Ibovespa avança 2,33%, aos 111,8 mil pontos; Vale (VALE3) sobe 3,24%
O Ibovespa hoje fechou a segunda-feira (19) em alta de 2,33%, em 111.823,89 pontos, após oscilar entre 108.507,76 e 111.975,94 pontos. O índice retorna ao positivo no mês (+2,10%), colocando os ganhos do ano a 6,68%. O giro foi de R$ 28,8 bilhões na sessão.
O índice Bovespa conseguiu se descolar da cautela pré-Fed que manteve a maior parte dos mercados do exterior na defensiva neste começo de semana.
Apesar do sinal negativo em Nova York – revertido no meio da tarde -, o dia foi de recuperação bem distribuída na B3 desde mais cedo, com ganhos firmes nas ações e nos segmentos de maior peso no Ibovespa, após quatro dias de perdas.
“Papéis de educação também foram destaque, com a criação de um grupo de trabalho do MEC para propor novas regras para o ensino à distância em alguns cursos e após falas do candidato Lula favoráveis aos programas FIES e Prouni”, diz Paula Zogbi, analista da Rico Investimentos.
“A ressaca da semana passada foi pesada” o que ajuda a compreender o “rali” de recuperação nesta segunda-feira na B3, observa Felipe Castro, especialista em renda variável da Blue3, acrescentando que pela magnitude da próxima “superquarta”, com decisões monetárias nos Estados Unidos e no Brasil, o “estresse” pode voltar.
“Por aqui, o mercado segue favorável à tomada de risco apoiado em ‘valuation’ atrativo e possibilidade do fim do ciclo de alta dos juros. Juros futuros recuaram por toda a curva, com queda das commodities e projeções melhores para a inflação no boletim Focus de hoje, o que favorece a tomada de risco”, aponta Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora.
Hoje, “a divulgação do apoio de Henrique Meirelles (ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BC) a Lula contribuiu para o sentimento positivo na Bolsa e no câmbio, mas não explica o movimento todo do dia, de recuperação para Petrobras (ON +1,19%, PN +1,59%) e Vale (ON +3,24%), mais correlacionadas ao mercado externo. Há ainda otimismo estrangeiro com o Brasil, mais adiantado na correção dos juros, onde o BC agiu rápido e bem. E o paciente (a economia) não morreu, segue em recuperação”, diz Davi Lelis, economista e sócio da Valor Investimentos.
Ele acrescenta que “o Brasil está em posição melhor do que outros emergentes aos olhos estrangeiros no momento em que ainda persistem dúvidas” nas economias centrais, como a zona do euro, com a aproximação do inverno em meio a incertezas sobre inflação, atividade econômica e suprimento de energia ao velho continente.
O ponto alto da semana virá na quarta-feira com as decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil. “Em ambos os casos, as decisões não são absolutamente tranquilas: podem acontecer surpresas. Há um consenso até mais forte para o Fed, de que pode subir os juros em 75 pontos-base, na mesma reunião em que será feita a atualização das projeções deles para o médio prazo, com o gráfico de pontos, que deve sinalizar taxas de juros terminais maiores, para o final do ciclo de alta de juros”, diz Raone Costa, economista-chefe da Alphatree.
“Depois do CPI (índice de preços ao consumidor) da semana passada, as projeções de mercado para a alta (dos fed funds nesta quarta-feira) passaram da faixa de 50 a 75 para a de 75 a 100 pontos-base, com maior probabilidade de que venha 75, não 100. Mas 100, que era risco residual, ganhou probabilidade”, diz Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo Investimentos.
“Para o BC daqui, estamos bem perto da conclusão do processo de elevação de juros, mas ainda há dúvidas se vai parar em 13,75%, onde já está, ou se terá um último aumento nesta reunião, que colocaria a Selic a 14%”, diz Raone, da Alphatree. “Os dados correntes têm mostrado melhora da inflação, os índices (de preços) viraram bastante. O que talvez cause alguma preocupação é a atividade econômica, especialmente o mercado de trabalho, que talvez enseje pressões inflacionárias futuras”, acrescenta o economista, lembrando que os preços de serviços continuam a subir significativamente, e “demoram para cair”. “O BC tem mostrado preocupação com isso.”
No noticiário doméstico, a aproximação entre Meirelles e Lula foi bem recebida pelo mercado. Ao Broadcast Político, Meirelles disse que, se o candidato do PT quiser conversar sobre economia, o criador do teto de gastos na gestão Michel Temer (MDB) dará opiniões.
Ao jornalista Eduardo Gayer, Meirelles desconversou sobre a possibilidade de retornar à esplanada e minimizou as críticas do PT às reformas que ele liderou no Ministério da Fazenda, na administração Temer.
Bolsas de Nova York
Após uma sessão marcada pela volatilidade, as bolsas de Nova York conseguiram ganhar fôlego e fecharam em alta nesta segunda-feira. Os índices chegaram a aprofundar as perdas da abertura após a divulgação do índice de confiança das construtoras dos EUA, que caiu um pouco mais do que o esperado em setembro. Além disso, segue no radar a expectativa pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), na quarta-feira.
- Dow Jones: +0,64%, aos 31.019,68 pontos;
- S&P 500: +0,69%, aos 3.899,89 pontos;
- Nasdaq: +0,76%, aos 11.535,02 pontos.
O dólar à vista fechou em baixa de 1,79%, a R$ 5,1652, depois de oscilar entre R$ 5,1435 e R$ 5,3027.
Os contratos futuros de petróleo chegaram a registrar queda forte em parte do dia, superior a 3%, mas inverteu o sinal antes do fechamento. A perspectiva de aperto monetário e seu consequente impacto na atividade esteve no radar, em semana de reuniões do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), e investidores também reagiram a notícias do setor.
O petróleo WTI para novembro fechou em alta de 0,71% (US$ 0,60), em US$ 85,36 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês avançou também 0,71% (US$ 0,65), a US$ 92,00 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
O ouro fechou em baixa nesta segunda-feira, às vésperas da decisão monetária do Federal Reserve (Fed) na próxima quarta-feira, 21. Nesta semana, o BC americano deve elevar os juros mais uma vez em 75 pontos-base, o terceiro aumento seguido desta magnitude. A perspectiva de juros mais altos tende a tirar força do ouro enquanto porto seguro de investidores.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro recuou 0,31%, a US$ 1.678,20 por onça-troy.
No Ibovespa hoje, os papéis de empresas atreladas ao setor de educação ficaram entre as maiores altas do dia. YDUQS (YDUQ3) liderou, com ganhos de 14,10%, e, em seguida, Cogna (COGN3) subiu 9,77%.
B3 (B3SA3) também entrou no ranking, com +6,79%. Ativos de siderúrgicas também figuraram na lista positiva: Gerdau Metalúrgica (GOAU4) registrou +5,88% e Gerdau (GGBR4), +5,74%. Já Vale (VALE3) teve elevação de 3,24%.
Com alta do petróleo, a Petrobras (PETR3, PETR4) valorizou 1,19% e 1,59%, respectivamente, em dia de anúncio de nova redução do preço do diesel.
O setor bancário encerrou o dia no azul, com a percepção do mercado de uma melhora do risco-Brasil: Itaú (ITUB4) ganhou 3,75%, Santander (SANB11) ganhou 3,53%, Bradesco (BBDC3, BBDC4) subiu 2,42% e 2,57%, nesta ordem, e por fim, Banco do Brasil (BBAS3) teve +1,98%.
No campo negativo, a maior baixa da sessão ficou com Positivo (POSI3), que recuou 1,59%. Em seguida no ranking, Marfrig (MRFG3) caiu 1,06% e Cielo (CIEL3) perdeu 0,94%.
Maiores altas do Ibovespa:
- YDUQS (YDUQ3): +14,10% // R$ 12,30
- Cogna (COGN3): +9,77% // R$ 2,81
- B3 (B3SA3): +6,79% // R$ 13,22
- Gerdau Metalúrgica (GOAU4): +5,88% // R$ 10,44
- Gerdau (GGBR4): +5,74% // R$ 24,31
Maiores baixas do Ibovespa:
- Positivo (POSI3): -1,59% // R$ 13,00
- Marfrig (MRFG3): -1,06% // R$ 12,17
- Cielo (CIEL3): -0,94% // R$ 5,29
- Banco Pan (BPAN4): -0,67% // R$ 7,42
- JBS (JBSS3): -0,40% // R$ 27,65
Outras notícias que movimentaram o Ibovespa
- Oi (OIBR3) pode devolver R$ 3,2 bilhões à Tim (TIMS3) e Vivo (VIVT3)
- Petrobras (PETR4) reduz preço do diesel em R$ 0,30 por litro
Oi (OIBR3) pode devolver R$ 3,2 bilhões à Tim (TIMS3) e Vivo (VIVT3)
A Oi (OIBR3) recebeu um documento da Vivo (VIVT3) e da Tim (TIMS3) pedindo pela redução de R$ 3,2 bilhões no preço no valor total dos ativos adquiridos por ambas nos leilões realizados.
A companhia de telecomunicações divulgou o ocorrido na manhã desta segunda (19), por meio de fato relevante. Com a notícia, as ações da Oi caem 10% no intradia.
Segundo o comunicado, as concorrentes alegam divergências nas informações técnicas sobre os ativos negociados.
Nesse caso, a Oi poderia ter de devolver cerca de R$ 1,7 bilhão, dado que as concorrentes já realizaram a retenção de uma parte da aquisição dos ativos – que, no montante total, beira os R$ 16 bilhões.
No total, os valores são:
- R$ 768.974.532,35 correspondente ao valor a ser devolvido à TIM
- R$ 587.002.011,99 correspondente ao valor a ser devolvido à Telefônica (Vivo)
- R$ 383.469.574,45 correspondente ao valor a ser devolvido à Claro
A Tim informou que em relação a 100% das ações da SPE Cozani1, após todos os ajustes previstos no SPA, o valor foi de R$ R$ 6,98 bilhões. A companhia iria reter o montante de R$ 634,33 milhões para fazer frente a eventuais necessidades de alterações no PFA.
A Oi disse discordar das alegações do grupo comprador e defendeu que adotará todas as medidas cabíveis em relação à notificação feita. Nesse contexto, a empresa tem um prazo de 30 dias para detalhar as suas discordâncias com as reivindicações da Tim e da Vivo.
Além disso a Oi afirma que o grupo de compradoras enviou também uma notificação de indenização pedindo um valor de R$ 353 milhões em razão da revisão dos inventários móveis. Nesse caso, também manifestou discordância.
“A Oi entende que o cálculo do valor do ajuste pós-fechamento apresentado pelas compradoras traz erros procedimentais e técnicos, havendo equívocos na metodologia, nos critérios, nas premissas e na abordagem adotados pelo grupo e pelo seu assessor econômico KPMG”, consta no documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
“Além disso, a notificação das compradoras não observou os termos e condições dos documentos da operação, não apresentando documentos e informações obrigatórios para a notificação de ajuste Pós-Fechamento, como expressamente exigidos nos documentos”, segue.
Petrobras (PETR4) reduz preço do diesel em R$ 0,30 por litro
A Petrobras (PETR4) anunciou nesta segunda-feira (19) uma redução de 5,7% no preço do diesel A vendido em suas refinarias. Com isso, o preço do diesel cai R$ 0,30 por litro, de R$ 5,19 para R$ 4,89.
O novo preço do diesel vale a partir da terça-feira, 20, e devem provocar novas quedas nas bombas nas próximas semanas.
Se considerada a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 4,87, em média, para R$ 4,67 a cada litro vendido na bomba, informou em nota a companhia.
Trata-se do terceiro reajuste para baixo no preço do diesel da gestão de Caio Paes de Andrade, iniciada no fim de junho e encampada pelo governo como solução para a escalada no preço dos combustíveis.
Antes do anúncio desta manhã, a Petrobras tinha divulgado uma redução de R$ 0,22 por litro em 11 de agosto, um desconto de 4% e, portanto, inferior ao atual.
Como de praxe nos recentes anúncios de redução de preços dos combustíveis, a Petrobras reitera que o movimento “acompanha a evolução dos preços de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para o diesel”, e “é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio.”
Essa redução do diesel pega o mercado de combustíveis de surpresa.
Analistas e executivos esperavam novas reduções na gasolina, cujos preços internacionais têm mostrado quedas mais resilientes e menos volatilidade.
No caso do diesel, a leitura era de que as oscilações das cotações internacionais do derivado e seu descolamento do preço do barril tornavam reduções nos preços domésticos “improváveis”.
Desde 19 de julho, a Petrobras já anunciou quatro reduções na gasolina e três no preço do diesel, além de outros produtos vendidos nas refinarias da estatal, tais como gás de cozinha (GLP), gasolina e querosene de aviação e asfalto.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: +2,33%
- IFIX hoje: -0,02%
- IBRX hoje: +2,25%
- SMLL hoje: +1,98%
- IDIV hoje: +2,10%
Cotação do Ibovespa nesta sexta (16)
O Ibovespa fechou o pregão da última sexta-feira (16) em queda de 0,61%, em 109.280,37 pontos.
(Com informações do Estadão Conteúdo)