O Ibovespa hoje encerrou a quarta-feira (18) em queda de 2,34%, aos 106.247,15 pontos, após oscilar entre 106.038,40 e 108.923,44 pontos. O volume financeiro foi de R$ 29,9 bilhões.
Acompanhando o aumento de perdas ao longo da tarde em Nova York, o índice Bovespa devolveu nesta quarta-feira a recuperação vista nas últimas cinco sessões, que haviam tirado o índice do negativo para o positivo no mês. Volta a anotar perda em maio (-1,51%) no fechamento de hoje, após ser pressionado pela retomada da aversão a risco no exterior, onde prevaleceram nesta quarta-feira sinais ruins sobre a trajetória da covid-19 na China, depois de relativa melhora nos últimos dias quanto à transmissão da doença no país.
Com uma sessão sem sinal único na Ásia, as perdas se aprofundaram no horário de negócios na Europa, estendendo-se depois ao Brasil e Nova York, em meio ao temor de que “os estímulos realizados por Pequim não sejam suficientes para recuperar as perdas causadas pela política de Zero Covid”, observa em nota a Nova Futura Investimentos.
Assim, em dia no qual o Goldman Sachs cortou a previsão de crescimento da segunda maior economia do mundo, rumores de que nova área de confinamento estaria sendo implementada em Tianjin mantiveram os investidores globais na defensiva desde a manhã.
“O Ibovespa acompanhou hoje o mercado americano nas mínimas do dia. Um ponto a destacar foi que, diferente da maioria dos dias em uma perspectiva mais longa, a Bolsa aqui caiu e com juros dos Treasuries fechando. Hoje, não foi abertura de Treasuries que provocou essa queda em bolsa, mas sim uma aversão maior a risco, com o medo de desaceleração global mais forte – seja também por Fed um pouco mais ‘hawkish‘ apesar das declarações relativamente tranquilizadoras do Jerome Powell (presidente do Fed), recentemente”, diz Luiz Adriano Martinez, portfólio manager da Kilima Asset.
“As pessoas estão exigindo um retorno maior nas ações para determinado nível de Treasury”, acrescenta o gestor. “O mercado está percebendo mais risco para frente, no horizonte. Sintoma de fuga de risco nos mercados globais, que é o que temos visto tanto nos Estados Unidos, com essa queda forte do S&P 500 hoje (-4,04% no fechamento), como também na B3”, observa Martinez, destacando o “sofrimento” maior visto nos setores orientados à economia global, como os de mineração e siderurgia, em dia também negativo para segmentos com exposição à atividade doméstica, como comércio eletrônico e construção civil.
“O dia foi extremamente pesado para os mercados do mundo inteiro, com os investidores ainda preocupados quanto a inflação e ritmo de atividade global, considerando ainda os lockdowns (na China). A mensagem do Powell ontem, sobre levar o juro (de referência dos EUA) acima do nível considerado neutro, se necessário, e balanços ruins de empresas do varejo americano, como Walmart, resultaram em reação forte dos mercados, com corrida para segurança nos Treasuries”, diz Romero de Oliveira, head de renda variável da Valor Investimentos.
Bolsas de Nova York
Os mercados acionários de Nova York tiveram queda forte nesta quarta-feira. O dia já começou em tom negativo, após ganhos no pregão anterior, e piorou em meio a sinais ruins nas perspectivas de varejistas dos Estados Unidos. Além disso, novas notícias sobre lockdowns para conter o covid-19 na China contribuíram para a fuga do risco das ações entre investidores, que também seguem atentos à perspectiva de aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed).
- Dow Jones em baixa de 3,57%, em 31.490,07 pontos;
- S&P 500 caiu 4,04%, a 3.923,68 pontos;
- Nasdaq recuou 4,73%, a 11.418,15 pontos.
O dólar à vista fecha em alta de 0,80%, a R$ 4,9826, depois de oscilar entre R$ 4,9230 e R$ 5,0003.
O petróleo fechou em forte baixa nesta quarta, penalizado por uma sessão de aversão ao risco, em meio à notícia de que a China impôs uma nova área de quarentena na região portuária de Binhai, em Tianjin. Neste contexto, planos da União Europeia (UE) para reduzir sua dependência em combustíveis fósseis da Rússia e dados de estoque nos EUA ficaram em segundo plano.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI para julho recuou 2,36% (US$ 2,59), a US$ 107,04, enquanto o do Brent para o mesmo mês teve baixa de 2,25% (US$ 2,82), a US$ 109,11, na Intercontinental Exchange (ICE).
O contrato mais líquido do ouro fechou em queda, pressionado pelo avanço do dólar ante rivais. As perspectivas de aperto monetário agressivo pelo Federal Reserve (Fed), em meio à alta da inflação, continuam pesando nos mercados.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho encerrou a sessão em queda de 0,22%, a US$ 1.814,9 a onça-troy.
No Ibovespa hoje, a Locaweb (LWSA3) lidera as maiores altas pelo segundo dia consecutivo, com +13,94%. Em seguida, Hapvida (HAPV3) sobe 4,44% e recupera parte das perdas do dia anterior, com a ajuda da notícia de que a companhia aprovou novo programa de recompra de até 400 milhões ações.
Ecorodovias (ECOR3) também fica presente no ranking, com alta de 2,27%, com investidores refletindo a expectativa sobre o leilão de concessão do sistema Rio-Valadares.
Já as ações de maior peso do índice caíram: Petrobras (PETR3, PETR4) perdeu 2,26% e 1,64%, respectivamente, com a queda do petróleo e a Vale (VALE3) caiu 2,53%.
O setor bancário fechou inteiro em queda, com Santander (SANB11) a -2,77%, Bradesco (BBDC3, BBDC4) desvalorizando 1,84% e 1,86%, respectivamente, Banco do Brasil (BBAS3) registrou queda de 1,43% e Itaú (ITUB4) cedeu 1,43%.
Entre as maiores perdas ficaram Banco Inter (BIDI11), com -8,62%, Ultrapar (UGPA3), com -7,71%; R$ 13,29 e Dexco (DXCO3), com -6,43%.
Maiores altas do Ibovespa:
- Locaweb (LWSA3): +13,94% // R$ 6,70
- Hapvida (HAPV3): +4,44% // R$ 6,81
- Ecorodovias (ECOR3): +2,27% // R$ 6,32
- Taesa (TAEE11): +0,64% // R$ 41,00
- Eneva (ENEV3): +0,14% // R$ 14,46
Maiores baixas do Ibovespa:
- Banco Inter (BIDI11): -8,62% // R$ 14,32
- Ultrapar (UGPA3): -7,71% // R$ 13,29
- Dexco (DXCO3): -6,43% // R$ 11,79
- CSN (CSNA3): -5,82% // R$ 17,63
- MRV (MRVE3): -5,51% // R$ 9,60
Outras notícias que movimentaram a bolsa de valores
- CSN Mineração (CMIN3) pagará dividendos bilionários; veja valor por ação
- Petrobras (PETR4): Flávio Bolsonaro assegura que pai não irá mudar política de preços da empresa
CSN Mineração (CMIN3) pagará dividendos bilionários; veja valor por ação
A CSN Mineração (CMIN3) vai pagar R$ 2,52 bilhões em dividendos aos seus acionistas, segundo aviso divulgado nesta quarta-feira (18). O montante que integra um total de R$ 4,8 bilhões em proventos, sendo que R$ 2,3 bilhões já foram pagos aos Acionistas a título de antecipação de dividendos.
O valor dos proventos por ação será de R$ 0,45, que serão pagos já nesta quinta-feira (19).
Apenas os investidores com ações da CSN Mineração no dia 29 de abril terão direito de receber os dividendos. A partir do dia 2 de maio as ações passaram a ser negociadas sem direito aos dividendos.
Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses proventos fazem parte dos dividendos obrigatórios do exercício de 2021.
- Valor total: R$ 2.520.403.240,72
- Valor por ação: R$ 0,459438075953189 p
- Data de corte: 29 de abril
- Data do pagamento: 19 de maio
- Rendimento (dividend yield): 21%
Petrobras (PETR4): Flávio Bolsonaro assegura que pai não irá mudar política de preços da empresa
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) garantiu que seu pai, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), não vai mudar a política de preços da Petrobras (PETR4), que hoje atrela o preço dos combustíveis à cotação do barril de petróleo no mercado internacional. Em entrevista a uma emissora de televisão, o parlamentar jogou a responsabilidade de conter a alta dos combustíveis no Conselho de Administração da estatal.
“Com certeza, não vai mudar a política de preços. Se fosse para fazer, já teria feito. Grande parte da solução desse problema passa por decisão do Conselho da Petrobras, de pegar parte do lucro que ela tem e fazer com que o preço final da bomba diminua, não se de que forma”, declarou o filho “Zero Um” do presidente.
Ainda na entrevista, Flávio afirmou que qualquer interferência na Petrobras causaria instabilidade no mercado, incluindo a variação do dólar e das ações da companhia.
“Se a Petrobras muda a política de preços, a consequência é o desabastecimento do Brasil”, avaliou o senador, coordenador da campanha à reeleição do pai.
Preocupado com o efeito da alta dos preços na popularidade do governo em ano eleitoral, Bolsonaro tem ampliado os ataques à Petrobras e cobrado redução na margem de lucro.
Em transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro chegou a chamar o lucro da empresa de “estupro”.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: +0,51%
- IFIX hoje: +0,03%
- IBRX hoje: +2,35%
- SMLL hoje: +2,46%
- IDIV hoje: +1,72%
Cotação do Ibovespa nesta terça (17)
O Ibovespa fechou o pregão da última terça-feira (17) em alta de 0,51%, aos 108.789,33 pontos.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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