Ibovespa sobe 2,03% com PEC desidratada; Gol (GOLL4) e Via (VIIA3) lideram altas

Janize Colaço

20/12/2022 18:27

Atualizado em: 20/12/2022 19:15

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Ibovespa hoje. Foto: Divulgação/B3

O Ibovespa hoje encerrou o pregão desta terça-feira (20) em alta de 2,03%, aos 106.864,11 pontos, após oscilar entre 104.607 e 107.792 pontos. O volume financeiro do dia somou R$ 28,9 bilhões.

O dia foi de bolsas internacionais mistas, com altas no Dow Jones, S&P e Nasdaq em +0,28%, +0,11% e +0,01%, respectivamente. Na Europa houve mais oscilações, com altas de +0,13% em Londres (FTSE 100), +0,15% em Milão (FTSE MIB) e +0,57% em Lisboa (PSI 20); por outro lado, quedas de -0,35% em Paris (CAC 40) e -0,42% em Frankfurt (DAX).

O dólar fechou com queda de 1,93%, a R$ 5,2066, após oscilar durante o dia entre R$ 5,1765 e R$ 5,3251. Enquanto isso, o barril de petróleo Brent subiu 0,24% aos US$ 79,99, e WTI se manteve estável, a US$ 75,19

Assim como ontem, o Ibovespa operou o pregão com as decisões políticas do governo eleito no radar. Esta terça-feira foi marcada pela PEC da Transição, que foi desidratada e deverá ter duração de um ano.

Notícias que movimentam a Bolsa de Valores hoje

PEC da Transição é desidratada para 1 ano após acordo;
Aegea arremata Corsan por R$ 4,1 bilhão em leilão de privatização
IRB Brasil (IRBR3): Credit Suisse e Santander passam facão no preço-alvo

PEC da Transição é desidratada para 1 ano após acordo

O Ibovespa operou o dia em alta, com a expectativa de que ocorra a aprovação do PEC da Transição ainda nesta terça-feira (19). Após reunião do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com deputados na residência oficial do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a proposta foi desidratada e deverá ter duração de um ano, em vez dos dois anos previstos no texto aprovado no Senado.

Após reunião com Lira, o futuro ministro confirmou que o prazo da PEC da Transição deve cair para um ano. Ao chegar ao Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), onde funciona o gabinete de transição, Haddad não respondeu às perguntas dos jornalistas, mas confirmou que o prazo da PEC cairá pela metade.

Petrobras (PETR4) avança e varejo sobe pela segunda vez seguida

Os investidores reagiram bem à movimentação em Brasília, com o Ibovespa seguindo em alta pelo dia todo. No Intradia a maioria das ações do Ibovespa ficaram no positivo.

O avanço moderado dos preços do petróleo e do minério de ferro nesta terça-feira contribuiu com Petrobras (PETR4, alta de 2,43%, PETR3 subindo 3,08%) e Vale (VALE3), com avanço de 0,45%, assim como para as ações de siderurgia – CSN (CSNA3), com ganhos de 3,89%, e Gerdau (GGBR4), que valorizou 2,35%.

Mas o ponto forte, como ontem, foram as do setor de varejo e consumo, com a forte queda dos juros futuros, como Via (VIIA3), que ganhou 10,81%, e Magazine Luiza (MGLU3), alta de 8,05%), que lideraram os ganhos do dia, ao lado de Gol (GOLL4), +11,18%, Natura (NTCO3), +8,59%, e Azul (AZUL4), +7,58%.

No lado oposto, cinco ações do Ibovespa fecharam o dia em baixa, com destaque para Qualicorp (QUAL3), tombo de 3,07%, devolvendo pequena parte da alta de 14,68% do dia anterior quando o papel havia reagido à aprovação com restrições, pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), da compra da SulAmérica (SULA11) pela Rede D’Or (RDOR3). Cederam terreno hoje, também, Fleury (FLRY3), que caiu 3,34%, Marfrig (MRFG3), queda de 1,59%, Suzano (SUZB3), -0,59%, e Ambev (ABEV3), -0,43%.

O que pensam os investidores?

Conforme aponta Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos, hoje a bolsa está subindo porque Haddad está articulando com Lira de forma mais racional e com maior bom senso.

Isso faz com que as bolsas se animem. Sabemos que a PEC da Transição caiu de quatro anos para um e agora, possivelmente, será aprovada de forma desidratada.

Cohen também destaca a reação em cadeia: “mercado se anima e talvez os juros no ano que vem não subam muito. Isso facilita crédito, dá força para empresas subirem, como as varejistas, aviação, tecnologia e, principalmente, construtoras.”

Aegea arremata Corsan por R$ 4,1 bilhão em leilão de privatização

O Consórcio Aegea arrematou por R$ 4,15 bilhões a Companhia Riogradense de Saneamento, a Corsan. O leilão foi feito nesta terça-feira (20). Atualmente a empresa atende mais de 6 milhões de pessoas no Estado distribuídos em 317 municípios que contratam os serviços da companhia, até então estatal.

O valor pago pela Aegea foi quase sem ágio sobre o valor mínimo, em leilão de privatização promovido pelo governo gaúcho na sede da B3 (B3SA3), em São Paulo.

Após decisões judiciais que suspenderam o leilão até a noite desta segunda-feira, o governo do Rio Grande do Sul conseguiu viabilizar o certame, que tinha como critério o maior valor de proposta, com lance mínimo de R$ 4,1 bilhões.

Credit Suisse e Santander cortam preço-alvo do papel do IRB Brasil

Os dias seguem difíceis para o IRB Brasil (IRBR3). O Santander e o Credit Suisse amolaram seus facões, que estão sendo utilizados para cortes no preço-alvo das ações da resseguradora. No caso do banco suíço, a queda chegou a quase 80%.

Em relatório divulgado nesta terça (20), os analistas do Credit Suisse reduziram o preço-alvo do IRB de R$ 3,35 para R$ 0,70, recuo de 79%. O papel seguiu sendo classificado como underperform (equivalente à venda).

No Santander, o corte foi de 30%, rebaixando o preço-alvo de R$ 1,20 para R$ 0,80.