Ibovespa cede 0,4%, mas mantém 106 mil pontos; Petrobras (PETR4) sobe e dólar cai pela 3ª vez na semana
O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira (13) em queda de 0,40% aos 106.457,85 pontos, após oscilar entre 106.219,71 e 107.037,28 pontos. O volume financeiro do dia somou R$ 22,2 bilhões.
A bolsa de valores hoje não conseguiu garantir o ritmo de alta da semana, embora os 106 mil pontos tenham sido mantidos. Para André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, o recuo é “um movimento mais técnico de realização de lucros, visto que a bolsa subiu mais de 5% ao longo da semana”.
No mercado internacional, esteve sob o radar dos investidores o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos. O indicador registrou uma desaceleração de 0,5% em março e os pedidos de seguro-desemprego vieram em linha com o esperado pelo mercado.
Fernandes pontua que esses dados mostram que o mercado de trabalho não está acompanhando essa desaceleração da inflação. “O mercado de trabalho por lá ainda continua forte, o que ajudou a puxar as bolsas americanas para cima hoje.”
Confira abaixo o fechamento das bolsas de Nova York:
- Dow Jones: +1,14% (34.030,34 pontos);
- S&P500: +1,33% (4.146,32 pontos);
- Nasdaq: +1,99% (12.166,27 pontos).
Em contrapartida, com a inflação por lá cedendo, a moeda norte-americana está se enfraquecendo no mundo todo. Pelo terceiro dia nesta semana, o dólar hoje caiu (0,31%) e ampliou a distância dos R$ 5: fechou cotado a R$ 4,9262, após oscilar entre R$ 4,8965 e R$ 4,9396.
“[O dólar] nos níveis atuais, na atuação dos players hoje, já percebemos um fluxo comprador passivo mais persistente. Devemos lembrar também que o dólar caiu no mundo todo, o que ajudou na valorização do Real contra o Dólar. Acreditamos que ele deve começar a trabalhar na faixa entre R$ 4,90 e R$ 5,10 (saindo da faixa antiga entre R$ 5,10 e R$ 5,30), caso não tenha nenhuma notícia que possa inverter o fluxo”, pontua o sócio da A7 Capital.
A curva de juros também cedeu, ainda refletindo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que na véspera veio melhor do que o esperado. Fernandes explica que o mercado está reprecificando as expectativas de inflação, o que acaba impactando diretamente na curva de juros — que já precifica uma taxa básica de juros (Selic) abaixo de 12% para este ano.
Entre as blue chips, a Vale (VALE3), novamente, acompanhou a cotação do minério de ferro, que cedeu 3,09% na bolsa de Dalian, e fechou com baixa de 1,35%, com papéis cotados a R$ 79,51. Como a mineradora é um dos tickers de maior peso da bolsa brasileira, sua queda impactou no índice.
Por outro lado, as ações preferenciais e ordinárias da Petrobras (PETR4;PETR3) fecharam com ganhos de 0,70% e 1,17%, respectivamente, indo na contramão da sua commodity. Isso porque o petróleo Brent para junho recuou 1,42%, a US$ 86,09 o barril.
Entre os ativos bancários, o fechamento foi de mais ganhos do que perdas. Queda apenas no Banco do Brasil (BBAS3), que cedeu 0,05%, devolvendo uma pequena parcela dos 6,96% somados na véspera. Já o Itaú (ITUB4) fechou estável (0,00%), enquanto o Bradesco (BBDC4) e o Santander (SANB11) valorizaram 0,07% e 1,14%, respectivamente.
Na ponta negativa do Ibovespa, destaque para as frigoríficas BRF (BRFS3), Marfrig (MRFG3), Minerva (BEEF3) e JBS (JBSS3).
Segundo Fernandes, o movimento se deve à revisão do Bank of America (BofA), que reduziu preço-alvo de Marfrig e BRF. O banco projeta resultados mais fracos em 2023 com a suspensão de exportações para a China no 1T23 (que já voltou ao normal agora), e pressão nas margens em função do preço da arroba do boi nos EUA.
“A JBS manteve recomendação de compra também, mas sem grandes revisões no preço-alvo. Em relação à Minerva, o BTG acredita que os resultados do 1T23 também serão fracos, e revisou seu preço-alvo de R$ 20 pra R$ 15.”
Veja as maiores altas e baixas
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Cotação do Ibovespa nesta quinta-feira (13)
O Ibovespa fechou o pregão desta quinta-feira (13) em queda de 0,40% aos 106.457,85 pontos.