Ícone do site Suno Notícias

Ibovespa segue exterior e fecha em queda; Magazine Luiza (MGLU3) lidera baixas no dia

Ibovespa cai 0,87%, apesar de alta de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4); IRB (IRBR3) e Casas Bahia (BHIA3) são destaques

Ibovespa. Foto: Pixabay

VAREJO TOMBA: MGLU3 CAI 9%, AMER3 PERDE 8%, VIIA3 CEDE 5%; SAIBA MAIS!

O Ibovespa hoje encerrou o pregão em queda de 0,85%, aos 102.855,70 pontos, após oscilar entre 102.248,42 e 104.017,56 pontos. O nível de fechamento para o Ibovespa nesta sexta-feira foi o menor desde 1º de agosto, então aos 102.225,08 pontos. O volume financeiro somou R$ 39,2 bilhões. Na semana, a queda de 4,34% sucede outro recuo, de 3,94%, após duas semanas de leves ganhos para o Ibovespa, respectivamente de 2,70% e 0,10%.

O dia e a semana chegam ao fim com o mesmo tom negativo que tem prevalecido para a renda variável. Passada a primeira quinzena de dezembro, e faltando duas semanas para o encerramento do ano – com fluxo que tende a se enfraquecer nessa reta final de 2022 -, o Ibovespa acompanhou o passo dos mercados externos, com quase todas as principais bolsas, no exterior, em baixa nesta sexta-feira, como também no acumulado da semana e do mês. Dentre as maiores bolsas de fora, apenas Hong Kong, na Ásia, subiu hoje (0,42%) e avança em dezembro (4,59%).

O Ibovespa hoje cai em meio a um movimento de correção da alta registrada ontem (16) e com um desempenho negativo no mercado internacional.

Segundo Apolo Duarte, CFP, sócio e head da mesa de renda variável da AVG Capital, a queda lá fora veio com uma aversão a risco do investidor, preocupado com uma recessão global, principalmente na Europa e EUA, com reflexos em diversos países.

“Esse aumento do temor de recessão ocorre após a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed), na última quarta. A partir daí, tivemos um aumento de risco nos mercados globais, seguido também pela divulgação de novos aumentos de juros na Europa. Todos essas altas vêm nessa mesma linha: de forma dura, dando ênfase a um aperto que podemos continuar tendo pela frente”, diz Duarte.

Ibovespa e a queda das commodities

Com os temores de recessão, também se observa a queda das commodities, como petróleo e minério de ferro, afetando principalmente as mineradoras e petroleiras, como a Petrobras (PETR4).

Todas as ações do setor de petróleo operavam em queda hoje.

“A maior parte das commodities tem correlação com o crescimento do país. Por isso, sempre que temos um movimento de quebra de expectativa, ou seja, de recessão, temos queda no setor”, diz o head da mesa de renda variável da AVG Capital.

“Muita volatilidade ainda nos mercados, aqui e fora, com a indicação, nesta semana, dos principais BCs de que os juros continuarão subindo, para lidar com a inflação”, diz Ramon Coser, especialista da Valor Investimentos. Hoje, dia seguinte à elevação de juros na zona do euro e na Inglaterra, os dados de atividade (PMI) vieram fracos no velho continente, ainda em terreno de contração, inclinando os índices de lá a perdas em torno ou acima de 1% na sessão, em acréscimo ao recuo na casa de 3% visto ontem.

Nos Estados Unidos, as leituras preliminares sobre o PMI industrial e de serviços em dezembro, divulgadas nesta sexta-feira, também ficaram abaixo de 50, indicando contração na margem, em ajuste mais forte do que antecipava o mercado – que já esperava leitura negativa para o mês, tanto para a indústria como para os serviços. Em Nova York, as perdas nos três índices de referência para ações ficaram entre 0,85% (Dow Jones) e 1,11% (S&P 500) na sessão, e entre 1,66% (Dow Jones) e 2,72% (Nasdaq) no acumulado da semana.

A correção em curso nas maiores bolsas dos Estados Unidos e da Europa reflete a percepção de que uma profecia, tantas vezes repetida, esteja a caminho de se concretizar em 2023: recessão global. A perda de dinamismo no ritmo de atividade mundial, o abre e fecha na China (por mais que as restrições à covid estejam se flexibilizando), a elevação dos juros ainda em curso em diversas economias e a resiliente inflação em países pouco acostumados a ela, como EUA e Reino Unido, associam-se à persistente guerra na Ucrânia e a incerteza sobre o rumo dos preços de energia.

A presidente do Federal Reserve (Fed) de Cleveland, Loretta Mester, reforçou hoje que a taxa de juros nos EUA deve subir a um nível acima de 5% e permanecer neste patamar ao longo de todo o ano de 2023, durante entrevista à Bloomberg TV. A fala corrobora o que disseram outros dirigentes da entidade e o que indicou as últimas projeções do BC americano, divulgadas na última quarta-feira.

Lei da Estatais e PEC da Transição pendentes

Com o ambiente em Brasília também bastante fluido, ficaram em segundo plano, hoje, desdobramentos positivos, ontem, com relação ao cenário doméstico, após a indicação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de que não há pressa, nem consenso, para a votação da mudança na Lei das Estatais aprovada esta semana na Câmara. Mesma falta de pressa e de consenso, vista também na Câmara esta semana, para outra questão pendente e que preocupa os investidores, pelo efeito sobre as contas públicas a partir de 2023: a PEC da Transição.

No exterior, o grau de relaxamento da política de covid-zero na China permanecerá a principal incerteza para o mercado de commodities em 2023, de acordo com a Fitch. Para a agência, reabertura total do país traria “significativo” impacto positivo. Por outro lado, a demanda por commodities também é afetada pela fraca perspectiva para a economia global. “Nossa previsão (de alta) do PIB mundial é de apenas 1,4% em 2023 e de crescimento estável para o PIB dos EUA e da zona do euro. No entanto, os estoques permanecem apertados em petróleo, gás e cobre, o que apoiará os mercados”, aponta a Fitch.

Hoje, os contratos futuros de petróleo fecharam em queda na sessão, não apenas pelo temor de recessão global: os investidores permanecem atentos também aos casos de covid-19 na China, uma das maiores importadoras da commodity.

Magalu lidera quedas

No Ibovespa hoje, a maior alta foi da Cemig (CMIG4), com uma valorização de 2,91%. A Dexco (DXCO3) subiu 2,62%, enquanto o Banco do Brasil (BBAS3) avançou pouco mais de 2%.

Entre as quedas, se destacou Magazine Luiza (MGLU3), que desabou 8,85%, seguido por Americanas (AMER3), que registrou baixa de 7,90%, enquanto a CVC (CVCB3) recuou 7,58%.

Entre as ações de maior liquidez, o desempenho ao final misto no setor de commodities – Petrobras PETR4 +0,28%, PETR3,+0,05%; Vale (VALE3) cedeu 1,71% – impôs-se, durante a sessão, ao majoritariamente positivo entre os grandes bancos, com destaque para prolongamento da recuperação em Banco do Brasil (BBAS3), alta de 2,03%, para Santander (SANB11), subindo 1,40%) e para Itaú (ITUB4), que ganhou 1,11%.

Na ponta do Ibovespa, destaque, além de BB (terceira maior alta do dia), para Cemig (+2,91%) e Dexco (+2,62%). Do lado oposto, Magazine Luiza (-8,85%), Americanas (-7,89%) e CVC (-7,58%).

O Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira apresenta mudanças marginais nas expectativas do mercado para o comportamento do Ibovespa na próxima semana. Entre os participantes, a previsão de alta para o índice ficou em 44,44%, de 50,00% na pesquisa anterior. A fatia dos que esperam queda subiu de 16,67% para 22,22%, enquanto a dos que acreditam em estabilidade manteve-se em 33,33%.

Maiores altas do Ibovespa

Maiores baixas do Ibovespa

Na semana, Minerva (BEEF3) foi o principal destaque de alta, com uma valorização de 6,83%. Cielo (CIEL3), Dexco, PetroRio (PRIO3) e SLC Agrícola também tiveram os maiores ganhos na semana.

Por outro lado, Gol (GOLL4) e Magazine Luiza despencaram mais de 15%, e  Natura (NTCO3), 14,05%. CVC e Americanas também estiveram entre as principais quedas da semana, com perdas de 13,88% e 12,19%, respectivamente.

Maiores altas da semana

Maiores baixas da semana

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam em baixa nesta sexta-feira, 16, pressionadas pelo aperto monetário dos bancos centrais, com sinalizações nesta semana de que as autoridades seguirão aumentando juros e mantendo as taxas elevadas.

Ao longo da sessão, dirigentes do Federal Reserve (Fed) reforçaram as mensagens de que a prioridade será a redução na inflação para níveis próximos da meta de 2%. Neste cenário, avançam os temores de uma recessão na economia americana, o que já vem impactando algumas empresas, incluindo demissões.

Na semana, houve queda de 1,66%, 2,08% e 2,72%, respectivamente.

O preço do dólar à vista encerrou em queda de 0,41%, a R$ 5,2941. A mínima do dia foi de R$ 5,2635, enquanto a máxima foi de R$ 5,3320. Na semana, a moeda estadunidense registrou uma alta acumulada de 0,92%.

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda na sessão de hoje, com expectativas de recessão global no radar e investidores de olho nos casos de covid-19 na China, uma das maiores importadoras da commodity.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para fevereiro de 2023 fechou em queda de 2,22% (US$ 1,69), a US$ 74,46 o barril, enquanto o Brent para o mesmo mês, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em queda de 2,67% (US$ 2,17), a US$ 79,04 o barril. Na semana, a commodity teve alta de 4,84% e 3,86%, respectivamente.

O contrato mais líquido do ouro fechou a sexta-feira em alta, com expectativas de um crescimento lento da economia global em 2023 e com as expectativas para as próximas decisões da política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) no radar.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para fevereiro fechou em alta de 0,69%, a US$ 1.800,20 por onça-troy. Na semana, entretanto, a commodity apresentou queda de 0,57%.

Congresso aprova mudanças para evitar derrota no STF com orçamento secreto

Em meio a possibilidade do Supremo Tribunal Federal (STF) barrar o orçamento secreto, foi aprovado no Congresso Nacional hoje (16) uma proposta para tratar sobre a transparência nas emendas de relator.

Em contação na Câmara dos Deputados, o texto-base teve aprovação por 328 votos favoráveis e 66 contrários. Já no Senado, foram 44 votos favoráveis e 20 contrários. Agora, o projeto vai seguir para promulgação.

O texto prevê uma melhor distribuição dos recursos das emendas de relator, considerando critérios de impessoalidade e proporcionalidade. A estimativa para 2023 é de R$ 19 bilhões.

Itaú recebe sinal verde do Cade para aumentar participação na Energisa Participações

O Itaú Unibanco (ITUB4) teve a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para que a Energisa Participações Minoritárias (EPM) possa deter uma participação de 30% no capital social total da empresa, frente aos 20% que tinha até então.

A EPM faz parte do Grupo Energisa e tem participação em companhias como Energisa Sul-Sudeste Distribuidora de Energia S.A., Energisa Mato Grosso Distribuidora de Energia S.A. e Rede Energia Participações S.A.

Após aprovação do Cade, o Itaú vai responder por uma parte do capital social dessas empresas.

Vale assina acordo de R$ 500 milhões para compensação de danos na região de Macacos (MG)

A Vale assinou um novo acordo de R$ 500 milhões com autoridades de Minas Gerais para compensar e reparar totalmente os danos gerados pelo aumento dos níveis de emergência da barragem B3/B4 da Mina Mar Azul, situada em Nova Lima (MG), no ano de 2019.

O acordo da Vale foi firmado com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), com a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), o Ministério Público Federal (MPF) e com a Prefeitura de Nova Lima, extinguindo duas Ações Civis Públicas.

“Macacos é uma pérola turística na região e seu comércio nessa área foi quase dizimado. Os moradores perderam sua fonte de renda e passaram a ter problemas de saúde mental. A população ainda sofre com o medo. Muitas pessoas, inclusive crianças, estão tomando medicamentos controlados por causa do que aconteceu”, disse a promotora de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Nova Lima, Claudia de Oliveira Ignez, em comunicado.

Cotação do Ibovespa nesta quinta (15)

O Ibovespa encerrou a sessão desta quinta-feira (15) praticamente estável, variando -0,01%, aos 103.737,69 pontos.

Sair da versão mobile