O Ibovespa hoje encerrou a sessão desta sexta-feira (19) em queda de 2,04% aos 111.496,21 pontos, após oscilar entre 111.146,15 e 113.807,29. Na semana, cai 1,12%. Foi a primeira baixa semanal depois de três seguidas de ganhos. Em dia de vencimento de opções sobre ações, o giro financeiro ficou em R$ 28,2 bilhões. Tendo fechado a sessão de quinta-feira com ganho de 10,32% no mês, aparou nesta sexta-feira o avanço de agosto a 8,08%. No ano, sobe 6,37%.
Acentuado em agosto com avanço quase sem quebras até esta sexta-feira, o Ibovespa teve longa série de recuperação no mês, uma retomada que o tirou das mínimas desde novembro de 2020, na metade de julho, para os maiores níveis desde abril de 2022, nesta semana.
No intervalo de pouco mais de 30 dias, saltou dos 95 mil, durante as sessões de 14 e 15 de julho, para os 114 mil pontos vistos na quinta e na quarta-feira no intradia. A rápida escalada amadureceu realização de lucros que veio hoje, motivada por cautela externa, não doméstica.
Ainda assim, espera-se um ritmo menor de caminhada no curto prazo, considerando que o início oficial do calendário eleitoral, na última terça-feira, deve trazer aos ativos domésticos um grau maior de volatilidade após o entusiasmo recente, deflagrado em especial pela sinalização do BC de que o ciclo de ajuste de juros está concluído ou bem perto disso, no Brasil.
“Os fundamentos micro, das empresas, voltaram a ser olhados nesta temporada de resultados trimestrais, muito boa e agora já perto do fim. Os números positivos ajudam a entender a atração de fluxo estrangeiro para a B3 como não se via desde o começo do ano. Houve resultados muito positivos no segundo trimestre, chegando em momento no qual o P/L estava em 7 vezes, no menor nível em décadas”, diz Felipe Moura, analista da Finacap. “Tivemos hoje uma correção técnica, realização de lucros saudável e aguardada, considerando que o Ibovespa acumulou recuperação em torno de 20% em relação ao piso do ano, cerca de 30 dias atrás.”
“Lá fora, ainda há preocupação com a inflação, temores em relação ao ajuste de juros nas maiores economias, com a sensação de que esses BCs podem ainda estar atrás da curva, mesmo com a recente melhora vista nos índices de preços. Hoje, por sinal, a inflação ao produtor na Alemanha pesou, contribuindo para a cautela, essa aversão a risco desde o exterior, na sessão”, observa o analista da Finacap.
No Brasil, em dia de agenda também esvaziada, o mercado ficou “refém do humor externo”, observa em nota a Guide Investimentos, destacando lá fora o “vencimento de US$ 2 trilhões em contratos de opções sobre ações”, no momento em que os investidores ainda digerem “falas mais duras de membros do Fed o BC americano”.
“Dia de forte queda nos mercados internacionais já mirando mais aperto monetário, com retomada das apostas de alta de 75 pontos-base em setembro na taxa de juros dos Estados Unidos, após os mercados terem chegado a acreditar que o Federal Reserve seria mais suave”, diz Piter Carvalho, economista da Valor Investimentos.
Bolsas de Nova York
Os mercados acionários de Nova York fecharam em baixa, nesta sexta-feira. Em dia de agenda modesta, investidores já se preparavam para o Simpósio de Jackson Hole, que deve trazer mais pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve na política monetária. Além disso, notícias corporativas mexiam com algumas ações específicas.
- Dow Jones: -0,86%, aos 33.706,74 pontos;
- S&P 500: -1,29%, aos 4.228,48 pontos;
- Nasdaq: -2,01%, aos 12.705,22 pontos.
O dólar à vista fechou em leve baixa de 0,08%, a R$ 5,1680, após oscilar entre R$ 5,1665 e R$ 5,2195. Na semana, moeda subiu 1,85%.
Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta sexta, em uma sessão marcada pela volatilidade. O óleo foi pressionado, em grande parte do dia, pelo fortalecimento do dólar ante rivais, em meio à maior busca por segurança antes do simpósio de Jackson Hole.
O petróleo WTI para outubro, contrato mais líquido, fechou em alta de 0,37% (US$ 0,33), a US$ 90,44 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). No entanto, na semana, houve queda de 1,79%. Já o Brent, na Intercontinental Exchange (ICE), para o mesmo mês subiu 0,13% (US$ 0,13), a US$ 96,72 o barril, com queda semanal de 1,46%.
O ouro registrou queda, nesta sexta-feira, com o contrato pressionado pela força do dólar. Diante do câmbio, mesmo o quadro de certa cautela nos mercados internacionais não foi o suficiente para apoiar as compras do metal. O ouro para dezembro fechou em baixa de 0,47%, em US$ 1.762,90 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
Na comparação semanal, o contrato recuou 2,98%.
No Ibovespa hoje, Minerva (BEEF3) foi o destaque positivo, liderando o ranking das maiores altas com +2,55%. Além do frigorífico, somente outros três papéis tiveram alta acima de 1%: IRB Brasil (IRBR3), com alta de 1,85%, Hypera (HYPE3), com +1,70% e Vibra (VBBR3), que subiu 1,69%.
Entre as blue chips, Petrobras (PETR3, PETR4) baixou 4,07% e 5,06%, respectivamente, com o mercado refletindo a eleição de seis membros indicados pela União para o Conselho da estatal. Já Vale (VALE3) cedeu 1,12%.
Grandes bancos fecharam no negativo: Banco do Brasil (BBAS3) registrou -1,84%, Santander (SANB11) caiu 1,44%, Itaú (ITUB4) perdeu 1,37%, Bradesco (BBDC3, BBDC4) desvalorizou 1,34% e 1,26%, nesta ordem.
Companhias aéreas se destacaram entre as maiores baixas do índice. Azul (AZUL4) teve queda de 7,63% e GOL (GOLL4) perdeu 7,30%. A maior desvalorização do pregão foi de Locaweb (LWSA3), com recuo de 7,72%.
Maiores altas do Ibovespa:
- Minerva (BEEF3): +2,55% // R$ 14,88
- IRB Brasil (IRBR3): +1,85% // R$ 2,20
- Hypera (HYPE3): +1,70% // R$ 41,77
- Vibra (VBBR3): +1,69% // R$ 18,68
- Cogna (COGN3): +0,39% // R$ 2,59
Maiores baixas do Ibovespa:
- Locaweb (LWSA3): -7,72% // R$ 10,04
- Azul (AZUL4): -7,63% // R$ 15,99
- GOL (GOLL4): -7,30% // R$ 10,42
- MRV (MRVE3): -7,29% // R$ 9,80
- Magazine Luiza (MGLU3): -6,20% // R$ 3,78
Outras notícias que movimentaram o Ibovespa
- Oi (OIBR3) fará novo leilão de torres no dia 22; valor mínimo é de R$ 1,69 bilhão
- Petrobras (PETR4) elege novo conselho de administração nesta sexta (19)
Oi (OIBR3) fará novo leilão de torres no dia 22; valor mínimo é de R$ 1,69 bilhão
A Oi (OIBR3) realizará um novo leilão para a venda de 8 mil torres de telefonia fixa na segunda-feira (22), às 15h30, no preço mínimo de R$ 1,697 bilhão, com pagamento em dinheiro.
As torres são do conjunto estrutural no qual são instaladas antes para a transmissão de radiofrequência e demais equipamentos.
O leilão da Oi envolve contratos, direitos, obrigações, licenças e demais equipamentos necessários à operação. As informações são do Valor Econômico.
De acordo com o documento assinado pelo juiz Fernando Cesar Ferreira Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, os interessados em participar devem entregar suas propostas em envelopes lacrados até às 12h, do dia 22, à Vara, mesma jurisdição onde tramita o processo de recuperação judicial da Oi.
Para o leilão, os ativos foram reunidos na sociedade de propósito específico SPE Torres 2, batizada de Lemvig Serviços de Televisão por Assinatura S.A., cujas ações, todas pertencentes à Oi, serão vendidas.
A NK 108 Empreendimentos e Participações S.A. realizou proposta vinculante no dia 1º de agosto, estabelecendo o preço mínimo ao leilão da Oi. Com isso, a NK ganha direito de cobrir a última oferta apresentada por outros pretendentes.
Segundo o site “Tele.Síntese”, a American Tower e a IHS seriam outras duas interessadas na operação. Em 2021, a American Tower comprou a CoreSite, nos EUA, por mais de US$ 10 bilhões, e a Telxius Towers, do grupo Telefônica, por US$ 9,4 bilhões.
Já a IHS adquiriu a então FiberCo (renomeada I-Systems), rede de fibra independente da TIM, por R$ 1,96 bilhão. A IHS chegou a levantar US$ 378 milhões no mercado ao abrir seu capital na bolsa de Nova York, em 2021, para financiar seu crescimento.
De acordo com o edital do leilão, estão previstas receitas decorrentes de aluguel pela locação de espaço pelo grupo Oi e por outras operadoras, reembolso de aluguéis dos terrenos de terceiros onde as torres estão instaladas, além de demais despesas rateadas entre a Oi e operadoras rivais que ocupam as torres.
Petrobras (PETR4) elege novo conselho de administração nesta sexta (19)
Um novo conselho de administração da Petrobras (PETR4) será eleito nesta sexta-feira (19) pela Assembleia Geral Extraordinária (AGE). A votação será por voto múltiplo, segundo informou o presidente da assembleia, Bernardo Costa e Silva.
A União quer tentar eleger oito conselheiros para 11 cadeiras, e escolher um novo “chairman”, o presidente do Conselho. Desses oito nomes, a tendência é que seis venham da União e outros dois dos acionistas minoritários.
De acordo com apuração feita pela agência Reuters, fontes próximas ao acionista controlador estão otimistas com a aprovação dos nomes indicados pela União, incluindo nomes rejeitados previamente. São eles o secretário executivo da Casa Civil, Jônathas de Castro, e do procurador-geral da Fazenda Nacional, Ricardo Soriano.
Conforme o Comitê de Elegibilidade (Celeg) da estatal e o conselho de administração da Petrobras, os nomes não foram avaliados, considerando que há conflito de interesse.
O conflito seria decorrente de que Castro atuaria concomitantemente em pasta que participa de discussões sobre o preço dos combustíveis, e Soriano por integrar a alta administração da Fazenda, parte em litígios de natureza fiscal com a Petrobras que somam quase R$ 110 bilhões.
A reunião da AGE começou às 13h.
O governo indicou oito nomes em junho deste ano: Gileno Barreto, Caio Andrade, Jônathas de Castro, Ricardo Alencar, Edison Garcia, Iêda Cagni, Márcio Weber e Ruy Schneider. Foram indicados ainda pelos minoritários José João Abdalla Filho e Marcelo Gasparino da Silva.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: -2,04%
- IFIX hoje: +0,08%
- IBRX hoje: -2,04%
- SMLL hoje: -2,51%
- IDIV hoje: -1,60%
Cotação do Ibovespa nesta quinta (18)
O Ibovespa fechou o pregão da última quinta-feira (18) em leve alta de 0,09% aos 113.812,87 pontos.
(Com informações do Estadão Conteúdo)