, ai, sim, não tem nenhum problema em mandar vender imediatamente”, afirmou.

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Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: -0,52%
  • IFIX hoje: +0,04%
  • IBRX hoje: -0,51%
  • SMLL hoje: 0,00%
  • IDIV hoje: -0,62%

Cotação do Ibovespa nesta terça (20)

Ibovespa fechou o pregão da última terça-feira (20) em alta de 0,62%, em 112.516,91 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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