O Ibovespa hoje fechou a quinta-feira (15) em queda de 0,54%, em 109.953,65 pontos, após oscilar entre 109.523,89 e 111.100,41 pontos. O giro ficou em R$ 22,4 bilhões na véspera de vencimento de opções sobre ações. Na semana, o índice cai 2,09%, ainda mostrando ganho de 0,39% no mês – em que o fluxo de saída de recursos estrangeiros da Bolsa chega a R$ 1,229 bilhão até anteontem – e alta de 4,90% no ano.
Ainda refletindo a cautela que se impôs ao apetite por risco desde a última terça-feira, quando se conheceu a leitura acima do esperado para a inflação ao consumidor nos Estados Unidos em agosto, o Ibovespa estendeu a série negativa pelo terceiro dia.
“O Ibovespa tende a ficar lateralizado até a decisão de política monetária do Federal Reserve na próxima quarta-feira. Os dados da produção industrial americana divulgados hoje, mais fracos, mostram que a alta de juros tem produzido efeito sobre a atividade por lá e, com o viés ainda ‘hawk’ do Fed para controlar a inflação, fica a dúvida sobre a taxa terminal, o que tem resultado em revisão de projeções, como a do Credit Suisse, que passou da faixa de 3,75%-4,00% para a de 4,25%-4,50% no fim de ciclo”, aponta Nicolas Farto, especialista em renda variável da Renova Invest.
A casa que espera aumento de 75 pontos-base para os fed funds no dia 21, data em que o mundo estará, como de costume, atento aos detalhes da comunicação do BC americano, especialmente na coletiva do presidente Jerome Powell.
Farto observa também revisão ainda em curso nas projeções de crescimento da China, país fundamental para a formação de preços de commodities como o minério, aos quais o Ibovespa tem grande exposição. Nesta semana, a Fitch revisou sua estimativa de expansão do PIB chinês de 3,7% para 2,8%, em 2022, e de 5,3% para 4,5%, em 2023.
A desaceleração da China tem reforçado a perspectiva de que o governo reaja com estímulos fiscais, em momento no qual a política monetária permanece afrouxada no país, diferentemente de outras grandes economias.
No Brasil, o IBC-Br, considerado indicador antecedente do PIB, foi um fator positivo, o que poderia se refletir em desempenho favorável das ações com exposição à economia doméstica, como as de consumo – o que não foi o caso nesta quinta em que o ICON fechou em baixa de 1,27%.
Por outro lado, o avanço de Vale foi decisivo para que o índice de materiais básicos (IMAT) encerrasse com leve ganho de 0,04%, em dia moderadamente negativo para Petrobras apesar da forte correção vista no petróleo, em queda superior a 3% que devolve o Brent à linha de US$ 90 por barril, abaixo da qual as compras costumam prevalecer.
“O IBC-Br de julho veio acima do teto das estimativas. Ontem, o mercado havia ficado parcimonioso por conta do enfraquecimento da leitura sobre o varejo no mesmo mês, com queda de 0,8% do varejo restrito e de 0,7% no ampliado. O contraponto ao enfraquecimento do varejo é a retomada dos serviços, setor que deve continuar pavimentando o crescimento econômico no Brasil neste segundo semestre”, diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.
Bolsas de Nova York
As bolsas de Nova York encerraram o pregão desta quinta-feira em queda, devolvendo a fraca recuperação de ontem. O mercado americano segue preocupado com o ritmo de aperto monetário nos EUA, a menos de uma semana da próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed), que deve elevar os juros em 75 pontos-base pela terceira reunião consecutiva, segundo sugerem as expectativas do mercado.
- Dow Jones: -0,56%, aos 30.961,82 pontos;
- S&P 500: -1,13%, aos 3.901,35 pontos;
- Nasdaq: -1,43%, aos 11.552,36 pontos.
O dólar à vista fechou em alta de 1,18%, a R$ 5,2391, depois de oscilar entre R$ 5,1758 e R$ 5,2456.
O petróleo fechou em queda robusta nesta quinta-feira. O mercado ficou apreensivo quanto à demanda pela commodity energética, de olho na deterioração da perspectiva para a economia global.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para outubro recuou 3,82% (US$ 3,38) na Nymex, a US$ 85,10, enquanto o do Brent para novembro cedeu 3,46% (US$ 3,26) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 90,84.
O contrato futuro do ouro fechou em queda nesta quinta-feira, abaixo da marca de US$ 1700 por onça-troy pela primeira vez desde março de 2021. O metal precioso, considerado porto seguro de investidores, tem seu preço pressionado em meio à reprecificação das apostas para a decisão monetária do Federal Reserve (Fed) na próxima semana.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro recuou 1,86%, a US$ 1.677,3 por onça-troy.
No Ibovespa hoje, a Ecorodovias (ECOR3) caiu 11,97% após a companhia arrematar o Lote Noroeste de rodovias de São Paulo, liderando as maiores quedas.
Em seguida no ranking, Cosan (CSAN3) caiu 4,65% e Via (VIIA3) cedeu 4,60%. Acompanhando a queda do petróleo, Petrobras (PETR3, PETR4) recuou 0,23% e 0,19%, respectivamente.
O setor bancário do índice também caiu, com exceção de Itaú (ITUB4), que ganhou 0,26%. Banco do Brasil (BBAS3) perdeu 1,02%, Santander (SANB11) recuou 0,63% e Bradesco (BBDC3, BBDC4) registrou -0,44% e -0,36%, nesta ordem.
Figurando entre as maiores altas, Vale (VALE3) subiu 2,01% e a acionista da mineradora, Bradespar (BRAP4), ganhou 1,37%. As primeiras posições do ranking ficaram com Positivo (POSI3), com +7,24%, Embraer (EMBR3), que subiu 3,58% e Marfrig (MRFG3), que teve alta de 2,56%.
Maiores altas do Ibovespa:
- Positivo (POSI3): +7,24% // R$ 13,03
- Embraer (EMBR3): +3,58% // R$ 13,61
- Marfrig (MRFG3): +2,56% // R$ 12,00
- Vale (VALE3): +2,02% // R$ 68,35
- Fleury (FLRY3): +1,98% // R$ 16,51
Maiores baixas do Ibovespa:
- Ecorodovias (ECOR3): -11,97% // R$ 5,37
- Cosan (CSAN3): -4,66% // R$ 17,82
- Via (VIIA3): -4,60% // R$ 3,11
- Qualicorp (QUAL3): -4,29% // R$ 8,47
- Sabesp (SBSP3): -4,22% // R$ 49,09
Outras notícias que movimentaram o Ibovespa
- Magazine Luiza (MGLU3) irá lançar PIX próprio
- TIM (TIMS3) teve o dobro do esperado em acessos 5G no Rock in Rio
Magazine Luiza (MGLU3) irá lançar PIX próprio
O Magazine Luiza (MGLU3) anunciou que irá lançar, por meio da sua fintech Magalu, um sistema de pagamentos “mais simples que o PIX”.
Segundo o Magazine Luiza, os clientes poderão realizar o pagamento por PIX sem que seja preciso sair do aplicativo do Magalu e acessar o banco.
A ferramenta é de Open Finance, feita por meio do Iniciador de Transação de Pagamento (ITP), nova modalidade do Banco Central. Por enquanto, a KaBuM!, fintech de games adquirida pelo Magazine Luiza ano passado, é o primeiro cliente do método.
Funcionará da seguinte maneira: o cliente que comprar um produto pela KaBuM! utilizando o Magalu Pay, poderá pagar com o saldo de seu banco e fazer pagamento à vista, sem necessidade de copiar e colar o código Pix ou o código de barras.
Além de ser mais simples para o cliente, o “PIX” do Magalu auxilia na coordenação de estoque de empresas de varejo.
TIM (TIMS3) teve o dobro do esperado em acessos 5G no Rock in Rio
Durante o Rock in Rio, a Tim (TIMS3) teve 20% do total de acessos da utilização da internet móvel de quinta geração (5G), o dobro do esperado pela companhia.
A tele instalou 35 antenas na Cidade do Rock, sendo 25 oferecendo o 5G, que registrou velocidade média de 300 Mbps e picos que superaram 1 Gbps durante o Rock in Rio.
Em geral, o total de celulares compatíveis com o 5G ainda responde por menos de 10% da base total de assinantes das operadoras de telefonia móvel no Brasil.
O pico de 20% na TIM durante o festival de música pode ser explicado pela maior concentração de um público de renda mais alta e com aparelhos mais modernos. Para captar o 5G basta ter um celular compatível e estar dentro de uma zona coberta pelo novo sinal. Não é preciso trocar o chip nem contratar um novo plano.
A TIM, que foi patrocinadora oficial do Rock in Rio, registrou nos sete dias de evento uma movimentação de 133 terabytes de dados pelos seus clientes. Esse volume de dados seria suficiente, por exemplo, para assistir a vídeos no YouTube por 45 anos e sete meses sem parar, de acordo com comparação feita pela operadora.
Quase 30% desse volume foi direcionado para upload de fotos e vídeos, mas também foram intensos o envio de mensagens e realização de videochamadas e transmissões em tempo real – impulsionados pela chegada do 5G.
A companhia apostou no patrocínio do festival como forma de divulgar a sua cobertura. A TIM largou na frente das rivais Vivo (VIVT3) e Claro na instalação de antenas para propagar a nova geração de internet.
A cobertura da TIM alcança 168 bairros cariocas, enquanto a da Vivo e da Claro ficam em 17 e 18, respectivamente, neste primeiro momento.
O CEO da TIM, Alberto Griselli, considerou positiva a performance da operadora durante o festival de música. “Realizamos o primeiro grande evento 5G do País, reforçando todo o potencial dessa tecnologia e indo além das nossas expectativas. Nossa rede funcionou plenamente, tanto no 5G quanto no 4G”, afirmou em nota.
“Fomos ainda uma das marcas mais comentadas nas redes sociais e recebemos mais de 20 mil pessoas em nossos espaços na Cidade do Rock, reforçando nossa conexão com a música e com a inovação”, complementou.
A TIM analisou o volume de dados trafegados por dia e registrou maior intensidade de uso em 4 de setembro, domingo que teve como principal atração o cantor canadense Justin Bieber. Seu show, aliás, bateu recorde de utilização da rede da operadora, seguido pelas apresentações de Dua Lipa e Ivete Sangalo, tecnicamente empatada com Coldplay e Guns N’ Roses.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: -0,54%
- IFIX hoje: +0,09%
- IBRX hoje: -0,53%
- SMLL hoje: -0,62%
- IDIV hoje: -0,21%
Cotação do Ibovespa nesta quarta (14)
O Ibovespa fechou o pregão da última quarta-feira (14) em queda de 0,22%, em 110.646,67 pontos.
(Com informações do Estadão Conteúdo)