O Ibovespa hoje fechou esta terça-feira (17) com alta de 0,51%, aos 108.789,33 pontos, após oscilar entre 108.244,60 e 109.773,99 pontos. Na semana, sobe 1,74% e, no mês, 0,85% – no ano, o avanço está em 3,78%. Volume financeiro foi de R$ 32,3 bilhões.
Na mesma direção do exterior desde a manhã, o índice Bovespa emendou o quinto ganho, estendendo a sua melhor série desde meados de março, ainda que não tenha conseguido sustentar o nível de 109 mil pontos, não visto em fechamento desde 28 de abril.
À tarde, a atenção do mercado esteve voltada às declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que reiterou a indicação de que o BC americano tende a optar pela manutenção de aumento de 0,50 ponto porcentual na taxa de juros de referência dos Estados Unidos, embora o ritmo de ajuste possa vir a se acentuar caso a inflação não desacelere.
Ainda assim, a opção preferencial parece ser a do ajuste de meio ponto, que conta com “amplo apoio” no comitê de política monetária do Fed, apontou Powell durante participação em evento promovido por The Wall Street Journal.
“O dia foi diferente dos últimos, hoje com as bolsas subindo e o dólar caindo praticamente em bloco contra as principais moedas emergentes. O impulso inicial veio da China, com a sensação de que as cidades tenham restrições menores já nas próximas semanas, em junho. Tal afrouxamento tende a melhorar o viés para a atividade econômica no país, que vinha passando por constantes revisões, para baixo”, diz Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.
O estrategista avalia que as falas da tarde de Powell foram observadas, em geral, pela lente da reiteração de comentários de outros dirigentes do Fed nas últimas semanas, embora persistam dúvidas sobre a dinâmica dos aumentos de juros nos Estados Unidos – como, por exemplo, se haverá elevações em todas as reuniões, daqui ao fim do ano.
“Os mercados mostraram alívio desde a manhã, com o terceiro dia consecutivo sem novos casos de covid na China, o que reforça a perspectiva de reabertura, normalização da economia por lá – e contribui para a melhora do câmbio e da curva de juros por aqui. No Brasil, as contas fiscais e o setor externo têm ajudado, e os números fiscais, ontem, surpreenderam positivamente mais uma vez. Há 12 meses ninguém esperava por isso”, diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.
Ele chama atenção para a leitura, abaixo do esperado, para o IGP-10, divulgada pela manhã, com deflação dos preços agro, em arrefecimento no intervalo, e as contas de luz também contribuindo para o desempenho do índice – em alta de 0,10% em maio, comparado a 2,48% em abril e mediana de expectativas a 0,22% para o mês.
Bolsas de Nova York
O mercado acionário em Nova York fechou em alta, movimento que foi sustentado durante todo o dia. Indicadores fortes da economia americana deram tração aos índices em Wall Street no começo da sessão, à medida que investidores aguardavam comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell. Após as falas do banqueiro central, o apetite por risco foi mantido e as bolsas terminaram o dia com ganhos de 1% a 2%.
- Dow Jones teve alta de 1,34%, aos 32.654,59 pontos;
- S&P 500 subiu 2,02%, aos 4.088,85 pontos;
- Nasdaq avançou 2,76%, aos 11.984,52 pontos.
O dólar à vista terminou o dia em baixa de 2,15%, a R$ 4,9429, depois de oscilar entre R$ 4,9278 e R$ 5,0124.
O petróleo fechou em queda nesta terça, pressionado por notícias de possíveis alívios do lado da oferta russa e venezuelana. O arrefecimento do dólar ante rivais chegou a dar fôlego aos contratos futuros, mas o movimento não se sustentou. Comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, sobre o aperto monetário na economia americana também pesaram sobre o óleo.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para junho fechou em queda de 1,58% (US$ 1,80), a US$ 112,40, e na Intercontinental Exchange (ICE), o do Brent perdeu 2,02% (US$ 2,31), a US$ 111,93.
O contrato mais líquido do ouro encerrou em alta, em sessão na qual o metal, cotado em dólar, foi impulsionado pela desvalorização da moeda norte-americana. O movimento ocorre após um período de fortes ganhos para o ativo americano, que cai hoje também pressionado pela publicação de indicadores em economias como Reino Unido e zona do euro. Neste cenário, a postura dos bancos centrais para o aperto monetário segue sendo observada por investidores.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho encerrou a sessão em alta de 0,27%, a US$ 1.818,90 a onça-troy.
No Ibovespa hoje, a Locaweb (LWSA3) liderou as maiores altas do dia, com +11,15%, seguida por Cogna (COGN3), que subiu 5,86% e Ecorodovias (ECOR3), com alta de 5,10%.
Ações do setor bancário fecharam com valorização: Banco do Brasil (BBAS3) ganhou 2,85%, Bradesco (BBDC3, BBDC4) teve elevação de 1,94% e 2,05%, respectivamente, Santander (SANB11) teve +1,22% e Itaú (ITUB4) subiu 0,88%.
No campo oposto, os balanços fracos no 1T22 levaram à queda intensa de Hapvida (HAPV3), que desabou 16,82%, seguida de Magazine Luiza (MGLU3) com perdas de 11,46% um dia após reportar prejuízo de mais de R$ 160 milhões.
Mesmo com a alta do minério de ferro, Vale (VALE3) desvalorizou 0,42%. Petrobras (PETR3, PETR4) fechou mista, com alta de 0,08% e queda de 1,30%, respectivamente.
Maiores altas do Ibovespa:
- Locaweb (LWSA3): +11,15% // R$ 5,88
- Cogna (COGN3): +5,86% // R$ 2,71
- Ecorodovias (ECOR3): +5,10% // R$ 6,18
- Ultrapar (UGPA3): +4,73% // R$ 14,40
- Yduqs (YDUQ3): +4,34% // R$ 17,56
Maiores baixas do Ibovespa:
- Hapvida (HAPV3): -16,84% // R$ 6,52
- Magazine Luiza (MGLU3): -11,46% // R$ 3,94
- IRB Brasil (IRBR3): -7,89% // R$ 2,45
- Americanas (AMER3): -2,70% // R$ 23,02
- PetroRio (PRIO3): -2% // R$ 26,52
Outras notícias que movimentaram a bolsa de valores
- Warren Buffett não desiste do Nubank (NUBR33) mesmo após queda das ações
- Bolsonaro reduz de 10% para 5% o gatilho do diesel que orienta frete dos caminhoneiros
Warren Buffett não desiste do Nubank (NUBR33) mesmo após queda das ações
A posição da Berkshire Hathaway (BERK34) – empresa do Warren Buffett – no Nubank (NUBR33) se manteve em 107.118.784 de ações ao fim de março, mesmo valor do final de dezembro, após a abertura de capital da fintech. É isso que mostra o relatório 13F apresentado pela empresa nesta segunda (16), com a descrição da carteira de investimentos do primeiro trimestre.
Embora a quantidade de ações do Nubank seja a mesma, equivalente a 2,3% de participação no banco digital, o valor dessa posição já não é mais o mesmo: a desvalorização dos papéis desde o IPO fez o valor cair de US$ 1,005 bilhão para US$ 826,9 milhões.
Considerando a data de referência de 31 de março do relatório da Berkshire Hathaway, as ações da Nu Holdings, listadas em Nova York, caíram 25,27% no período, saindo de um preço de US$ 11,45 – após a alta de 14% durante o IPO – para US$ 7,72.
Nesta terça (17), após a entrega dos resultados do 1T22, os papéis apresentam alta em Wall Street. Por volta das 10h55 (horário de Brasília), a subida era de 6,78%, para US$ 4,65.
No primeiro trimestre de 2022, o banco roxinho viu um crescimento de 63% na receita média mensal por cliente ativo, considerando a comparação anual, para US$ 6,7. No total, a receita somou US$ 877,2 milhões no período, um salto de 226% em um ano.
O Nubank atingiu 59,6 milhões de cliente ao fim de março. O mercado, entretanto, estava pessimista em relação aos números da fintech e colocou as expectativas ruins nas ações da Nu Holdings, que caíram 9% no dia da divulgação do balanço
A aposta de Warren Buffett no roxinho, porém, é de longa data. Em junho de 2021, quatro meses antes do IPO do Nubank, o bilionário fez um aporte de US$ 500 milhões no banco digital. E não parou por aí…
Segundo a Bloomberg, antes da oferta inicial de ações, a Berkshire Hathaway chegou a aumentar sua participação na fintech brasileira para 10% das ações colocadas à venda da oferta inicial.
Quando abriu o capital, o banco digital chegou a ser avaliado em US$ 41,5 bilhões, valor que fez dele o maior banco listado da América Latina – superando o Itaú (ITUB4), que tradicionalmente lidera o ranking.
Bolsonaro reduz de 10% para 5% o gatilho do diesel que orienta frete dos caminhoneiros
Em mais uma ação para aliviar a pressão dos caminhoneiros ao governo diante da escalada do preço dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro editou Medida Provisória (MP) que permite a revisão da tabela do frete sempre que houver oscilação superior a 5% no preço do óleo diesel em relação ao preço de referência.
O gatilho do diesel anterior para o aumento dos valores do frete para os caminhoneiros era de 10%. A mudança vem em um momento em que a alta do preço dos combustíveis tem preocupado o comitê de campanha de Bolsonaro, devido aos riscos para reeleição.
A Medida Provisória, publicada no Diário Oficial da União (DOU), modifica a lei que instituiu a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas em 2018, quando o então presidente Michel Temer precisou tomar uma série de ações para pôr fim a uma greve de caminhoneiros que parou o País.
Pela legislação anterior, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pode reajustar a tabela do frete a cada seis meses ou quando a variação do preço do diesel fosse igual ou superior a 10%. Agora, esse trecho do gatilho foi alterado para 5%.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: +0,51%
- IFIX hoje: +0,29%
- IBRX hoje: +0,51%
- SMLL hoje: +1,51%
- IDIV hoje: +1,45%
Cotação do Ibovespa nesta segunda (16)
O Ibovespa fechou o pregão da última segunda-feira (16) em alta de 1,22%, aos 108.232,74 pontos.
(Com informações do Estadão Conteúdo)