Ibovespa tomba 3% na semana; Bradesco (BBDC4) sobe e JBS (JBSS3) despenca

O Ibovespa hoje encerrou a sessão de sexta-feira (18) em baixa de 0,76%, aos 108.870,17 pontos. A máxima do dia foi de 111.584,86 pontos, enquanto a mínima foi de 108.511,71 pontos. O volume financeiro somou R$ 33,3 bilhões em dia de vencimento de opções. Na semana, o índice acumulou queda de 3,01%.

BOLSA TOMBA NA SEMANA DE OLHO EM PEC DA TRANSIÇÃO; SAIBA MAIS!

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O Ibovespa devolveu os ganhos que ensaiou nos melhores momentos do dia e emendou a terceira perda consecutiva em quatro sessões na semana, nas quais a retração foi a 3,01% no acumulado até esta sexta-feira, 18, após tombo de 5% no intervalo anterior. Com a baixa de hoje, a referência da B3 eleva a 6,18% o recuo no mês, que limita o avanço do ano a 3,86%. Desde ontem, o Ibovespa permanece no menor nível de fechamento desde 29 de setembro.

O dia foi marcado por mais uma queda do Ibovespa, que ainda repercute as falas do ex-presidente Lula, com críticas ao teto de gastos e defesa dos programas sociais. Nesta quinta, uma carta dos economistas Armínio Fraga, Edman Bacha e Pedro Malan pediu responsabilidade fiscal para o novo governo.

Também repercute entre os investidores do Ibovespa hoje os rumores sobre Haddad ter crescido como principal cotado para ser Ministro da Fazenda, colaborando para a piora nos ânimos.

No início da tarde, o relato de que o ex-ministro da Educação e candidato derrotado ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, voltou a ganhar força para o ministério da Fazenda chegou a pesar também na curva de juros, com os investidores ainda na defensiva quanto ao sinal da política fiscal no próximo ano. Após o desgaste produzido pelas discussões sobre a PEC da Transição, eventual confirmação de político muito próximo a Lula no comando da Economia seria um abalo a mais para o mercado. Os investidores vão colocando de lado a expectativa inicial por um nome de perfil técnico, mas seguem temendo a alternativa extrema, de alguém que possa vir a favorecer uma guinada populista na condução das contas públicas.

“O mercado acionário tem sido orientado pela PEC da Transição e por sinalizações para a economia, sob a gestão de Lula, para 2023. O estresse ganhou proporção relevante desde a semana passada, com ganhos na casa de 10% para o Ibovespa no ano, logo após a eleição, sendo reduzidos agora para a faixa de 4%, e Bolsa abaixo de 110 mil pontos, nível considerado como uma linha psicológica”, diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos. “É um momento de ponderação, com a discussão sobre as contas públicas resultando em aumento dos prêmios de risco”, acrescenta.

“Na abertura de hoje, houve certo alívio, com EWZ, o ETF de Brasil lá fora, subindo 2,5%, o real se valorizando e queda nos juros longos – além da alta do Ibovespa futuro, refletindo também a posição do Geraldo Alckmin (vice eleito), mais fiscalista (do que o futuro governo vem sinalizando)”, aponta Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, destacando também os sinais do Congresso no sentido de enxugamento da PEC ao longo da tramitação da proposta, o que se refletiu no “ralizinho” de ativos brasileiros observado pela manhã. “Mas ainda continuamos num nível de incerteza grande”, ressalva o economista.

“O mercado não acreditava que, tão logo se iniciasse a transição, houvesse um desmonte tão grande das políticas criadas pelo atual governo. Estão falando em um revogaço logo na virada para 2023 e marcos como do saneamento e outros podem ter mudanças”, explica Cassiano Konig, sócio da GT Capital.

Todos esses fatores levam o mercado financeiro a uma desconfiança muito grande. Assim, diversos investimentos foram contratados pela iniciativa privada com base nestas novas leis, colaborando para uma desconfiança ainda maior.

“A falta da indicação do novo ministro da economia e sua equipe também deixa o mercado ainda mais volátil. Me parece que esse cenário de muitas incertezas, indefinições e embates políticos vai longe e quem mais perde é o Brasil que vinha despontando como um dos países favoritos para novos investimentos”, diz Konig.

As empresas de varejo também recuaram no Ibovespa hoje, em meio à alta na curva de juros, em meio a fala do presidente do BC sobre a necessidade de aguardar o texto final da PEC para que seja definido o que fazer com a Selic.

Do mesmo modo, empresas do setor de petróleo como Petrobras (PETR4) e PetroRio (PRIO3) também caem na bolsa de valores hoje, após a queda no preço do barril de petróleo lá fora.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam alta nesta sexta-feira, 18, apesar das sinalizações de continuidade no ciclo de aperto de juros nos Estados Unidos por parte do Federal Reserve (Fed).

  • Dow Jones: +0,59%, aos 33745,69 pontos
  • S&P 500: +0,48%, aos 3965,34 pontos
  • Nasdaq: +0,01%, aos 11146,06 pontos

O dólar à vista fechou em baixa de 0,50%, a R$ 5,3748, depois de oscilar entre R$ 5,3296 e R$ 5,3943. Na semana, moeda avançou 0,77%.

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda, em sessão marcada pela perspectiva de baixo crescimento na China e mais aperto monetário nas economias desenvolvidas, que podem agravar a desaceleração econômica e alimentar os temores de recessão global. A valorização do dólar ante rivais também pesou sobre os negócios, ao tornar mais cara a commodity para detentores de outras moedas.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para janeiro fechou em baixa de 1,58% (US$ 1,56), a US$ 80,08 o barril, enquanto o Brent para janeiro de 2023 negociado na Intercontinental Exchange (ICE) recuou 2,41% (US$ 2,16), a US$ 87,62 o barril. Na semana, os recuos foram de 9,98% e 8,71%, respectivamente.

O contrato mais líquido do ouro fechou em baixa nesta sexta-feira, 18, em sessão na qual o metal é pressionado por um avanço do dólar ante rivais, que pesa no metal, que é cotado na moeda americana, e o aumento nos rendimentos dos Treasuries, que competem com o ouro na busca por segurança. Os movimentos foram impulsionados por declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed) defendendo a continuidade da alta de juros nos Estados Unidos.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro fechou em queda de 0,49%, a US$ 1.754,4 por onça-troy. Na semana, houve recuo de 0,89%.

No Ibovespa hoje, o principal destaque de alta foi São Martinho (SMTO3), de 10,26%, seguida pela Raízen (RAIZ4), com avanço de 4,09%. Já a Qualicorp (QUAL3) valorizou 3,44%.

Enquanto isso, as ações da Hapvida (HAPV3) tiveram ganhos de 3,27% e a Minerva (BEEF3) subiu 2,56%.

A principal queda do Ibovespa hoje veio com IRB (IRBR3), com uma desvalorização de 8,64%. Já a Via (VIIA3) teve baixa de 8,30%, enquanto Magazine Luiza (MGLU3) despencou 7,08%. As Americanas (AMER3) variou -4,86%, já a Petz (PETZ3) recuou 4,53%.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Na semana, se destacaram entre as altas São Martinho, Raízen, Bradesco, Bradespar e CVC. Na ponta negativa, tiveram forte queda as empresas Marfrig, Americanas, JBS, Minerva e 3R.

Maiores altas da semana:

Maiores baixas da semana:

Petrobras diz ter tomado conhecimento de despacho do TCU sobre dividendos

A Petrobras disse, em comunicado divulgado nesta sexta-feira (18), ter tomado conhecimento de despacho do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, que negou a cautelar solicitada pelo Ministério Público para suspender o pagamento dos dividendos aprovados no terceiro trimestre de 2022.

A companhia informou ainda que, por meio do despacho, foi determinada a realização de diligências para obtenção de informações adicionais para decisão final de mérito. A Petrobras se pronunciou após a veiculação de notícias sobre o assunto.

Em 4 de novembro, o Ministério Público que atua junto ao TCU sugeriu em representação que a Corte de Contas apurasse e avaliasse a legalidade do pagamento de distribuição de dividendos da Petrobras aprovado pelo Conselho de Administração da estatal, calculado em R$ 43,68 bilhões.

A representação foi assinada pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, dirigida ao presidente em exercício do TCU, Bruno Dantas. Augusto Nardes é o relator do caso.

Vale: Fitch reafirma rating BBB com perspectiva estável

A Fitch, uma agência de classificação, reafirmou nesta quinta-feira (17), os ratings da Vale de longo prazo em moeda estrangeira e em divisa local da Vale (VALE3) em BBB, mantendo uma perspectiva estável.

Enquanto isso, a nota da dívida sênior sem garantia da Vale Overseas Limited e da Vale Canada Limite se manteve em BBB, e a de escala nacional da companhia ficou em AAA (bra).

A Fitch destacou que a decisão reflete a posição de liderança da empresa no mercado transoceânico de minério de ferro, com um dos mais baixos níveis de custo do segmento. A instituição entende que a mineradora possui uma “forte” estrutura de capital.

A agenda ainda disse que gargalos globais de oferta, com a guerra russa na Ucrânia, assim como eventos climáticos no Brasil e na Austrália e a resiliente demanda chinesa auxiliaram na manutenção nas cotações de minério de ferro em patamares mais altos.

“Espera-se que o fluxo de caixa das operações permaneça alto em 2023, em cerca de US$ 13,7 bilhões, antes das distribuições de capex e dividendos”, diz a Fitch.

Pão de Açúcar pretende incorporar aplicativo James para impulsionar entregas e cortar custos

O conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) aprovou a incorporação do aplicativo de entrega James Delivery. Segundo cálculos da administração do grupo, os custos para realizar a incorporação devem ser de aproximadamente R$ 226,1 mil.

O Pão de Açúcar destacou que a decisão da incorporação do James Delivery “está fundamentada e totalmente alinhada à estratégia do Novo GPA Brasil de expandir suas vendas na modalidade de e-commerce, aprimorar seu modelo de delivery e, consequentemente, melhorar a experiência de compra dos clientes do Grupo”.

O grupo diz que o “know-how” sobre o negócio de delivery do Jame Delivery faz com que o grupo aumente o volume de entregas em domicílio para compras realizadas por sites ou aplicativos das bandeiras do GPA, sobretudo sob a modalidade de ultraconveniência.

Cotação do Ibovespa nesta quinta (17)

O Ibovespa terminou a sessão da última quinta-feira (17) em baixa de 0,49%, aos 109.702,78 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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João Vitor Jacintho

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